quarta-feira, 14 de maio de 2014

FanFic: "Verdade ou desafio" [+18]

Autora: Paulinha Jackson

Sinopse:

Michael Joseph Jackson, ou senador Jackson, é um político respeitado, porém pouco honesto.
Onde quer que ele passasse era sempre admirado por algum motivo, seja pela beleza, que fazia as mulheres suspirarem, seja pela ousadia e impetuosidade em lidar com os demais políticos e mídia, ou pelo fato dele ter construído um verdadeiro império em cima de ruínas.

Anastácia Dobrev, uma jovem formada em direito que decidiu rumar para o lado da política, tornando-se assessora parlamentar. Anastácia, ou simplesmente Ana, como era conhecida, era cheia de ideias, convicções e metas. Ela abominava qualquer tipo de desonestidade.

O caminho desses dois vão se cruzar.

De um lado a jovem idealista, puritana e que odeia desonestidade. Do outro lado, o jovem político respeitado. O sedutor, canalha e com uma honestidade questionável.
Até onde eles irão juntos?
Até onde um será capaz de ceder pelo outro?
Quanto um vai mudar pelo outro?
Vocês só saberão se ler... Então vamos embarcar nessa história onde verdade e desafio são os agentes.


Capítulo 1


A silhueta dele surgiu no corredor do prédio... Dentro daquele terno negro, caríssimo, uma gravata de um cinza fosco, mocassins bem lustrados e um rolex no pulso direito. Na mão de dedos longos ele carregava uma maleta negra. Os cachos estavam milimetricamente arrumados e amarrados. Os olhos, também negros, e grandes o suficiente para se destacarem no rosto bem esculpido. O nariz empinado e o sorriso cafajeste nos lábios... Essa era a figura do senador Jackson, que neste instante rumava para a sua sala, arrancando meia dúzia de suspiros femininos pelo caminho.

Ele empurrou firmemente a porta de madeira talhada e adentrou sua sala.

Uma mesa com tampo de vidro e pés cromados estava centralizada no local, alguns papéis, um porta-retrato e um computador de última geração estava em cima da mesma. Atrás da mesa uma cadeira de couro cinza , e atrás da cadeira, na parede, um quadro de uma imagem feminina, a mulher na pintura estava nua, apenas com um pano sobre as pernas, mas o modo como ela estava pintada não revelava mais do que suas costas, seus cabelos e a curva de um dos seus seios. De um lado da sala um pequeno sofá de couro marrom, um tapete negro, uma estante com alguns poucos livros e um mini bar. A sala era moderna e poderosa, assim como Michael.

Michael puxou o ar para seus pulmões quando sentou-se em sua cadeira. Ele sentia-se poderoso ali. Ligou o computador e enquanto esperava o mesmo iniciar olhou para o porta-retrato, que estava em sua mesa. Ele sorriu ao ver a imagem de sua mãe e sua irmã, as mulheres de sua vida.

Uma batida na porta tirou-o do devaneio.

- Pode entrar - Disse suavemente.

- Bom dia, senador - A loura cumprimentou-o, adentrando a sala.




Michael olhou-a de cima a baixo e não disfarçou o olhar safado. Nem poderia, até por que ele sabia que Jules vestia-se naqueles trajes colados e decotados para provocá-lo.

- Meu dia acabou de melhorar, Jules - Ele sorriu de lado - Gostei do vestido. - Elogiou.
Jules se aproximou e inclinou-se sobra a mesa, deixando seus seios ainda mais evidentes.

- Pode me ver sem ele mais tarde - Ela sorriu passando a língua pelos dentes.

- Mais tarde então - Ele sentenciou, arqueando a sobrancelha - Agora volte a seu papel de secretária - Jules assentiu, endireitando-se - Algum compromisso hoje?

- Apenas uma reunião com um fornecedor... ohh e quase esqueci, terá de ir até o congresso para conhecer sua nova assessora parlamentar.

Michael revirou os olhos.

- Relaxe chefinho, eu sempre posso fazer um boquete para distraí-lo.

Michael sorriu, assentindo - Pode sair Jules. Chamo se precisar.
A secretária deixou a sala e Michael voltou a dar atenção a seu computador.


Capítulo 2


Ana caminhou decididamente pelos corredores do congresso. Ela estava nervosa, mas firme na decisão de entrar para a política. Ana sabia o tamanho do desafio que tinha pela frente - Michael Jackson - Esse era o nome do seu desafio. Ela sempre teve um pé atrás em relação ao jovem senador, sempre achara que ele era certinho demais e rico demais para alguém tão jovem. Sem falar que ela sabia bem que parte desse tão dito respeito que ele tinha vinha da ala feminina, que suspiravam quando o senador passava - RIDÍCULO - Essa era sua opinião sobre as bobas que babavam por ele.

- Boa tarde - Ela cumprimentou a moça sorrindo.

- Boa tarde - A recepcionista retribuiu seu sorriso - Posso ajudá-la?

- Sou a nova assessora do senador Jackson - Ana disse e ganhou um olhar avaliador da moça.

- Bem, pode esperá-lo por aqui - Ela apontou para os sofás confortáveis em um canto da extensa sala - Ele não demorará.

Ana assentiu e foi sentar-se. Não lhe agradou nem um pouco os olhares que ela ganhou da recepcionista durante sua espera. Ana pensou que com certeza a moça era mais uma das que suspirava pelos senador.

Ela ajeitou os óculos - Que diga-se de passagem, ela odiava, só os tinha posto por que não sabia onde estavam suas lentes - e batucou impacientemente na maleta que segurava.

Alguns burburinhos desviaram a atenção de Ana para a entrada do prédio.

E lá estava ele. Ana pensou que seu terno, sapatos e relógio eram ridiculamente caros. E só isso já irritou-a. Quantas pessoas precisando do mínimo para sobreviver e aquele esnobe esbanjando?!

Bem, ela não iria admitir a si mesma, mas ela não ficou imune a figura extremamente sensual do homem que se aproximava.

Ele ignorou-a completamente e seguiu até a recepção para cumprimentar a receocionista. Ana pensou em quão nojento foi o sorriso que a mulher lançou para ele. Depois de poucos segundos de conversa o senador virou-se e olhou para Ana de cenho franzido. Ele se despediu da recepcionista e rumou até Ana, o sorriso de lado nunca abandonando os lábios cheios dele.

- Que surpresa boa! - Michael disse, uma mão no bolso da calça e a outra estendida para Ana - Prazer assessora.

- Prazer senador Jackson - Ana pôs-se de pé e apertou a mão dele firmemente.

Ambos trocaram um longo olhar.

Michael sorriu cheio de más intenções quando observou as pernas da assessora.

Ana suspirou quando o perfume abaunilhado do senador adentrou suas narinas.


 

Capítulo 3


- Vamos até minha sala, assim conversaremos melhor?

- Como desejar, senador - Ana ajeitou seus óculos e baixou a saia. Se olharam longamente.

- Senador - Uma voz anazalada quebrou o contato visual deles. Ana virou-se e encontrou uma loura extremamente voluptuosa parada ao lado deles. Ela estava dentro de um vestido de um vestido vermelho, que grudava em seu corpo, os cabelos, longos e loiros, estavam soltos e, oh! o decote dela quase deixava seus seios á mostra.

- Sim, Jules - Ele respondeu.

- Eu... é - Ela lançou um longo olhar para Ana, avaliando-a - O senador Roberto quer lhe falar.

- Logo irei até ele. Terei de falar com Ana agora. Essa é minha nova assessora, Jules.

- Prazer, querida - Jules estendeu a mão para Ana, que apertou-a firmemente.

- Espero que tenhamos uma boa relação - Disse inocentemente. Totalmente alheia a cara que Jules a olhava.

- Vou deixá-los conversar.

Quando Jules afastou-se Michael indicou para Ana o caminho até sua sala, murmurando para si mesmo o quão gostosa aquela mulher era. Mesmo dentro daquela saia longa e horrível, seu traseiro ainda parecia delicioso.

Ele abriu a porta para ela e quando ela sentou-se na cadeira em frente a sua mesa Michael sentou-se de frente a ela.

- Fiquei realmente surpreso por terem me enviado uma assessora tão jovem. O que a fez entrar para a política, Anastácia?

- Sede de justiça - Ela respondeu séria, lançando-lhe um olhar acusador. Michael riu baixinho.

- Mais uma jovem iludida - Ele disse, reclinando-se na mesa - Nesse meio se entra com sede de justiça e se sai defendendo corruptos...

- Fale por si mesmo, senador - Ela deu de ombros - Duvido muitíssimo que alguém mude meus ideais.

Michael sentiu desafio nas palavras dela e adorou isso.

- Bem, veremos daqui a alguns meses - Ele sorriu de lado, ela assentiu séria - Mudando de assunto, você tem plena noção dos seus afazeres iniciais, eu suponho?

- Claro, senador. Organizarei sua agenda e irei formar um plano para reformular suas contas em redes sociais, para ontem. - Michael assentiu.

Uma batida na porta interrompeu-os.

- Entre - Michael murmurou, e a loura voluptuosa voltou a sala.

- Desculpe interromper, mas é que o senador Roberto já está aí fora. - Michael assentiu.

- Amanhã, as 10 horas , Anastácia. - Michael levantou-se para cumprimentá-la.

- Até amanhã, senador Jackson - Ana apertou a mão dele - Até amanhã, Jules.

- Até, querida - Logo em seguida na deixou a sala.

- Nada mal, não é? - Michael perguntou de sobrancelha arqueada.

- Ela é uma gostosa, isso sim - Jules disse abanando-se - Só precisa livrar-se daquelas roupas feias e daqueles óculos retrô e vo à la, teremos uma gata.

Michael assentiu, concordando.

- Posso apostar que ela está a meses sem sexo.

- Talvez anos... ou talvez ela seja frígida.

- Tsc, tsc - Michael balançou a cabeça negativamente - Tenho certeza que ela é um furacão, só precisa ser instigada.

- E você fará isso perfeitamente, certo?

- Com certeza - Michael sorriu.

- Se precisar de ajuda com a assessora gostosa, aqui estou.

- Não - Ele olhou para Jules - Ela é só minha. - Jules riu, assentindo.

- Posso entrar? - O senador Roberto interrompeu-os.

- Claro, senador, vamos aos negócios - Michael sorriu.

Capítulo 4



- Henry - Ana chamou assim que adentrou a casa. A resposta que obteve foi um miado bastante audível de Britney, gatinha de estimação de Henry.

Ela jogou a bolsa em um canto qualquer da sala, soltou os cabelos e tirou o óculos. Assim, sem todos esses adereços que a escodam, Ana era uma linda mulher.

- Nem te vi chegar, Estrela - Henry disse ao adentrar a sala, apenas enrolado em uma toalha, que mal cobria seus quadris.

Ele era um belo exemplar de homem. Pele dourada, cabelos e olhos castanhos e um corpo escultural, com direito a coxas definidas e barriga tanquinho.

Ana recebeu um beijo estalado na bochecha e um afago nos cabelos.

- Achei que já tivesse saído.

- Henrique chega daqui a alguns minutos - Ele sentou-se ao lado dela - Como foi com o senador gato?

- Normal - Ela deu de ombros.

- Humm... Tem certeza? - Ele perguntou de sobrancelha arqueada.

- Ora, o que poderia ter acontecido?

- Além de você ter se balançado com a beleza do senador? Nada!

- Eu... Ele... E não balancei nada - Disse irritada.

- Ele te cantou? - Disse com ar de riso.

- Pare com isso, Henry. O senador não me cantou e se fizesse isso iria levar um fora. A beleza dele não me impressiona de forma alguma, ademais ele pareceu um arrogante e nem um pouco honesto.

- E um grande gostoso.

- Sim, e um grande gosto... Hey, pare com isso - Ela riu e deu um tapa no amigo.

A campaia tocou.

- Abra a porta pra mim Estrela, deve ser meu gato - Ana assentiu e foi atender a porta.

(...)

Michael estacionou um de seus carros em frente a sua mansão.

Uma de suas empregadas veio recebê-lo logo na entrada. Ele sorriu para a jovem e bonita empregada. A moça sorriu abobalhada.

- Senhor - Ela disse, cumprimentando-o.

- Apenas, Michael, Susy.

- Sim, Michael. Sua irmã está lhe esperando.

- Samantha está aí? - Ele perguntou sorrindo largamente.

- Sim, senhor.

Michael seguiu para dentro de casa, um sorriso largo nos lábios. Samantha não era sua irmã de sangue, eles apenas se consideravam assim. Bem, Michael a considerava assim, já Samantha o via de uma forma bem diferente.

Para Michael toda opinião dada por ela era de suma importância. Ele havia ficado sem nenhum de seus familiares muito jovem e jamais se esquecera do quão boa e acolhedora fora a família de Samantha.
Capítulo 5


- Samy - Ele chamou, um sorriso explícito na voz.

- Mike - Ela sorriu e aproximou-se a passos rápidos dele. Ambos compartilharam um longo abraço, que Michael finalizou com um beijo na bochecha dela.

- Estava com saudades, sbia? - Samy o olhou por vários segundos, admirada com tamanha beleza. Ela adorava cada centímetro daquele homem.

- E eu? Parece que nem sabe que não suporto ficar sem vê-lo por mais de 1 semana.

Michael riu, sentando-se no sofá e puxando Samy para sentar com ele.

- A que devo a honra de tal visita?

- Nada demais, querido - Ela se desfez do sapato e apoiou a cabeça no colo dele, como sempre fizera, desde a adolescência. Michael passou a afagar os cabelos dela - Conte-me as novidades, novas mulheres?

- Como sempre, sim! - Ele deu de ombros. Ela achou-o adorável fazendo tal gesto - Eu diria que ela é um desafio a ser vencido.

- Desafio? - Ela olhou-o - Conte-me.

- Minha nova assessora, ela é meu desafio.

- Duvido muito que alguma mulher te diga não.

- Ela diria, tenho certeza.

- Então ela é lésbica?! - Michael gargalhou.

- Não, ela não é, mas faz o tipo celibatária.

- Hum... Ela é bonita?

- Sem todas aquelas roupas feias, tenho certeza que sim. - Samy revirou os olhos.

- Odeio quando fala assim.

- Sem ciúmes, maninha - Ele reclinou-se para beijar a testa dela - Você é única em minha vida.
Samy sorriu e suspirou de contentamento.

(...)

Passa-se um mês desde que Ana trabalha para Michael e a cada dia que passa ela fica mais horrorizada com ele. Michael se mostra pouco interessado pelas atividades políticas. Ela não pode afirmar que ele é um péssimo político, já que o vê ajudando bastante, mas não liga para nada burocrático ligado a isso. Sem falar que ele passa mais tempo dentro daquela sala, trancado com aquela boneca inflável, que ele chama de secretária. Isso quando aparece no congresso e não manda lhe avisar que passará o dia em sua empresa...

Ana desconfia dele, muito. Não acha que ele inspire honestidade, e o fato dele não lhe deixar fazer as contas de licitações no final da semana, á deixa com a pulga atrás da orelha.

Mas... Porra, ele é um tesão de homem. Sempre com aqueles ternos impecáveis, sempre cheiroso, sempre sorrindo feito um perfeito cafajeste, aquele tipo de sorriso que molha a calcinha de qualquer mulher... Ela tentou um milhão de vezes barrar tais pensamentos e dizer a si mesma que ela não era fraca como as demais mulheres, mas vê-lo quase diariamente não ajudava no seu período de seca.

Algo em sua intuição feminina lhe gritava que ela teria sérios problemas se não controlasse sua libido.

(...)

- Você não vai trabalhar assim, Estrela. Eu te proíbo de fazer essa afronta a moda - Henry disse afetado.

- O que há de errado comigo? - Ela olhou-se no espelho e não viu nada demais ali.

- Primeiro essa saia horrível, esse óculos que me faz querer gritar e esse cabelo mal arrumado. É simples, troque a saia, escove o cabelo e, pelo amor de Deus, coloque as lentes.

- Você é um grande chato.

Ana decidiu fazer as vontades do amigo. Saiu do banheiro 30 minutos depois, usando um vestido comportado, porém de bom gosto, os cabelos soltos e usando suas lentes, que ela achava um saco colocar. Henry até tentou persuadi-la para embonecá-la mais, mas Ana proibiu-o de por algo além de gloss em seus lábios.

Ela recebeu alguns olhares enquanto caminhava pelos corredores do congresso. Sentiu-se extremamente exposta. Ana fez uma nota mental de nunca mais deixar Henry se intrometer na suas roupas de trabalho.

- O senador Jackson já chegou? - Ela perguntou a bonita recepcionista

- Sim. - Disse sem encará-la.

- Queridinha, vou te falar uma coisa e apenas uma vez, aprenda a ter educação e me olhar enquanto falo ou eu vou dar a volta nesse balcão e dar um jeito no seu pescoço, de uma forma que você nunca mais conseguirá olhar pra baixo. - Ana disse irritada. Que não brincassem com ela quando seu humor estava assim.

A recepcionista arregalou os olhos e engoliu em seco.

Ana caminhou praguejando. Como não encontrou a secretária particular loura e peituda em seu devido lugar, ela bateu diretamente na porta do senador.

Jules abriu a porta ajeitando o vestido e passando o dedo nos lábios, que estavam borrados.
Ana chocou-se com a cena... Então aquele traste ao invés de trabalhar ficava transando com a secretária?

- Pode entrar, querida - Jules deu passagem para ela e saiu de seu campo de visão, não antes de dar uma boa olhada devoradora em Ana.

Ana pigarreou antes de dar bom dia a Michael.

- Bom dia, Anastácia - Ele sorriu de lado, seus olhos passeando pelo corpo dela - Sente-se.
Ana sentou e espalhou alguns papéis sobre a mesa.

- Sugiro que o senhor leia e assine os papéis. Há uma nova proposta de emenda que deve ser analisada.
Michael apanhou os papéis e os assinou rapidamente.

Ana só conseguia chocar-se com ele.

- Onde está a proposta? - Ela entregou-o a pasta. Michael não pensou duas vezes antes de descartá-la no lixo - Diga que não gostei da proposta e pronto.

- Mas... mas... O que fez? Precisa ler isso e analisar.

- Não vou perder tempo com isso.

Ana irrito-se sobremaneira com tamanho descaso.

- Acredito que já tenha feito as alterações nos sites? - Ele continuou. Ana assentiu - Muito bem, como não há mais nada a ser feito essa manhã, que tal sairmos para tomar um café? - Ana arregalou os olhos.
O que droga esse homem tinha na cabeça? Ele tinha deveres a cumprir e estava se desfazendo deles sem levá-los em consideração.

- Qual é o seu problema? - Ela perguntou, sem ao menos se importar que isso poderia custar seu emprego.

Ele ergueu a sobrancelha e se inclinou contra a cadeira.

- Não entendo.

- Você acabou de assinar papéis sem ler, jogou uma proposta de emenda no lixo sem ao menos analisá-la, sem falar que estava comendo sua secretária antes que eu entrasse. Agora está tentando dar em cima de mim?

Michael riu, uma gostosa e sonora gargalhada.

- Aii, Anastácia você é a pessoa mais direta e mais sincera que já vi. Relaxe, Ana, as coisas por aqui são assim, você acostuma-se.

Ela balançou a cabeça incrédula.

- O se... Senhor não vais mesmo mais precisar de mim?

- Não.

- Então me dê licença - Ela levantou-se completamente atordoada e saiu o mais rápido possível.

Michael supirou com a visão de seus traseiro. Ela era fodidamente gostosa.

Sua atenção se voltou para a mesa e ele viu ali o celular dela. O sorriso em seu rosto cresceu. Michael pegou seu telefone e mandou que Jules lhe enviasse o endereço de Ana.

- Destino amigo - Ele sussurrou agarrando o celular e colocando-o no bolso.

Ele deixou sua sala.

- Nos vemos mais tarde, Jules - Disse divertido.

- Boa sorte chefinho - Jules piscou para ele.


- Vou precisar. - Ele rumou para a casa de Ana.


Capítulo 6


Ana soltou alguns palavrões antes de trancar a porta atrás dela. Chamou por Henry, mas provavelmente ele já estava no trabalho a essa altura.

Sua cabeça estava a ponto de explodir, nunca em toda a sua vida ela vira um homem tão irritante.
Ele com certeza bateu o recorde de 'estressar Ana em menor tempo'.

Como inferno ele se elegeu? - Ana se perguntou em voz alta.

Ele não lia papéis, não analisava emendas, transava com a secretária no escritório...

Era um escroto... e lindo, sem dúvida alguma um bastardo lindo, um cretino totalmente fodível.

Ana balançou a cabeça para dissipar tais pensamentos. Quase dois anos sem sexo, isso estava afetando seu cérebro, essa era a única explicação para ela estar pensando de tal forma.

Sua campaia tocou três vezes seguidas e ela gritou um irritado "Já vou".

Quem diabos poderia ser? E por que o porteiro não interfonou?

Urghh! Tudo hoje estava uma merda!

Ela levantou-se e foi atender a porta. Quão grande foi sua surpresa ao notar quem estava do outro lado da porta.

- Hã? - Foi a única coisa que ela conseguiu murmurar.

- Olá Anastácia - Ele sorriu.

- O... O que faz aqui? - Gaguejou.

- Bem, - Ele arqueou a sobrancelha - Você esqueceu o celular, vim trazê-lo - Deu de ombros.

Ela arregalou os olhos e com as mãos trêmulas pegou o aparelho celular que ele estendia em sua direção.

- Você está bem? 

Michael riu.

- Sim, por que a pergunta?

- Não é normal você ser gentil.

- Um lado meu que não conhece. Ainda há muitos lados meus que gostaria de conhecer - Ana suspirou quando sua pele se arrepiou. Seus mamilos endureceram e sua calcinha ganhou aquela umidade costumeira de quando ele estava por perto.

- Creio que conheço o único lado que devo conhecer, o profissional - Disse altiva.

Porra, ela era impossível. E esse jeito dela fazia estrago no 'amigo' de Michael.

- Você é uma megera, sabia? - Ele disse divertido.

Se Ana já estava irritada antes, isso triplicou.

- Seu... seu - Ela mordeu a língua para não xingá-lo - Já fez o que veio fazer aqui e eu agradeço por isso, agora se me der licença.

- Na verdade não darei - Ele empurrou um pouco a porta e entrou - Me ofereça uma bebida.

- Hã? - Disse incrédula.

- Você ouviu, Anastácia.

Ela bufou irritada e caminhou para a cozinha, voltando de lá com um copo de água.

Ora essa ela não ia gastar um gole sequer do seu uísque ou de suas bebidas com aquele cretino.
Ele pegou o copo e tomou um gole, olhando para Ana sugestivamente.

Ela tentou disfarçar, mas sua vontade foi de gemer quando ela observou os lábios macios dele encostando-se no copo.

- Sua casa é bonita - Elogiou, entregando o copo de volta pra ela.

- Obrigada.

- Mora sozinha?

- Com um amigo - Ele largou o porta-retrato que olhava e virou-se para fitá-la.

- Amigo? - Arqueou a sobrancelha.

- É, amigo. Sabe o que é isso? Já teve um? - O rosto dela estava vermelho e sua vontade era de socar aquele idiota, depois tirar sua roupa, ajoelhar-se ao seus pés e chupá-lo até ele gozar na sua boca.

Ela mordeu os lábios diante do pensamento, seus olhos desviaram para a calça dele e sua respiração ofegou.

Isso tinha sido demais para ele. Michael aguentou um mês essa tortura, mas agora ele teria de foder essa megera... Essa deliciosa megera.

- Estamos sozinhos? - Perguntou.

- Sim, mas o que...

- Feche a porta - Ele interrompeu-a.

- O que?

- Feche, agora, Anastácia - Um tremor perpassou seu corpo quando a lógica a atingiu.

Ela sabia bem o que aconteceria se ela trancasse a porta. Um lado dela mandava que ela o empurrasse porta a fora e o denunciasse por assédio sexual. Mas seu lado mais forte e mais realista lhe esfregava na cara que o que ela mais queria era trancar aquela porta e esquecer-se de tudo lá fora, enquanto ele a emprensasse contra a parede.

Bem, de fato ela não pensou em nada quando virou-se e caminhou até a porta, quando a chave virou a primeira volta ela sentiu seus seios serem amassados contra a madeira da porta e uma ereção poderosa roçar suas nádegas.

Michael não se fez de rogad, arrumou um montante dos cabelos dela em suas mãos e inclinou a cabeça de Ana para o lado, sugando seu pescoço avidamente. Ana espalmou as mãos na porta e soltou um longo gemido, suas pernas se separando instintivamente.

Michael ergueu sua saia até a cintura. Ele ofegou com a visão a sua frente. Ana estava com uma lingerie vermelha, que destacava em sua pele branca. Ele sabia que por baixo daquelas roupas essa mulher era um furacão.

Ele abaixou-se para beijar e morder as nádegas dela por unsegundos. Ana gemeu e mexeu seus quadris insanamente. Michael não pode mais esperar, levou seus dedos para as laterais da calcinha dela e puxou-a de um só vez, rasgando-a. Ele guardou-a em seu bolso, com um sorriso malicioso nos lábios.

Suas mãos foram para o quadril dela e ele puxou-a um pouco mais para trás, empinando bem sua bunda.

Ana ouviu o barulho do seu zíper sendo desfeito, logo sentiu a glande molhada empurrando em sua entrada. Ele mordeu-a no ombros antes de empurrar-se para dentro dela em uma única estocada.

- Ohh meu Deus - Ela gritou, suas unhas arranhando a porta. Michael continuou parado - Mova-se - Pediu desesperada.

- Peça por favor - Ele sussurrou em seu ouvido. Ana revirou os olhos, tentando empurrar seus quadris, sem sucesso.

- Por favor vá se foder, cretino. - Disse entre dentes.

- Vou foder você, mas para isso você terá de pedir, megera impossível.

- Idiota.

Michael tirou a mão dos quadris dela e levou-a aos seios de Ana, apertando-os e trazendo-a para trás bruscamente.

- Peça ou não deixarei você gozar - Elee apertou seus mamilos mais uma vez e Ana choramingou.

- Por favor, maldito cretino, me faça gozar.

Michael sorriu.

- Talvez, garota insolente.

Ele começou a se mover, empurrando para dentro dela com uma fome animal. O barulho de seus gemidos e dos corpos impactando era a única coisa ouvida ali.

A cabeça de Ana caiu contra o ombro dele. Seus gemidos aumentando a cada poderosa estocada.
Ele arremeteu contra ela cada vez com mais ímpeto, seus dedos varrendo o clitóris dela.

- Gosta disso não é? Sua falsa santa - Disse contra o pescoço dela.

Ana arranhou-o no braço, tentando puni-lo, só conseguiu deixá-lo mais excitado.

Ana apertou-se em torno dele, todo seu corpo retesando-se para seguida se estilhaçar em fragmentos, em um orgasmo que deixou-a atordoada. Michael veio em seguida, suas pernas também tremulando pelo forte orgasmo.

Quando senti firmeza suficiente ele saiu de dentro dela e arrumou sua calça, em seguida desceu a saia dela. Ana ainda não havia se mexido.

- Anastácia...

- Não - Interrompeu-o - Apenas vá embora. - Ela finalmente se desencostou da porta e abriu-a para que ele passasse.

Eles não olharam um pro outro.

Michael saiu e ela fechou a porta atrás de si.


O que foi isso bom Deus?


Capítulo 7


Ana caiu contra o sofá... Sua cabeça repetindo as cenas do que acabara de ocorrer.
Ela havia mesmo acabado de transar com seu chefe idiota? Ela havia mesmo feito isso encostada na sua porta? E o quão bom foi aquilo, santo Cristo?

Suas entranhas ainda estavam doloridas, suas pernas trêmulas e seu clitóris pulsando, sem falar que o cheiro dele estava impregnado nela.

Ana levantou-se em um sobressalto e fugiu para o banheiro, retirando suas roupas em tempo recorde e entrabdo embaixo do chuveiro. Ela precisava se livrar daquele cheiro, de qualquer vestígio daquele homem.

Aquilo na sala havia sido um erro e não ia se repetir, nunca mais. Mesmo que tenha sido o melhor sexo da sua vida e que nesse exato momento ela estava desejando tê-lo dentro dela novamente.

- Não, idiota! - Ralhou consigo mesma.

(...)

Michael chegou ao seu apartamento e jogou-se no sofá, um sorriso brotou em seus lábios quando as cenas do que acontecera a minutos atrás invadiram sua mente.

Aquela celibatária de uma figa era mais gostosa do que ele imaginava, ele queria negar a si mesmo, mas a cena do seu traseiro empinado não sairia de sua mente por um longo tempo.
Michael capturou a calcinha que ele carregava no bolso e olhou-a demoradamente, era uma peça muito bonita e a marca na etiqueta lhe dizia que era uma peça cara.

Então quer dizer que a falsa santa gasta uma boa grana em lingeries? - Perguntou-se - Mas para que, se ela nem ao menos se arruma, ou não faz questão de ser do tipo sedutora?
Aquela garota o confundia.

Ele levou a renda bem trabalhada ao rosto e cheirou-a, inebriando-se com o cheiro dela. Seu cheiro de mulher.

Ah, ele desejou estar de volta no apartamento dela, para enterrar seu rosto entre aquelas pernas... Pena que isso não voltaria a acontecer. Fora uma transa maravilhosa, mas não poderia se repetir, já que se isso acontecesse novamente a relação patrão/empregada se complicaria, e o que ele menos queria agora era envolver-se emocionalmente com alguém.


Capítulo 8


O dia amanhecera nublado e cinzento, uma completa extensão de como Ana se sentia. Depois de passar toda a noite olhando para o teto e reviver o que acontecera algumas horas atrás, ela não conseguiu pregar o olho.

Só poderia ser castigo!

Quando Ana sentou-se na sua mesa de café-da-manhã e delatou a Henry o que acabara de acontecer, ela viu seu amigo ficar pálido de surpresa, depois teve de aguentar suas gracinhas e só Deus sabe quanto ela agradeceu quando, Henrique, o namorado de Henry, chegou e levou-o para o quarto.

Depois do banho ela secou os cabelos e escolheu uma das melhores lingeries, com direito a meias 3/4 e uma cinta liga. Uma saia lápis preta e uma camisa de botões branca. Ela odiava saltos e maquiagem, mas sentiu a estranha sensação de que deveria usar ambos. Quando estava pronta ela saiu de seu quarto e, infelizmente, encontrou Henry na sala.

- UAU - Ele disse exagerando no tom de voz.

- Ai o que há criatura?

- Você - Ele apontou para Ana - O que uma foda não faz, não é mesmo, Anastácia?

- Não encha meu saco, Henry! - Bufou irritada.

Passou pelo amigo e saiu batendo a porta.

Ela precisava se preparar psicologicamente para ficar frente a frente com o idiota.

Ana já tinha feito uma nota mental de apenas fingir que nada aconteceu.

Ela recebeu alguns olhares enquanto caminhava pelos corredores do congresso, que estranhamente não a deixaram desconfortável.

- Bom dia - Ela disse séria, sentando-se atrás de sua mesa.

- Bom dia, Ana - Jules respondeu sorridente.

- Temos os slides para a reunião de hoje prontos?

- Não - Jules respondeu. Ela abriu sua bolsa e capturou seu batom vermelho-sangue, passando-o nos lábios em seguida - Não me meto muito nos assuntos daqui, resolvo mais as coisas relacionadas a empresa.

- Então por que vem para cá? - Perguntou rude. Jules riu.

- Bom, gosto de acompanhar o patrãozinho.

"Ohh claro, e gosta mais ainda de servir de boneca inflável para ele" - Ana gritou mentalmente.

- OK, farei os slides agora. Avise ao senador que esperarei na sala de reuniões - Jules assentiu, olhando-a demoradamente.

Quando Ana se afastou Jules correu para a sala de Michael. Ela sentou-se na cadeira em sua frente, esperando que ele encerrasse a ligação.

- Sim, Samy... Jantaremos amanhã então... OK... Beijo meu anjo - Ele desligou o celular e encarou Jules.

- Nem me olhe assim - Ela riu - Sabe quem chegou dentro de uma saia lápis e meias 3/4? - Ergueu a sobrancelha.

- Não faço a mínima ideia.

- A nossa assessora gostosa.

- O que? - Perguntou duas oitavas mais alto.

- Bem, não sei que tipo de foda teve com ela, mas você despertou o furacão que há dentro dela. A mudança foi impressionante.

- Onde ela está? - Perguntou.

- Na sala de reuniões.

Michael sorriu e mais que depressa deixou sua sala. Ele precisava ver esse espetáculo. Só em Jules falar ele já havia ficado ereto. Imagina só como aquela megera estaria apetitosa.

Michael entrou na sala e encontrou Ana om o traseiro empinado, ela provavelmente havia derrubado algo e estava pegando.

- Porra - Michael grunhiu com a cena.

Ele dissera a si mesmo que não transaria mais com ela, mas nem se ele se esforçasse muito ele poderia ir embora dali sem pegá-la de jeito.

- Será só mais uma vez - Garantiu a si mesmo, enquanto passava a tranca na porta. Só quando ouviu o barulho da tranca que Ana se virou.

- Em que posso ajudá-lo, senador? - Disse de sobrancelha erguida. Tentava desesperadamente parecer casual e indiferente.

- Os slides estão prontos? - Ele aproximou-se.

- Sim. Ao contrário da boneca inflável que anda ao seu lado, sou eficiente.

- Boneca inflável? - Perguntou de cenho franzido.

- A Jules, é claro - Michael riu discretamente.

- Você é mesmo uma megera, sabia?

- Ohh, sem elogios a essa hora, por favor - Revirou os olhos. Michael devorou-a com os olhos, seu olhar demorando um tempo demasiadamente longo na blusa branca que agarrava-se ao seus seios.

- Pare de me olhar assim. Quer ser denunciado por assédio sexual?

- Eu que poderia te denunciar por assédio, senhorita Dobrev. - Ana riu dobrando-se exageradamente.

- Não fui eu quem foi até a sua casa, não fui eu quem te fodi encostado em uma porta, não fui eu quem rasguei sua cueca e roubei-a... Então quem cometeu assédio aqui?

- Você deixou que eu entrasse em seu apartamento - Ele aproximou-se - Deixou que eu te fodesse contra a porta - Ele deu mais um passo - E adorou que rasguei sua calcinha - Agora ele estava á centímetros dela, suas respirações se misturavam.

- O que droga está esperando para fazer isso de novo? - Desafiou-o.

- Megera - Xingou.

- Bastardo - Ofendeu-o de volta.

Segundos depois estavam completamente entregues um ao outro. As bocas unidas em um beijo intenso, as línguas duelando, os lábios pressionados um no outro ao ponto de doerem. Michael agarrou os cabelos da nuca dela rudemente, afastando seu rosto do dela, ele aproveitou para morder seu queixo, lábios e pescoço ao seu bel prazer.

Ana já estava gemendo, completamente em êxtase. Ele desabotoou impacientemente três botões da blusa dela e puxou a taça do seu sutiã para baixo, para assim puxar seu mamilo entre os dentes.

- Ohhh meu Deus - Ana gritou, pendendo a cabeça para trás. Ela ergueu sua perna, enlaçando a cintura dele.

Enquanto ainda trabalhava nos sios dela Michael rumou as mãos para a barra da saia dela, erguendo-a rapidamente. Feito isso, ele segurou ambas as laterais da calcinha dela, rasgando a peça e guardando-a no bolso do paletó. Seus dedos roçaram na intimidade de Ana e ele constatou o quão molhada ela estava.

- Sempre assim, disponível para mim, não é?

- Nunca - Respondeu ofegante.

Michael tomou seus lábios mais uma vez, enquanto isso Ana trabalhou para desfazer seu cinto e zíper, baixando as calças dele. Michael encostou-a na mesa e a fez sentar, abrindo suas pernas.

- Você colocou essa lingerie de propósito - Disse entre mordidas no pescoço dela.

- Pare de falar... Você seria perfeito se fosse mudo.

Dada a provocação Michael enterrou-se dentro dela, em uma única estocada.

Ana mordeu o lábio pelo prazer que aquele ato brusco causou-a. Michael chupo-lhe o pescoço, demonstrando a ela, que pelo menos ali, ele dava a última palavra e ela só podia render-se.

- Megera malditamente gostosa - Grunhiu estocando-a com cada vez mais rapidez.

- Bastardo... Ohhhhh... Cretino delicioso - Ela agarrou- se aos ombros dele quando as estocadas ficaram fortes ao ponto de desequilibrá-la.

- Goze, Ana... Eu amo vê-la gozar.

Como se sua voz tivesse ativado o ponto certo, Ana gozou... Maravilhosos segundos de puro êxtase. Enquanto ela ainda estava em seu torpor Michael também gozou, com um gemido gutural.

Nesse exato momento Jules bate na porta.

- Senador, os demais políticos chegaram para a reunião.

Michael ergue a cabeça e conseguiu formular uma frase.

- Enrole-os por 5 minutos, Jules.

Ana empurrou-o e pôs-se a ajeitar suas roupas. Michael fez o mesmo, rumando para destrancar a porta em seguida.

10 Minutos depois eles estavam trabalhando lado a lado na reunião, como se nada tivesse acontecido.


Capítulo 9


Por Michael

Uma semana, uma maldita semana sem tocar na desgraçada da Anastácia e por isso eu estava ficando louco.

Aquela megera deliciosa não saia da minha mente um segundo sequer e vê-la andando dentro daquelas saias apertadas, camisas sociais e meias 3/4 não estava ajudando em nada. Ela estava fazendo de propósito, só podia ser! De alguma maneira ela sabia que aquilo me deixava com uma ereção monstruosa.

Nos últimos 3 dias preferi nem ir ao congresso, fiquei apenas cuidando dos negócios da minha empresa, adiantando pendências, mas de nada adiantou, bastou ela me ligar para informar que havia trabalho no meu e-mail que tudo voltou. Lá estava aquela ereção me dizendo "TRANSE COM A SUA ASSESSORA".

Bebidas, masturbação, rapidinhas com Jule, nada, absolutamente nada, melhorou minha situação.

Eu ficava feito um idiota olhando para a calcinha dela, que eu carregava comigo.

Santa celibatária megera!

- Jules, algum compromisso para a tarde? - Perguntei deixando minha sala.

- Bem, você tem de ir ao congresso hoje.

- Tudo, menos aquele congresso. Enrole o quanto puder, mas eu não piso lá.

- Isso não vai ajudar.

- Não se meta Jules. Vá para casa, te vejo na segunda.

- Bem, se precisar de qualquer coisa, me ligue - Jules disse insinuativa.

- Pode deixar.

(...)

- Boa noite, Samy - Michael disse adentrando apresadamente a sala.

- Hey, baby, nem vai me dar um abraço? - Ela perguntou sorridente, ajeitando o decote disfarçadamente, é claro.

- Desculpe, amor - Michael apertou-a em seus braços e deu-lhe um demorado beijo na testa.
Samy suspirou, desejando arduamente esses lábios beijando todo seu corpo.

- Algum problema, meu anjo? - Ela puxou-o para o sofá e sentou-se, encostando a cabeça em seu colo, como sempre fazia - Parece preocupado.

- Estou é desesperado, essa é a palavra certa. - Ele bufou, afrouxando a gravata.

- Você, desesperado? - Ela arqueou a sobrancelha - Algum problema no trabalho?

- Sim e não.

- Você está confuso e me deixando confusa também. - Ela riu e ele acompanhou seu riso.

- Bem, é minha assessora... Lembra dela? - Samy assentiu, já de cenho franzido - Eu transei com ela... Duas vezes... e... Porra! Eu não consigo parar de pensar nela. O que eu faço, Samy?

Ela arregalou os olhos, completamente chocada com a confissão dele, ela jamais o vira assim. E Samy não estava gostando nada disso.

Naquela noite eles conversaram por horas, jantaram e Samy não deixou-o ir para casa. Ela aproveitou seu sono para cobiçá-lo durante boa parte da noite.

Ah... ela tiraria essa mulher de seu caminho, sem dúvida ela faria isso.

(...)

Na manhã de segunda-feira Michael não voltou ao congresso e sim a sua empresa. O que deixou Ana xingando-o durante horas.

Além de idiota e arrogante ele era um irresponsável!

A verdade era que toda aquele chilique era por que ela estava morrendo de saudades dele. Daquele jeito arrogante e mandão, daquele sorriso cínico, daqueles olhares perturbadores, daquela boca pressionando a sua... Mas é claro que Ana não iria admitir isso nem para si mesma.
Ela xingou em voz alta quando digitou errado pela décima vez. Sua cabeça estava uma bagunça, e antes fosse só a cabeça... A excitação mal contida de toda a semana deixou-a um lixo.

- Bom dia - Ana levantou a cabeça e viu uma bela mulher parada a sua frente. Muito bem vestida e de porte extremamente elegante.

- Bom dia - Respondeu.

- O Michael está? - Samy lançou um olhar de desprezo para Ana. Olhar esse que foi retribuído.

- Ele não se encontra, provavelmente irá encontrá-lo na sua empresa.

- Não, ele virá, eu disse que estaria aqui e ele não me deixaria esperando - Ela sorriu cinicamente.

- Ohh que bom então. Só assim pra ele se lembrar que é um senador, por tanto precisar vir ao congresso. - Ela retribuiu o sorriso cínico - Se me der licença, tenho pendências a resolver - Ana levantou-se e saiu da sala.


Samy analisou-a demoradamente e teve de concordar com Michael, ela era linda e aquela vaca era petulante e ardilosa, um tipo de mulher com a qual Michael não estava acostumado a lidar. Ela era um desafio! Não só para Michael, mas para Samy também.


Capítulo 10


Ana estava praguejando alguns xingamentos enquanto caminhava apressada pelos corredores do congresso. Ela precisou sair dali ou enforcaria aquela mulher. Ultimamente seus nervos estavam no limite. E só de pensar que aquela vaca de salto era mais uma das transas do bastardo idiota, ela sentia mais vontade ainda de cometer um assassinato.

Seu salto envergou e ela quase foi ao chão. Bem, isso teria acontecido se duas mãos fortes não tivessem agarrado sua cintura. Ela reconheceu aquele toque e aquele cheiro imediatamente e seus olhos ergueram-se, enquanto ela o fazia sua respiração se alterava e seu coração acelerava. Um par de olhos negros a fitaram por segundos, os olhos fixos um no outro, até que ambos desceram os olhares para os lábios um do outro. Ana lambeu os lábios secos e Michael apertou mais firme sua cintura quando viu tal cena.

Eles estavam a ponto de se atacarem ali mesmo, sem nem mesmo lembrar que estavam parados em meio ao corredor do congresso.

- Atrapalho? - Uma voz feminina tirou-os do transe. Ana revirou os olhos quando viu a arrogante a sua frente.

- Maninha - Michael largou Ana tão abruptamente, que ela quase foi ao chão novamente. A pobre sentiu-se um saco de batatas.

Maninha?! Então aquela vaca era irmã dele? Só poderia ser, metida daquele jeito.

Michael abraçou Samy demoradamente e depois beijou sua testa.

- Anastácia, estarei na minha sala com Samy, me avise quando o senador Paulo chegar.

- Sim, senhor - Ana disse. Quando ele virou as costas ela mostrou-lhe o dedo do meio.

- Eu vi isso - Jules disse divertida. Ana virou-se e encarou-a.

- E daí? - Dizendo isso, ela retirou-se.

- Megera - Jules disse rindo.

Eles só se encontraram mais uma vez naquele dia. Michael entrou em uma reunião interminável e pediu para que Jules o acompanhasse e que ela levasse os papéis que ele teria de assinar.

(...)

Foram mais 3 dias até que Ana ouvisse falar em Michael. Jules entrou pelos corredores do congresso parecendo preocupada.

- O que há, Jules? - Ana deixou de dar atenção a seu notebook para olhá-la.

- É o Michael - Ela sentou-se em sua mesa e suspirou - Faz 2 dias que ele está trancado no apartamento, aparentemente doente, e olha que nunca o vi faltar um dia de trabalho. Ele deve estar mesmo mal. Estou preocupada.

- Hoje ele tem de vir ao congresso, há uma reunião importante, que não pode ser adiada.

- Eu disse isso a ele da última vez que nos falamos. Ele disse que viria, mas me ligou confirmando.

- Aiii, irresponsável - Rugiu.

- Ana, é sério, ele não está bem.

- E eu com isso? A irmã dele deve estar cuidando dele.

- Não está, ela viajou a trabalho.

Ana suspirou e revirou os olhos, fingindo indiferença, mas tudo para mascarar a sua preocupação.

- OK, eu vou ver se ele poderá comparecer. Ligarei para ele.

- Não. Se fizer isso ele virá nem que seja se arrastando. Vá até a casa dele - Jules puxou um papel e entregou-o a Ana - Faça isso. - Ana pegou o papel, apanhou sua bolsa e preparou-se para sair.

- Mas isso é só pela reunião - Disse antes de sair.

Jules balançou a cabeça em negativa - Sei... Só pela reunião... Mentirosa.

(...)

Ao chegar em frente ao prédio, belíssimo, diga-se de passagem, Ana interfonou e um senhor simpático atendeu-a. Ana explicou a situação ao homem e ele deixou-a entrar, indicando a cobertura como a moradia do senador Jackson.

Ana olhou seu reflexo no espelho do elevador e, por incrível que pareça, gostou do que viu. A camisa amaela de botões, a saia preta e os saltos vermelho, atinha deixado com um ar jovial e sexy. Ela estava gostando dessa Anastácia mais solta que ela estava se tronando.

O elevador parou no último andar do prédio e quando Ana saiu pelo corredor ela não pode deixar de notar tamanha beleza. O lugar era pintado inteiramente de branco, o mármore lustrado do chão, era negro, um quadro lúdico e 2 plantas belíssimas completavam a decoração requintada.

Ela caminhou firmemente até a única porta do corredor e apertou a campaia. Uma jovem senhora, vestida em um terninho azul-marinho, atendeu-a.

- Posso ajudar? - Ela olhou Ana da cabeça aos pés, profissionalmente.

- Desejo falar com o senhor Jackson.

- O senhor Jackson ainda está dormindo, não creio que possa atendê-la.

- Pois diga a ele que sua assessora parlamentar está aqui e é urgente - A mulher suspirou e assentiu.

- Entre e aguarde um minuto, por favor. - Ana entrou e sentou-se no belíssimo sofá cinza.

A sala da casa era um luxo só, como tudo que rodeava o senador. Com uma decoração que ia de moderna a requintada. Levou apenas um minuto para que a senhora voltasse, toda sorrisos.

- Ele pediu que a senhorita subisse.

- Hã? - Perguntou só para ter certeza que não ouvira errado.

- Suba, é a segunda porta a esquerda.

Ainda um poco aturdida Ana subiu as escadas e foi para onde a mulher lhe indicou. Quando ela abriu a porta, deu de cara com Michael parado em meio a uma imensa biblioteca. Os tons de marrom e creme davam ao lugar um aspecto relaxante.

Quando ele virou-se e encarou-a, Ana arregalou os olhos... Ele aprecia mesmo mal.

Estava mais magro, com um aspecto cansado e a barba por fazer. Sem falar no simples pijama de seda cinza que ele trajava. Bem, ele ainda era comestível, mas no momento inspirava cuidados.

- Bom dia, senhor Jackson - Ela cumprimentou-o.

- Bom dia, senhorita Dobrev - Ele pigarreou - Sei que veio falar a respeito da reunião, mas não poderei ir.

- Deveria ir a um hospital.

- Ficarei melhor. Mas voltando ao assunto foco, a reunião é de suam importância e como não há um senador para me representar e nem a mesma pode ser adiada, você tomará meu lugar.

- O que? - Perguntou incrédula.

- Isso mesmo, senhorita, já que se vangloria tanto, me mostre que é capaz.

- Tem certeza? - Michael assentiu e entregou-lhe duas pastas.

- Faça um bom trabalho. Basta mostrar-lhes os papéis, falar dos projetos que estão em uma dessas pastas e trazer as atas para que eu assine quando acabar. - Ana assentiu e preparou-se para sair, mas virou-se e encarou-o antes de deixar o lugar.

- Obrigado pela confiança, senador.


- Disponha, Anastácia - Ambos sorriram e Ana deixou o lugar.



Capítulo 11


Ana ainda desacreditava na confiança que Michael tinha depositado nela. Mesmo agora, 3 horas depois, com a reunião, que foi um sucesso, já terminada e ela já dentro de um táxi, voltando para a casa dele. Mesmo assim Anastácia ainda estava em choque.

Ela que achou que ele jamais confiaria nada a ela. Bem, estava enganada.

Ao entrar no prédio, com a noite já caindo, ela foi recebida pela governanta Dora, que estava se despedindo. A senhora indicou a última porta a esquerda como o local onde Michael estaria. Ana quase correu até lá, excitadíssima para lhe contar do sucesso da reunião.

Ela bateu 3 vezesna porta e como não obteve resposta, ela entrou. Sua surpresa foi imediata ao notar que estava no quarto dele. Ela nem pensou muito, nem prestou atenção em nada, quando o viu debruçado sobre a cama, o rosto torcido pela aparente dor.

- Michael - Disse largando as pastas que carregava em um quanto qualquer e correndo até ele. Ana sentou-se ao seu lado e puxou suas cobertas, levando sua mãos até a testa dele e sentindo-o febril. - Você não está bem, Michael, vamos a um hospital, já!

Ele gemeu algo incompreensível antes de abrir os olhos, e com muito custo virar-se para olhá-la.

- Não precisa. Eu tomei um remédio, vai passar.

- Dane-se! Você vai à um hospital nem que eu tenha que arrastá-lo. Faz 3 dias que está assim.

- Me deixe em paz, Anastácia. Fez o que eu mandei?

- Fiz, mas isso não é assunto para agora, vista isso - Ela jogou para ele uma calça e uma camisa, que estavam em cima de uma cadeira - Sugiro que tome um banho frio, descerei para trazer algo líquido pra você e vamos para o hospital.

- Não vamos não.

- Ahh nós vamos sim. Ande com isso - Disse e deixou o quarto.

Ela voltou 10 minutos depois com um copo de suco em mãos.

Encontrou-o acabando de vestir a camisa. Ana tentou a todo custo ignorar o movimento dos músculos dele enquanto fazia isso. Pigarreou para chamar a atenção, só então Michael virou-se e encarou-a.

- Trouxe o suco. Onde fica as chaves do carro?

- Você não está pensando em dirigir um dos meus bebês, não é?

- Eu não estou pensando, eu vou. Tome logo o suco e vamos. Já consegui o número do seu médico na agenda e ele está indo para o hospital onde você costuma consultar-se.

Michael franziu o cenho, totalmente atordoado. Ninguém jamais ousou gerenciar sua vida e essa megera estava fazendo e o pior de tudo é que ele estava deixando e gostando.

Eles desceram lado-a-lado no elevador e entraram no carro em silêncio. Michael observou com fascinação ela tomar o volante do carro e colocá-lo em movimento.

- Pode parar de me olhar? Está me deixando nervosa.

- Você é impressionante - Ana desviou os olhos da estrada um milésimo de segundo e o viu sorrindo.

Em um dado momento, tomado pelo cansaço e a maldita dor de cabeça, Michael fechou os olhos e Ana aproveitou para certificar-se se sua febre havia baixado.

Michael sorriu quando sentiu o toque de sua mão. Ele teria aberto os olhos e beijado a palma da mãos dela, se suas pálpebras não estivessem tão pesadas e se movimentar-se não parecesse impossível naquele momento.

(...)

Michael acordou sentindo-se imensamente melhor. Antes mesmo de abrir os olhos ele sentiu que estava deitado em uma cama confortável. Ele não se lembrava como havia ido parar ali, mas foram dois enfermeiros que o colocaram em uma maca e levaram-no hospital a dentro.

Michael foi diagnosticado com uma infecção intestinal, agravada por uma forte virose. Nada de grave, mas se não tivesse sido tratado logo poderia se tornar.

Ele finalmente abriu os olhos e ao escrutinizar o quarto ficou eternizado com a cena a sua frente. Ana estava deitada encolhida em uma poltrona próxima a cama. Ela estava desgrenhada, com as roupas amassadas, mas impressionantemente bela.

Ele lembrou-se de tudo que ela fez por ele hoje, tudo isso sem dúvida levou-a a outro patamar em sua vida. Ela tinha passado de uma megera gostosa, para alguém que se importava com ele. E Michael tinha pouquíssimas pessoas que realmente se importavam com ele.

Ela mexeu-se na cadeira e abriu os olhos lentamente. Michael achou-a adorável, como uma obra de arte a quem deve ser admirada.

Ela rapidamente se pôs de pé e aproximou-se dele.

- Você está bem? Sente algo?

- Estou bem - Ele sorriu. Ana derreteu com aquele sorriso.

- Poderemos ir embora amanhã pela manhã, é melhor voltar a dormir.

- Você vai embora antes?

- Só se você quiser. - Ela deu de ombros.

- Fique - Ele pegou as mãos dela e apertou-as suavemente - Por favor - Ela assentiu, sentindo-se maravilhada e nervosa com toda docilidade dele.


Capítulo 12


Na manhã seguinte, Ana voltou com ele no carro, dessa ez sentada no banco do carona. Ambos estavam em silêncio e inquietos, perdidos em seus pensamentos, confusos com o que aconteceu ontem, com toda a preocupação mútua, toda docilidade e carinho que compartilharam... Onde isso os levaria afinal?

- Por que está tomando esse caminho? - Ana perguntou ao notar que ele não dirigia rumo a sua casa.

- Por que estou indo para a minha casa - Respondeu sem olhá-la.

- Bem sua cara - Ela riu sem humor - Não me dará nem uma carona até minha casa.

- Não seja absurda, Anastácia. Não a levarei em casa por que quero você na minha casa.

Ana sentiu sua pele se arrepiar diante das palavras dele, mas ela não deixaria transparecer, é claro.

- Eu não quero ir, portanto me leve em casa.

- Por favor, não vamos começar. Temos de falar sobre a reunião. É apenas isso.

Claro que não era, mas essa desculpa serviria.

A verdade era que Michael estava louco para espalhar Ana em sua cama, admirá-la sem roupa, beijá-la, agradecer da sua forma tudo que ela fez por ele.

Quando entraram no apartamento, Michael pediu que ela o seguisse e Ana o fez.

- Essa reunião não pode acontecer na sua sala, ou biblioteca? - Ela ergueu a sobrancelha.

- Bem, caso não se lembre, ainda estou doente, portanto preciso de repouso e não há melhor lugar para repousar do que aqui - Ele sorriu de canto, diante de sua resposta esperta - Pode começar.

Ele sentou-se em sua cama e Ana capturou as pastas, que deixara em cima de uma mesinha ontem. Ela entregou algmas a ele e põs-se a lhe explicar resumidamente a reunião. Michael a assistia fascinado e extremamente excitado. Seus olhos não conseguiam fixar algo que não fosse as pernas ou os seios de Ana.

- Sugiro que pare de olhar para minhas pernas e assine as atas - Disse brava.

Megera!

Michael assinou os papéis e encarou-a mordendo o lábio.

- Pelo que vejo foi excepcional, senhorita Dobrev - Ana assentiu, agradecida - E queria também lhe agradecer por ter me ajudado ontem.

- Faria por qualquer um - Disse, tentando soar indiferente.

- Tenho certeza que faria - Michael disse inabalável. Ele se pôs de pé e aproximou-se dela, osuficiente para suas respirações se mesclarem - Mas eu sei algo que não faria por qualquer um - Sem pudor algum, ele levou sua mão entre as pernas dela e apertou-a selvagemente. Ana teve de segurar seus ombros para não desabar.

- O que é? - Ela perguntou, completamente extasiada.

Ele trabalhou rapidament em seu cinto, liberando seu membro. Michael segurou os ombros de Ana e a fez se ajoelhar em sua frente.

- Você não chupa qualquer um, não é? - Perguntou malicioso. Ana olhou-o demoradamente e sua vontade era de devorá-lo. Ela negou com a cabeça - Me chupe - Ordenou. Ana não esperou nem um segundo para tomá-lo em sua boca, com toda a vontade louca que ela sentia naquele momento.

Se ele pensara que a tinha dominada, estava enganado! Ela ia deixá-lo louco, sugá-lo até ele esquecer seu próprio nome.

Segurando seu membros com ambas as mãos, ela passou a masturbá-lo, espalhando o líquido de sua excitação. Ao ver a glande inchada e molhada, a boca de Ana salivou, ela soprou levemente ali, fazendo Michael puxar o ar entre os dentes. Sem mais poder esperar ela voltou a tomá-lo em sua boca, até a glande de seu membro encontrar a sua garganta. Ana sufocou a ânsia de vômito e permaneceu prendendo-o em seus lábios. Sua língua passeou avidamente por toda a extensão do membro dele.

- Que boca é essa - Michael grunhiu, agarrando-lhe os cabelos.

Ana tirou-o de sua boca e voltou a colocá-lo, fazendo isso com cada vez mais rapidez.

Em segundos Michael estava ofegante, gemendo, trêmulo. Seus quadris se moviam de encontro a boca dela. Ele segurou seu rosto, fazendo-a parar.

- Ainda não - Michael trouxe-a para cima e beijou-a longorosamente. Enquanto o fazia, ele aproveitou para apertar-lhe os seios e nádegas, fazendo Ana gemer a cada ataque de suas mãos hábeis.

Quando deu por si, Ana já estava sendo arremesada contra a cama. Ela abriu as pernas, convidativa e Michael ajoelhou-se entre elas. Segurando seu membro, ele roçou a glande no clitóris inchado dela, brincando com o pequeno nervo.

- Por favor - Ana pediu sôfrega.

- Isso, Anastácia... Implore - Sorriu vitorioso.

Ana abriu os olhos e encarou-o com irritação. Ela empurrou-o, fazendo-o cair sobre a cama e montou-o, completamente preenchida por ele.

Michael agarrou suas coxas e lutou bravamente para não fechar os olhos enquanto ela cavalgava sobre ele.

Ela era uma visão! Sua pele alva salpicada por gotas de suor, seus cabelos longos e ruivos grudando em seu rosto, seus seios de tamanhos ideais saltando enquanto ela movia-se sobre ele.

Sem poder mais ficar longe de seus lábios, Michael ergeu-se, sentando-se. Trouxe os braços dela para cingirem seu pescoço e encarou-a. Ana sorriu e pôs-se a mover-se novamente, rebolando sobre 'ele' com maestria.

- Linda - Michael elogiou, hipnotizado com o brilho fulgurante de seus olhos.

Os dois voltaram a se beijar. Completamente abandonados ao extase do momento... Ana gozou, gemendo o nome dele, suas unhas cravando dolorosamente nas costas de Michael. Em seguida foi a vez dele chegar ao clímax, sua cabeça reclinando para trás, enquanto seu corpo tremia e de seus lábios o nome de Ana escapava ruidosamente.

Ele ajeitou-se sobre a cama e trouxe Ana para mas próximo de si.

Foram minutos silenciosos até Ana fazer mensão de levantar-se. Michael impediu-a.

- Onde vai? - Perguntou de cenho franzido.

- Para casa.

- Almoce comigo, pedirei para Dora fazer algo especial.

- Eu... eu não sei - Disse hesitante. Ela ainda não se sentia confortável com toda essa intimidade.

- Por favor - Ele sorriu afável e Ana derreteu-se.

- Tudo bem - Ele puxou-a de volta para seus braços.

Cansada demais por ter passado quase toda a noite em claro, Ana logo dormiu.

Acordou horas depois, um pouco desorientada e sozinha na enorme cama.

Levantou-se em um sobressalto e mais que depressa catou suas roupas e correu para o banheiro. Precisava banhar-se e vestir-se. Ela fez sua higiene rapidamente, seu corpo clamava por um bom banho, mas ela não iria usar o banheiro e as coisas de Michael sem sua permissão. Antes de sair do banheiro ela pegou o celular e enviou uma mensagem para Henry.

"Almoçarei com o senador, não se preocupe"

Segundo depois ela recebeu como resposta:

"Você dormiu com o senador e agora vai almoçar com ele? Para quando é o casamento?"

"Não seja ridículo.Te explico tudo mais tarde"

Ao sair do banheiro ela deu de cara om Michael, encostado no umbral da porta, braços cruzados, sorriso largo no rosto.

- O almoço está pronto, vamos? - Ele estendeu-lhe a mão e Ana segurou-a.

(...)

- Você é mesmo ridículo - Ana revirou os olhos e fez uma careta.

- Você que é uma megera - Michael gargalhou quando Ana mostrou-lhe o dedo do meio.

Eles estavam sentados no felpudo tapete da sala de vídeos da casa. Ana estava xingando-o por que em meio ao filme de terror que assistiam, Michael aproveitou seu momento de concentração para lhe dar um susto.

Fazia 2 horas que estavam juntos e mesmo que nenhum dos dois quisesse admitir, eles não queriam se separar.

Almoçaram juntos, conversando e rindo. Michael então convenceu-a de ficar e assistir um filme com ele e agora estava querendo muito que ela ficasse para o jantar.

- Agora é sério, eu tenho de ir - Ela levantou-se e ajeitou a roupa - Pode pedir a Dora que busque minha bolsa? - Michael levantou-se.

- Eu gostaria que ficasse para o jantar.

- Não posso, Michael, tenho trabalho a fazer, já que não fomos ao congresso hoje. E você está ótimo, não precisa mais de babá - Ele riu suavemente.

- Obrigado - Ele disse, o rosto a poucos centímetros do dela, sua mão acariciando a bochecha de Ana - Eu adorei passar um tempo com você - Ana encarou-o e não gostou nem um pouco da forma que seu coração acelerou ao fazê-lo.

- Não foi nada, gosto de ajudar. - Disse ofegante.

- Eu sei... E isso é encantador - Ele deu mais um passo e encostou seus lábios nos dela, roçando-os calmamente. Ana afastou-se antes del aprofundar o beijo.

- Tenho mesmo de ir - Ela saiu apressada da sala, encontrando Dora com sua bolsa. Ela agradeceu a jovem senhora e rumou para a porta.

- Te acompanho - Ela ouviu Michael dizer a suas costas, mas não virou-se para olhá-lo.

- Bem, até amanhã, senador.

- Eu posso levá-la em casa...

- Não, obrigado. Eu pego um táxi, sem problema.

- Então nos vemos amanhã, e mais uma vez, obrigado por tudo - Ana sorriu. Michael reclinou-se para beijá-la, mas Ana afastou-se novamente.

- Tchau - Acenou, caminhando apressadamente para a saída.

Megera! Linda megera!

(...)

- Não acredito! - Henry gritou, assim que Ana terminou seu relato.

Eles estavam esparramados sobre a cama de Ana, um filme qualquer rolava na TV e entre eles estava um enorme recipiente de pipoca.

Ana havia acabado de lhe contar o que ocorrera na última noite durante todo o dia.

- Pois é - Ela deu de ombros - Mas agora já era, amanhã tudo volta a ser como era antes. Eu volto a ser sua assessora e nada mais.

- Uma ova! - Henry gritou novamente - Está na cara que está caidinha por ele.

- Pode até ser, mas não é recíproco.

- Não? E o que foi tudo que me contou agora?

- Ele só ficou agradecido, Henry. Percebi que ele é bastante só, com certeza lhe agradou ter minha companhia.

- Claro que isso também, mas meu faro me diz que há muto mais.

- Pois seus faro está errado.

- Não está não - Disse convicto - Estrela, escute bem, tenha cuidado com isso, você pode até parecer uma grandíssima megera auto-suficiente - Ana deu uma tapa e ambas riram - É sério, Estrela, você é muito frágil.

- Pare de drama, seu chato - A campaia tocou e Henry correu para atender a porta.

Um filme, uma pizza e 2 horas de conversa se passaram até Ana se refugiar em seu quarto e dormir com o sorriso de Michael povoando seus pensamentos.

Capítulo 13


Ana sentou-se na sua mesa e ligou seu computador, enquanto esperava o aparelho ligar, pescou seu celular na bolsa e respondeu a mensagem de Henry.

Passos na entrada do corredor chamaram a sua atenção e ela ergueu os olhos. Michael pareceu-lhe esplendoroso dentro daquela calça social preta, camisa de manga longa branca, colete combinando perfeitamente com sua calça e seu paletó repousava em seu braço. Ana demorou demasiado tempo admirando seus cabelos, e sua vontade imediata foi de enterrar seus dedos ali, puxar-lhe para um beijo e implorar para ele estar dentro dela.

A cena a seguir desmanchou toda a aura de tesão que tinha lhe tomado.

Jules sorriu com algo que ele disse e chegou perto de seu ouvido, falhando-lhe algo que o fez sorrir.

Ana fechou a cara imediatamente.

- Bom dia, Ana - Jules cumprimentou sorridente, ao sentar-se em sua mesa.

- Não há motivos para um bom dia - Disse sem olhá-la.

- Bom dia, Anastácia - Foi a vez de Michael cumprimentá-la.

Esse ela fez questão de encarar.

- Como disse a Jules, não acho motivos para esse ser um bom dia. - Michael franziu o cenho.

O que deu naquela megera?

- Bem, sugiro que melhore seus modos, se tem algum problema pessoal lhe afligindo, deixe-o lá fora, aqui é lugar de trabalho e cordialidade, por tanto aprenda a ser menos amarga e comece a fingir uma educação que de fato não tem - Ana arregalou os olhos.

Sua vontade foi de mandá-lo ir se foder, mas não podia esquecer que ele era seu patrão e de qualquer forma ela precisava desse emprego. Então engoliu os xingamentos que estavam presos em seus garganta e assentiu.

- Desculpe senador - Ela sorriu falsamente - Prometo melhorar - Michael assentiu sério.

- Melhor assim. Está fazendo algo que não possa ser interrompido agora? - Perguntou.

- Sim, estou acabando de fazer as contas de uma licitação pendente. Acabo em cerca de 20 minutos.

- Esteja em minha sala quando terminar - Ana assentiu - Jules, me siga - Jules levantou-se e seguiu com ele para a sua sala, fechando a porta em seguida.

Ana grunhiu e despejou a infinidade de palavrões que desejava dirigir a ele.

Ridículo! Cretino! Bastardo! Idiota! Irresponsável! Fodedor de secretárias!

Palavrões proferidos e 3 canetas quebradas depois de seu aceso de raiva, Ana estava mais calma e procurou voltar ao seu trabalho, só conseguiu concentrar-se por que Jules não tinha ficado dentro da sala do senador com ele.

Ana franziu o cenho e refez a conta pela milésima vez. O trabalho que era para ter durado 20 minutos, já havia tomado quase 1 hora e ela ainda não havia encontrado solução para o problema. Sem mais saídas, ela chamou Jules.

- Relaxe, querida, suas contas estão certas. - Jules piscou o olho para ela. A moça olhou um tempo demasiadamente longo para o pequeno decote de Ana. Ana mexeu-se desconfortável e ela desviou o olhar.

- Claro que não estão. Essa licitação está parecendo super faturada - Ela constatou boquiaberta.

- Só uma forma do senador ganhar 'por fora'.

- Mas isso é errado - Disse irritada.

- Mas você não tem nada a ver. Sugiro que cale essa sua boquinha linda em relação a isso. É normal esse tipo de coisa entre os políticos. Finja que nem viu - Jules deu de ombros.

Ora, 'fingir que não vi?' E acaso sou cega? Não entrei para a política para acobertar esse tipo de coisa. Não era assim tão sério, mas ainda assim um desvio de carater. Também o que eu poderia esperar de Michael Jackson? - Ana perguntou-se interiormente.

(...)

Ela entrou na sala de Michael um par de minutos depois. Sorrindo largamente.

Michael encarou-a, achando hilário seu evidente sorriso falso.

- Em que posso ajudá-lo senador?

- Em muitas coisas, Anastácia - Ele disse sedutor. Ana sentiu seu corpo arrepiar-se e seus mamilos beliscaram por baixo da sua blusa.

Maldito efeito causado por esse cretino!

- Pois sugiro que seja todos casos profissionais, caso contrário não poderei lhe ajudar - Ela encarou-o desafiadora.

- Pois lhe digo que não são - Ele levantou-se e circulou a mesa - E estou bastante inclinado a fazê-la mudar de opinião.

- E eu estou inclinadíssima a não ceder - Ela sorriu.

- Mesmo? - Ana assenou firmemente - Então pode se retirar, mas antes só tenho mais uma coisa a lhe dizer - Ele circundou a cadeira onde Ana estava sentada e inclinou-se para falar em seu ouvido. Os lábios dele roçando na pele sensível de Ana - Ontem a noite eu não consegui dormir - A respiração de Ana tornou-se arquejante.

- E? - Perguntou com dificuldade.

- E a culpa é sua. Por que a imagem dos seus seios fartos e da sua intimidade molhada não saiu dos meus pensamentos, e eu sonhei em chupar seus mamilos, até vê-los vermelhos e me enterrar no seu sexo até ele se apertar em torno de mim e eu vê-la gozar.

Ana parou de respirar. Deus, como ela acharia ar diante dessas palavras? Como impedir a sua intimidade de pulsar e derramar sulcos de excitação?

- Agora pode ir senhorita Dobrev - Ana encarou-o por alguns segundos e teve duas vontades: Primeiro de estapeá-lo por ele ter aquela cara cínica e aquele sorriso presunçoso. Segundo, beijar aquela boca carnuda e bem desenhada.

Lutando contra todo seu desejo, ela firmou-se em suas pernas trêmulas e caminhou até a porta. Ela ia sair... Iria, se sua fome dele não fosse tão primitiva. Ela trancou a porta e voltou até Michael, empurrando-o na cadeira mais próxima. Sem dizer uma palavra ela ergueu a saia e tirou sua calcinha, tudo isso tendo como plateia o olhar faminto de Michael.

Ela abixou-se o suficiente para livrá-lo do cinto, abrir sua calça e liberar seu membro. Grande, grosso, duro, pulsando em suas mãos. Sua boca salivou diante da visão, mas ela tinha urgência demais para não tê-lo dentro de si, já.

Ela montou-o, sentindo-o alargando a sua intinidade, a cada centímetro a mais dentro dela. Foi audível o suspiro de ambos quando ele estava completamente alojado nela.

Ana imediatamente passou a se mover. Ora subindo e descendo por toda a sua extensão, ora rebolando o mais languidamente que conseguia. Ela estava trêmula e suada, ele estava gemendo a cada pequeno movimento.

As mãos dele, que antes estavam agarradas as nádegas dela, subiram a blusa de Ana até desbobrir seu sutiã rosa. Era totalmente ambíguo, aquela mulher selvagem montando-o feito uma perfeita amazonas, vestida em uma lingerie quase inocente. Ele afastou a taça do sutiã, liberando apenas uma parte do seu seio. Levanto sua boca faminta até o lugar, ele mordeu seu mamilo turgido, em seguida lambeu-o suavemente, para finalizar a tortura com uma sucção, que fez Ana estremecer.

- Michael - Ela gritou, agarrada aos seus cabelos.

Perdida no êxtase do momento, Ana intensificou sua cavalgada, querendo mais dele, querendo tudo dele, querendo todo ele dentro de si. Não parecia suficiente o quanto estavam unidos.

O gozo a atravessou, estilhaçando-a. Deixando-a trêmula e perdida. O de Michael não foi diferente. E ambos pensaram naquele momento como seria quando não pudessem ter mais um ao outro, se conseguiriam viver sem isso.

Quando a respiração voltou ao normal Ana saiu de seu colo, mas a vontade era de permanecer lá o resto do dia. Ela abaixou-se para pegar a calcinha, mas Michael foi mais rápido, pegando-a e guardando-a em seu bolso.

- Essa é minha - Ele sorriu maliciosamente.

- Seu grande safado - Ela riu.

- Somos, assessora, somos.

- Vou voltar ao trabalho - Ela ajeitou-se e destrancou a porta.

- Ana - Ela virou-se - Adorei sua profissionalidade - Ela mostrou-lhe o dedo do meio e saiu rindo.

Ela era uma megera... totalmente adorável - Ele pensou.

Capítulo 14


O resto do dia na empresa passou-se em sua normalidade. Ana só voltou a sala de Michael mais uma vez, mas nada além de olhares sugestivos aconteceu, já que havia mais dois homens com ele.
Ana agradeceu aos céus quando pôs os pés em seu pequeno apartamento, por volta das 7 horas da noite. Correu para seu banheiro e tomou um bom banho, vestindo-se confortavelmente. Ela caminhou para cozinha e preparou um sanduíche e engoliu-o o mais rápido possível. Seu corpo estava clamando por uma cama quentinha. No exato momento que ela estava levantando-se para ir para seu quarto a campaia tocou.

Ela pensou ser Henrique, o namorado de Henry, mas enganou-se totalmente.

- Michael - Disse aturdida, ao observá-lo parado em sua frente.

Michael olhou-a de cima a baixo um par de vezes, antes de se pronunciar.



- Você sempre atende a porta assim, ou isso é uma cortesia para mim? - Perguntou divertido, mas Ana notou uma coisa diferente em seu tom de voz... Ciúmes?!

- Achei que fosse Henrique - Disse sem graça, tentando fechar sua roupa.

- Henrique? - Ele virou-se abruptamente. E agora sim ela notou claramente o tom ciumento em sua voz, e raiva também.

- É, o namorado de Henry - Ela ouviu seu audível suspiro e ergueu os olhos.

- Pare de tentar fechar isso, não há nada aí que eu já não tenha visto - Disse. Ela irritou-se com seu tom de voz.

- Afinal o que você quer aqui?

- Você - Ana arregalou os olhos - Você é a única coisa que quero aqui - Ele aproximou-se, Ana deu um passo atrás - Sua boca, seu corpo... - Agora ele estava a centímetros dela - Eu simplesmente não consigo dormir, tudo por sua culpa, garota.

Quando ela arfou seu casaquinho abriu-se mais e Michael cravou os olhos em seus seios. Ele amava o tom de sua pele pálida, o contraste que seu cabelo ruivo fazia nela, ele amava o ângulo desafiador de seu queixo, o sorriso doce dela.

Michael segurou possessivamente em sua cintura e moldou seu corpo ao dela, tomando-lhe os lábios um segundo após.

Ana entregou-se ao seu beijo, aos seus toques, desejando nunca mais sair dali, desejando que ele sentisse naquele instante o mesmo turbilhão de emoções que ela sentia.

Ela separou-se dele, segurando firme em sua mão e guiando-o até seu quarto. Ele sorriu ao observar a decoração do lugar, uma mistura de docilidade e força, exatamente como ela era. Seus pensamentos foram interrompidos por duas pequenas e delicadas mãos, que o empurraram até a cama. Ela foi rápida em livrá-lo das roupas, meias e sapatos.

Quando seus lábios cheios espalharam beijos em seu pescoço e peitoral, seu membro pulsou contra a pele da coxa dela. Ela era única, a única mulher que o enlouquecia com apenas um toque, as vezes nem precisava tocá-lo, bastava pensar nele e algo nele acendia-se.

Ela fez menção em descer mais em seu corpo, mas Michael impedi-a. Ele sabia que se estivesse dentro da sua boca quente ele não aguentaria 2 minutos.

Ele virou-a contra o colchão. Fez um rápido trabalho em livrá-la do sutiã, seus lábios baixando instantaneamente para tomar seus mamilos rosados em sua boca. Ela agarrou seus cabelos e gemeu. Com certeza tão desesperada quanto ele para se verem unidos.

Michael não quis mais esperar, não aguentava mais. Ele livrou-a da calcinha, admirando enquanto o tecido fino se enrolava no processo em que passava por suas pernas.

- Você é tão linda - Elogiou, passeando seus dedos trêmulos pela barriga dela.

- Michael, por favor - Ela implorou, revirando os olhos.

Quando ela encostou a glande de seus sexo na intimidade dela, encontrou-a molhada e pulsante, convidando-o a entrar.

Ele enterrou-se nela, sentindo a plenitude de ter seu membro ser sugado pelo sexo faminto de Ana. Enquanto movia-se ritimadamente dentro dela ele inclinou-se para beijar seus seios, um de cada vez, sem presa, sem necessidade de força. Ele queria prová-la, guardar seu gosto em sua memória.

Ela estava em chamas, a beira do orgasmo, um simples toque em seu clitóris e ela viria com força total. Ela até tentou tocar o lugar, mas Michael impedi-a, segurando sua mão contra o colchão, ele beijou-a rapidamente e voltou para seus seios, aumentando suas estocadas agora.
Ana gritou e se contorceu, desesperada para tocar-lhe, mas o aperto firme em seus pulsos a impedia.

- Olhe para mim, Ana - Ele pediu, a voz entrecortada. Ana obedeceu, e foi com o brilho daqueles olhos negros cravados no seu, que ela gozou. Um longo e intenso orgasmo, que deixou-a fora de órbita por alguns segundos.

Algumas estocadas mais e Michael chegou ao seu ápice, rugindo guturalmente. A sensação de ter seu pênis ser ordenhado pelo sexo dela era simplesmente enlouquecedora.

Ele caiu contra o colchão e trouxe o corpo dela para perto de si e assim dormiram, ainda aturdidos pelas sensações que sentiam naquele momento.

(...)

Os primeiros raios de sol haviam despontado no céu quando Michael acordou-se. Ele tomou seu tempo admirando e acariciando o corpo de Ana.

Ele decidiu sair da cama e se aventurar na cozinha.

Ele não era romântico nem nada disso, mas ele queria agradar Ana. Um café da manhã talvez deixasse-a mais suscetível quando acordasse. Afinal ele queria acabar com essas brigas tolas, ele queria levantar a bandeira da paz, ter mesmos uma relação amigável com ela. Não que ele pensasse em namorar ou algo do tipo. Nem pensar! Eles eram adultos suficiente para terem uma relação puramente sexual, trabalharem juntos e serem... amigos.

Ele se enrolou todo ao procurar a panela, fazendo o barulho ecoar pelo apartamento.
Segundos após Henry apareceu na cozinha, soltando um pequeno grito de susto ao ver o senador Michael Jackson, muito bem vestido, fazendo ovos mexidos em sua cozinha.

- Ohh DEUS.

- Shhh - Michael silenciou-o - Vai acordar Anastácia.

- Vo... você... dormiu aqui com a Estrela?

- Estrela? - Ele franziu o cenho.

- Anastácia para você.

- Ohh sim - Ele sorriu amigável - Dormi aqui sim, espero não está atrapalhando. Prazer sou Michael, você deve ser o amigo dela, Henry - Ele estendeu sua mão para o homem.

- Nossa senhora dos homens lindos e gostosos - Henry murmurou quase inconscientemente. Michael reprimiu uma risada, fingindo não ouvir - Sou eu sim e não está atrapalhando. Posso ajudar?

- Claro - Ele disse.

Os homens entraram em uma conversa amigável enquanto ambos preparavam o café. Michael riu de algumas peripécias que ele contou sobre Ana.

Logo o namorado de Henry entrou na cozinha e depois das apresentações os três puseram-se a papear.

Ana tomou banho e vestiu-se. Atarantada por estar atrasada para o trabalho. Ela ia passar direto pela cozinha, mas o barulho de vozes e o cheiro do café chamou sua atenção.

Ela quase caiu para trás quando viu os três homens conversando animadamente na cozinha.

- Bom dia, Estrela - Henry saudou-a - Junte-se a nós - Ela encarou Michael com evidente choque e ele apenas sorriu.

- Bom dia, Ana - Ele serviu-a uma xícara de café. - Eu mesmo que fiz.

Será que durante a noite ele tinha sido abduzido por ET's e eles tinha mandado outro senador a terra? - Ela pensou, rindo internamente de sua piada boba.

- Eu preciso ir, estou atrasada. - Ela interrompeu a conversa animada, sentindo estranhamente desconfortável.

- Hey, Ana, seu patrão está bem aqui e não o vi reclamando - Henrique brincou.

- Meu patrão é irresponsável, mas eu não - Ela levantou-se bruscamente e saiu da cozinha.

Michael despediu-se dos rapazes e seguiu-a, encontrando-a em frente ao prédio.

- Vamos, te levarei até a empresa - Ana hesitou, mas decidiu entrar.

Estava começando a se achar ridícula pela cena no seu apartamento. Ela só não estava acostumada com esse lado de Michael e assustou-a o quão isso mexeu com ela.

Eles seguiram em silêncio até o congresso. Quando Michael colocou o carro em ponto morto, ele encarou-a.

- Ana, nós somos adultos e há algo acontecendo entre nós. Eu não sei denominar o que é, nem quero, mas se você quer seguir com isso tanto quanto eu precisamos parar de nos agredir e agirmos pelo menos cordialmente. A cena em sua cozinha foi ridícula, eu não estava fazendo nada demais.

- Eu... eu sei - Ela suspirou - Me desculpe por aquilo. E eu... eu quero continuar com você. - Ele sorriu e acariciou sua bochecha.

- Não posso te prometer mais do que lhe dou nesse momento.

- Está bom para mim - Ela espelhou-se em seu sorriso e sorriu também.

- Agora preciso ir em casa, mas volto a tarde - Ela assentiu - Tenha um bom dia de trabalho, Estrela - Ana riu, achando lindo o jeito que ele chamou-a.

Michael inclinou-se e beijo-a langorosamente.

Suas bochechas coraram e suas pernas estavam bambas quando ela desceu do carro.

Capítulo 15


Quando Ana voltou pra casa depois do expediente daquele dia, um sorriso bobo brincava em seus lábios.

Ela não sabia o que afinal estava acontecendo com ela, com Michael, e muito menos o que acontecia quando estavam juntos.

Ela só não podia mais aquietar a insistente vontade de vê-lo a cada dez minutos, a vontade louca de beijar aqueles lábios, ou simplesmente passar um pouco de tempo com ele.

Em sua insanidade quase infantil ela começou a imaginar como seria se eles dessem certo e ingressassem em um namoro... Como ele poderia fazê-la feliz...

Idiota! Em que momento ela havia se tornado uma adolescente romântica que fantasia com um principe?! Ora, Michael estava mais para sapo! - Concluiu irritada consigo mesmo.

Ela rolou em sua cama uma e outra vez, levantou-se para tomar um copo de leite, leu um capítulo de seu romance atual, assistiu um pouco de TV. NADA! Absolutamente nada tirava o cretino de sua cabeça.

O relógio ainda marcava 10:30 da noite, os jovens faziam barulho nas ruas... Uma caminhada! Isso a sossegaria.

Ela ergueu-se e pôs um short de corrida cinza, uma blusa folgada e um tênis. No caminho para a saída, apanhou seu celular e fone, e um elástico para o cabelo.

- Onde vai estrela? - Henry perguntou, quando notou-a se encaminhando para a porta. Ela virou-se e encarou sorrindo.

- Dar uma corrida, não consigo dormir - Deu de ombros - Vem comigo?

- Claro que não - Disse em seu tom afetado - Há algo muito melhor me esperando no quarto - No momento em que ele apontou, Henrique saiu do cômodo apenas de cueca.

- Ohhh parem de ser tão explícitos, seus sacanas - Brincou.

- Explícitos? Nós? - Henry riu - Pare de hipocrisia Estrela, nós bem que ouvimos seus gemidos com o senador ontem. - A boca de Ana caiu aberta.

- Vou nessa - Disse saindo.

A brisa fria a tingiu seu rosto no exato momento que ela deixou seu prédio. Ana colocou o fone de ouvido e atravessou a rua para por-se a correr na pracinha arborizada que ficava ali.

Dois faróis insistentes, focados em seus rosto a cegaram momentaneamente, impedindo-a de ver o homem que desceu do veículo. O rosto do tal homem só foi descoberto quando ele estava bastante próximo de Ana.

- Michael, o que faz aqui? - Perguntou incrédula.

- Você adora me perguntar isso, não é mesmo? - Ela riu, derretendo-se com os sorriso que estampava o rosto dele - Pelo visto também não conseguiu dormir.

- Não.

- Já que sofremos do mesmo mal, por que não me acompanha até meu apartamento e podemos ter uma noite agradabilíssima - Ana riu, debochada, incrédula e desejosa.

- Cretino - Balançou a cabeça em negativa - Cretino irresistível - Ela encarou-o e viu o lampejo de desejo em seus olhos.

- Megera - Xingou de volta, agarrando-a pela cintura e trazendo-a para seu corpo - Megera adorável. - Michael inclinou seu cabeça e pousou seus lábios no dela, roçando-os suavemente. Ele soltou, quando senti-a ofegar. - Vamos?

- Eu tenho de avisar a Henry.

- Já fiz isso - Michael segurou sua mão, guiando-a consigo até o carro. - Ela lhe olhou interrogativamente - Fui em busca de você lá e eu disse-lhe que estaria a sequestrando por uma noite.

- Então isso é um sequestro? - Arqueou a sobrancelha.

- Não necessariamente, já que está indo de boa vontade - Ela riu quando ele acomodou-a gentilmente no banco do carona e afivelou seu cinto.

- Ainda sei fazer isso - Comentou.

- É só uma precaução, para que não fuja - Ele piscou para ela.

Ana amou essa faceta descontraída que ele estava lhe mostrando.

Não demorou para que chegassem em seu apartamento luxuosíssimo e demorou menos ainda a ela estar deitada em sua cama, com suas mão por todo seu corpo e sua boca devorando-lhe.

- Michael, preciso de um banho, eu estava corren...- Suas palavras ficaram presas, ele havia acabado de lhe dar uma boa mordida no seio ainda coberto pela camisa.

- Não - Disse incisivo - A quero do jeito que está. Você tem cheiro de fêmea, minha fêmea - O sexo de Ana pulsou diante de tais palavras.

- Tem certez...

- Calada - Ordenou, beijando-lhe os lábios.

Ele trabalhou rápido, livrando Ana de todas as roupas.

Michael sorriu quando uma ideia lhe veio a mente. Enquanto beijava-a e a persuadia, ele esticou a mão até a mesinha de cabeceira e capturou uma gravata que estava jogada ali. Montando em Ana, ele uniu seus pulsos, amarrando-os contra o espaldar da cama.

- Hey, eu não deixei que fizesse isso - Ana disse, tentando soltar-se.

- E desde quando espero por suas liberações para fazer algo senhorita Dobrev? - Perguntou lascivo.

Ana permaneceu calada, enquanto observava-o ir até o frigobar do quarto e vir de lá com um copo cheio de água, onde algumas pedras de gelo tilintavam. Ele pousou o copo sobre a mesinha e livrou-se das roupas, voltando a capturar o copo.

- De repente me deu uma sede - Comentou casualmente, ajoelhando-se na frente de Ana.

Sua boca secou com a visão a sua frente. Um peitoral magro, ombros largos, barriga máscula, quadris mais afinados e pernas torneadas... Esse homem estava ajoelhado a sua frente, completamente nu, bebericando um copo de água, enquanto ela estava amarrada e fervendo por dentro. Cretino!

- Michael - Chamou. Ele encarou-a.

- Está com sede, Ana? - Ela assentiu, incapaz de falar. Ela estava com sede DELE.

Michael inclinou-se um pouco e ordenou em voz rouca.

- Abra a boca - Ela o fez, pensando que, miseravelmente, faria tudo que ele lhe mandasse.

Michael usou seus dedos longos para capturar uma pedra de gelo no copo. Ele esfregou o cubo congelado pelos lábios inchados de Ana e ela gemeu, um som gutural e desesprado. Ele cobriu os lábios frios dela com os seus, quentes e ávidos, e o contraste de temperatura a fez gemer.
Ele usou a pequenina pedra de gelo para esfregar seus mamilos intumescidos, Ana contorceu-se na cama. Michael repetiu o ato, e depois de ter deixado seus mamilos dormentes e gelados, ele usou sua boca para aquecê-los novamente.

Os gemidos de Ana, já haviam virado lamúrias de desespero. Tudo em seu corpo estava em alerta, pulsando, implorando, precisando de libertação.

Quando ele abriu suas pernas e fincou os olhos em seu sexo encharcado, ela teve certeza de sua intenção e um sorriso de satisfação antecipado lhe tomou.

Quando a pedra de gelo foi pressionada contra seu clitóris, Ana gritou, arqueando os quadris da cama, Michael esfregou o nervo túrgido até fazê-lo gelar. Ele então se descartou do resto do gelo e inclinou-se entre as pernas dela.

Ana levantou-se o máximo que conseguiu para apreciar o show que viria a seguir.

Um pequeno sopro quente e Ana caiu contra o colchão, seu corpo inteiro tremendo com a sensação.

- Por favor, por favor, por favor - Choramingou.

Michael abriu a boca sobre seu sexo, cobrindo todo ele, sua língua varreu desde sua entrada até seu clitóris e mais um grito escapou de seus lábios. Ele trabalhou sua magistral língua em todo seu sexo, por vezes penetrando-a rasamente, por vezes açoitando seu clitóris. O estopim veio quando Michael uniu seus lábios na carne tensa e trêmula e sugou-a com tamanha veemência que um barulho estalado ecoou pelo quarto... Foi demais para ela. Ana gozou, todo seu corpo formigando e retesando-se com a sensação. Michael permaneceu lá, torturando-a, prolongando seu orgasmo pelo que pareceu uma eternidade. Seus músculos enrijecidos e seus dedos dos pés torcidos, doíam quando ele parou.

Ana ainda estava atordoada quando sentiu-o dentro de si, preenchendo-a por completo.

Michael agarrou suas nádegas e desgrudou suas costas do colchão, trazendo-a mais para seu corpo. Nessa posição ele estava totalmente dentro dela, e ainda dominando-a de modo que ela não tinha domínio nem mesmo de seus quadris.

Ele estocou-a sem uma pausa, sem diminuir o ritmo em um segundo sequer. E vê-lo assim tão entregue, tão dominador e tão seu estava levando Ana a outro estado de êxtase. Seu sexo apertou-se, ordenhando o membro dele, tornando a penetração mais prazerosa. Michael urrou seu nome, jogando a cabeça para trás.

Seu corpo tremeu e ele agarrou-a com mais firmeza, enterrando seus dedos na pele pálida dela. Michael gozou e Ana acompanhou-o em mais um orgasmo alucinante.

(...)

Ana estava radiante, um sorriso amplo nunca deixando sua face, enquanto caminhava pelos corredores do congresso.

Só a menos de 30 minutos que ela havia se separado de Michael, mas ele estava em sua mente, sempre presente.

Ela sorriu ao lembrar do quão cavalheiro ele fora pela manhã, enquanto a levava pela mão até a cozinha e a apresentava como "alguém muito especial" a sua empregada. O beijo puro e gentil que ele lhe dera ao deixá-la em frente ao seu prédio...

Ela sabia que estava se enredando, criando toda uma coisa ilusória sobre esse 'relacionamento' mas simplesmente não conseguia evitar. Só de pensar que o veria daqui a alguns minutos e que passaria o resto do dia a pouco metros de distância dele, seu coração enchia-se de algo maravilhosamente reconfortante.

O sorriso de Ana murchou quando ela viu a bonita e requintada mulher sentada no sofá folheando uma revista. Samantha Jackson, intragável.



Ela tentou passar sem mais alardes, mas Samantha fez questão de lhe cutucar.

- Nem um bom dia, assessora? - A mulher largou a revista e encarou Ana - Michael precisava rever seu quadro de funcionárias, as que ele tem estão bastante mal educadas.

Ana virou-se, o sangue já fervendo em suas veias. Ela não era mesmo de levar desaforos, ainda mais quando sabia que os mesmo tinham sidos ditos a ela justamente para irritá-la.

- Querida, não sou funcionária do seu irmão. Fui avaliada e selecionada pelo governo. Por tanto não sou parte do quadro de funcionários dele, doravante ele não pode me demitir - Ana sorriu vitoriosa ao ver a cara de irritação de Samy.

A irmã ardilosa de Michael viu que ele se aproximara e deu início ao seu show.

- Vê isso Jules, agora me trata sem respeito algum. Uma subordinada do governo, com ares de poderosa, pobre coitada.

Ana sentiu sua mão coçar para dar um bons tapas nela, mas conteve-se.

- Não tem nada mais de interessante para fazer em sua vida? Agora vem até o congresso com esse vestido quase de mamilos descobertos, dar ordens onde não lhe cabe, interferir no meio de um trabalho sério. Ache algo mais interessante, sua socialite de merda, vá criar chihuahuas.

- Anastácia! - A voz austera disse em um quase grito. Ana congelou.

- Me recuso a vir aqui e ser destratada assim Michael - Samy levantou-se e pegou sua bolsa - Trate de dar uma dura em suas funcionárias - Ela fungou.

O QUE? ESSA VACA ESTAVA FORÇANDO UM CHORO? - Ana gritou mentalmente.

- Me desculpe por isso, Samy - Michael correu até ela, solicito em dar-lhe um abraço, um beijo e um afago nos cabelos. - Pode me esperar no carro, apenas resolverei isso, assinarei dois papéis e sigo com você. - Samy assentiu.

- Claro, meu amor - Ela abraçou-o outra vez - Não demore - Pelas costas de Michael, Samy lançou um olhar debochado para Ana, que encarou-a incrédula.

Cobra siliconada!

Quando ela saiu da sala rebolando os voluptuosos quadris, Michael virou-se para Ana.

- Siga-me - Ele disse frio, nem de longe lembrando o cavalheiro de hoje mais cedo.

Ana mal conseguiu fechar a porta e virar-se, quando ouviu a torrente de palavras.

- Você vai respeitar minha irmã, Anastácia. Ouviu bem? - Ele gritou - Foda-se que você trabalha para o governo, eu tenho prestígio suficiente para tirá-la de qualquer cargo. Pedi com educação que acabasse com esse seu gênio do cão, pelo menos aqui no trabalho, mas se com você não serve os bons modos falo claro e objetivo. Ou trata com dignidade quem me é querido ou estará na rua e sem cargo na política pelo resto de sua vida.

Ana sentiu suas palavras com a força de uma bofetada.

Ele estava a ameaçando? - Seus olhos encheram de lágrimas - O mesmo homem que ontem fora um amante perfeito?Ele não ouvira o quanto aquela mulher a ofendeu também?

 

Capítulo 16


A raiva efervesceu em Ana, e ela teve de tomar uma longa baforada de ar para conseguir falar. Sua voz estava entalada. Não que ela fosse uma garotinha emocional, mas é que a mudança abrupta de comportamento dele, havia afetando-a.

- Pois digo a você, a sua irmã e quem mais quiser ouvir, foda-se! Não baixo a guarda por conta de suas ameaças. Me demita então, tire-me da política, faça seu melhor para acabar comigo - Ela pigarreou para limpar a voz, e enxugou as lágrimas teimosas que caíram - Eu só coloquei sua irmãzinha em seu devido lugar. Não permito que ela nem ninguém me ofenda ou me coloque para baixo, eu já sofri demais quando era uma criança obesa, que era a piada da sala, ninguém faz mais isso comigo - Ana terminou o relato aos prantos, mas ainda assim firme, dedo em riste apontado para Michael.

Ele arrependeu-se instantaneamente da forma como falou. A sua cólera dissipando-se quando ele viu uma Ana frágil a sua frente. Foi a primeira vez que ele viu-a assim e sentiu-se horrível por fazê-la ir as lágrimas.

- Ana - Disse suave, aproximando-se dela - Eu... eu não deveria ter falado assim com você, me desculpe - Ela negou com a cabeça, um sorriso triste nos lábios. - Eu jamais teria coragem de fazer nada do que te disso, é impossível eu pensar em fazê-la mal, querendo tão bem a você.

Ana ergueu os olhos surpresa. Foi a coisa mais doce que ele já disse desde que se conheceram, e o devaneio romântico não pode deixar de lhe tomar a mente.

- Não me olhe assim - Michael pediu - Isso me deixa péssimo.

- E o que me disse acaso não deixa? - Ela enxugou as lágrimas e voltou a sua postura altaneira de sempre.

- Diga que me perdoa por isso - Ele puxou-a contra seus braços e plantou um beijo em seus lábios.

- Talvez - Ana empurrou-o, mas ele tornou o aperto mais firme.

- Jante comigo mais tarde, assim podemos falar mais de nós... e eu posso te explicar o porquê fiquei tão irado quando a vi tratando a Samy mal.

- Não quero saber, Michael - Mentiu, ainda o empurrando.

- Mas eu quero contar e quero que me conte mais sobre você. - Ele deu-lhe um beijo rápido e soltou-a - Pego você as 7. - Ele piscou e se encaminhou para deixar a sala.

- Eu não vou - Disse brava. Michael nem se dignou a questioná-la, apenas deixou a sala.

(...)

O relógio já marcava mais de 7 horas quando Ana escutou um carro buzinar insistentemente.
Era ele! - Constatou numa mistura de euforia e nervosismo.

Antes de descer ela olhou-se mais uma vez no espelho, e talvez pela primeira vez em sua vida, gostou do que viu.



Ela parecia tão radiante, tão viva... amada!

Não comece com tolices, Anastácia Dobrev - ralhou consigo mesma.

Ela ainda nem sabia o por que estava indo a este jantar, já que havia negado tão veementemente a ele esse convite. A verdade era que ela simplesmente agia como uma idiota com ele.

Ela escreveu um pequeno bilhete para Henry, explicando sua saída e deixou seu apartamento. Encontrou-o parado no saguão do seu prédio, conversando alegremente com o porteiro. Ele parecia ter ganhado o rabugento Sr. Parrish.

O quão simpático ele conseguia ser? Era sempre assim, onde ele chegava atraia todos ao seu redor e deixava-os encantados por ele.

- Michael - Ela chamou e ele virou-se, encarando-a alguns segundos, com evidente apreciação.

Ele caminhou até ela, e beijou sua bochecha com ternura, em seguida agarrando sua mão.

- Está linda, Estrela - Ana sorriu.

Sua vontade era dizer-lhe que ele também estava impossivelmente bonito, mas não querendo mostrar-se demais, preferiu calar-se.

- Foi um prazer falar com o senhor - Michael apertou a mão do porteiro e antes de saírem ainda ouviram um "Divirtam-se, belo casal"

Ana riu, assim que deixaram o prédio.

- O que foi tão engraçado? - Ele perguntou ao se acomodar ao seu lado no carro.

- Você conquistou até o rabugento Parrish - Ele olhou-a de soslaio e sorriu - Um verdadeiro milagre. Simpatia deve ser seu terceiro nome.

- Nem sempre foi assim, Ana - Comentou. E Ana viu sinceridade em seus olhos.

O caminho até o restaurante foi feito sobre uma conversa agradável.

Ana impressionou-se com o luxo do restaurante, assim que pôs os pés no vasto salão.

- Senador Jackson - Um dos garçons veio cumprimentá-los com um sorriso largo no rosto.

- Melo - Michael apertou a mão do homem - Como está sua filhinha?

- Bem melhor agora, senador. Graças a sua ajuda.

- Sempre que precisar, já sabe onde me procurar - O homem assentiu - Preparou minha mesa?

- Claro senador. Boa noite senhorita.

- Boa noite - Ana respondeu polida, a verdade era que ainda estava sobre o efeito do encantamento de ver Michael sendo tão gentil.

Michael pousou a mão levemente sobre as costas de Ana, guiando-a até a mesa. Aquele simples toque e tudo nela se alterava de alguma forma, seu coração acelerava, sua respiração pesava, seus pelos eriçavam-se.

Chegaram a uma mesa bastante afastada dos demais clientes, e Michael, cavalheiro, puxou a cadeira para que ela sentasse.

O garçom serviu-os de um vinho e antes que ele saísse Michael pediu a especialidade da casa e para sobremesa algo de chocolate.

- Você nem me consultou seu grande mandão - Ana brincou.

- Eu queria ficar sozinho com você o mais rápido possível, o jantar é o que menos importa - Ele segurou sua mão que repousava em cima da mesa.

O jantar foi servido, interrompendo a conversa deles. Mas quando os pratos foram tirados eles voltaram a falar.

- Então quer dizer que nem sempre foi esse ser extremamente sociável, simpático e encantador? - Ana perguntou.

- Nem sempre - Ele suspirou - Passei os primeiros anos da minha infância preso em um orfanato, quando saí de lá estava tão traumatizado que levei bons anos para voltar a falar.

Ana quase engasgou-se com sua própria saliva diante da informação.

- É, eu vivi em um por quase três anos, para ser mais exato, dos 7 aos 10 anos.

- Mas, por que?

- Minha mãe me abandonou lá... Bem, acho que no fundo ela pensou em mim me deixando naquele orfanato. Ela era pobre demais, mal tínhamos o que comer e quando algum dinheiro entrava ela gastava tudo com bebida.

- Seu pai? - Ana perguntou, sentindo a emoção tomar-lhe.

- Nunca vi - Ele deu de ombros - Acredito que nem minha mãe sabia quem era.

- Imagino o quão duro foi pra você... - Ela inclinou-s sobre a mesa para tocar em seu rosto, ele sorriu e fechou os olhos segurando a mão dela para beijar em seguida.

- Não sinta, isso não me atormenta mais. Eu tive uma família maravilhosa que soube acalentar meus traumas e me fazer o que sou hoje.

- Então, Samy só é sua irmã adotiva?

- Sim. Mas isso não a torna menos do que seria se fosse meu sangue. Foi por isso que me enfureci tanto com suas palavras para ela. Ana, os pais de Samy e ela própria foram essenciais na minha vida, me deram educação, um lar, me deram amor quando eu achei que tudo para mim estava acabado. Eu prometi cuidar de Samy quando mamãe se foi e é o que faço, ela é muito, muito importante na minha vida. Me entende agora? - Ana assentiu.

Agora ela entendi-o perfeitamente. E dosaria seu tom ao falar com Samy, mas só por Michael, por que aquela mulher era uma cobra e não a anjinha que Michael pintara.

- Agora é sua vez - Ele bebericou seu vinho e continuou - Notei o quão abalada ficou mais cedo... Eu sinto por aquilo. - Ana suspirou.

- Não se reocupe, eu entendi, e prometo melhorar... É que quando em sinto ameaçada, posta para baixo... Eu lembro-me da minha infância, de quantas vezes isso aconteceu quando eu era uma criança. Ser criança, gordinha e feia, não é fácil., acredite em mim.

- Você feia? Impossível!

- Ohh eu era, tanto que meus pais morriam de vergonha de me levar para os lugares. Festas nem pensar. Até as festas em família eles procuravam evitar. Acho que eu possa estar sendo egoísta em dizer que eles faziam isso por vergonha, poderia ser para me proteger dos comentários maldosos... Foi uma época terrível - Ana estremeceu. Michael ofertou-lhe um carinho na perna - Quando consegui emagrecer, tornei-me impossível, prometi que ninguém nunca me diria coisas que me ferissem.

- Deve ter sido um momento péssimo - Vendo a emoção nos olhos dela, Michael levantou-se para salpicar um beijo em sua testa.

- Foi - Ela fungou.

- Você é linda Ana, nunca mais deixe que lhe digam o contrário. Te digo que é impossível algum dia ter sido feia, por que sua beleza transcende de dentro de você, não é apenas físico, é mais que isso.

Ana sorriu diante de seu comentário e constatou com alegria e tristeza, euforia e medo, satisfação e pesar, que estava completamente apaixonada por esse homem maravilhoso que lhe ofertava agora o mais belo dos sorrisos.

Capítulo 17


Ela suspirou pela enésima vez, um sorriso bobo nos lábios, o olhar distante. Henry, que estava sentado ao seu lado na mesa, comendo seu desjejum, riu da amiga.

- Ahh o amor... - Ana acordou de seu transe e encarou o amigo.

- Não viaje, Henry.

- Eu te conheço Estrela - Estreitou o cenho - Faz mais de 20 minutos que suspira e sorri para o nada e quer que eu acredite que isso não é amor? - Ela levantou-se.

- Pois não é - Disse firme.

Mentira... doce mentira que ela alimentara até para si mesma.

- Ok, como ainda é manhã e não quero ver minha megerinha a solta, posto que a tempos ela não dá as caras, vou fingir que acredito - Ele virou-se e lhe mostrou a língua. - Como foi ontem?

- Perfeito - Mais um sorriso amplo formou-se em seus lábios quando ela lembrou-se - Ele foi tão gentil, cavalheiro, romântico...

- Ohh meu Deus, por acaso ele saiu de algum livro de conto de fadas? - Henry dramatizou, pondo a mão sobre o coração. Ana riu do amigo.

- Não exagere, seu bobo. Henry, ele disse-me que me quer bem... que eu sou linda e achava impossível que algum dia eu não tivesse sido, que minha beleza transende de dentro de mim. Não é mesmo a coisa mais linda a se dizer?

- Esse sabe como fazer uma mulher cair de quatro.

- Literalmente - Ana acrescentou sacana.

- Essa hora da manhã e você falando de 'estar de quatro'? - Henrique entrou divertido na cozinha.

- Bom dia, amor - Henrique cumprimentou-o e inclinou-se para dar um selinho em Henry.

- Bom dia, meu anjo - Ele segurou a mão dele e lhe sorriu.

- Ohh o amor - Ana comentou, fazendo o casal finalmente notá-la.

- Então, Estrela, pronta para nossa noite? Lembre-se que me prometeu que sairíamos em trio nesse final de semana.

- Não me esqueci. - Ela bebericou o resto de seu café e colocou a xícara sobre a pia.

- Se o senador lindão aparecer você vai nos deixar de lado, tenho certeza. - Henrique disse, dramatizando tal qual Henry fizera.

- Parem com isso, não é por que eu e Michael estamos juntos que deixarei de lado vocês.

- Então combinado?

- Claro, hoje quero ficar bêbada e dançar até me esquecer quem sou.

(...)

Ana passou boa parte do seu dia trancada em seu quarto, adiantando o trabalho da segunda.
Depois decidiu dar um jeito na casa. Ela precisava gastar um pouco de energia.

Quando Henry bateu em sua porta ela já estava vestida, e ousadamente, diga-se de passagem.
Um vestido cinza curtíssimo, que grudava em todo seu corpo, um salto alto e cabelos soltos.

- U-A-U - Henry disse, olhando-a de cima a baixo - Se eu não tivesse tanta convicção que sou gay, eu diria que fiquei excitado.

- Não seja besta, Henry - Ela empurrou-o e fechou a porta do quarto - Agora vamos.

A Hollywood Tonigth estava lotada, Ana amava aquela boate, por algum motivo sentia-se livre ali, ela e os meninos sempre iam ao mesmo lugar e era raridade quando escolhiam outro lugar.
Ao aportarem no bar, todos pediram suas bebidas. Ana, tomada de uma euforia, que lhe era desconhecida, tomou de uma só vez sua dose de vodca.

- Vai com calma, Estrela - Henry advertiu-a.

- Me deixe, Henry.

Ana pediu mais uma dose e rumou para a pista de dança. Em menos de 10 segundos ela já havia arrumado pretendente para dançar. E foi o que ela fez, entregando-se a dança e a vodca sem se importar.

Ela irritou-se quando em dado momento da dança a imagem de Michael lhe veio à mente. Porra! Ela queria esse momento só para ela. Por certo que ele fora encantador na noite de ontem, e ela odiava o fato de estar apaixonada por ele. Poderia até parecer, mas Ana não era idiota, ela sabia bem que esse momento de delicadeza e docilidade dele iria passar, ele iria esquecer-se dela, como já fizera de tantas outras, e o que restaria para ela seria as lembranças e um maldito coração quebrado. Enquanto ele já estaria esfregando-se com outra mais bonita e que lhe fosse mais submissa.

Tomada de tais pensamentos frívolos e irracionais, que só passam na cabeça de quem está amando loucamente e busca desesperadamente por uma forma de julgar tal sentimento um erro, Ana tomou mais um gole de sua bebida, vedo o mundo ao seu redor ficar menos em foco.

O homem com quem ela dançava, e que em dado momento havia lhe dito o nome, mas ela agora não lembrava-se, agarrou-a com mais firmeza e trouxe seu corpo para perto do dele.

Nada... Foi exatamente o que ela sentiu quando aquelas mãos a agarraram. Não era as mãos dele. Aquela faísca que a acendia quando ele a tocava, não aconteceu agora. E ela amaldiçoou-o por tê-la destruído para os outros homens.

- Cretino maldito! - Ela resmungou com a voz embolada.

- Hey benzinho, que tal fugirmos para um lugar mais privado? - O homem puxou-a antes mesmo dela lhe responder.

- Ela não vai a lugar nenhum - Henry barrou o homem e tentou puxar Ana pelo braço.

- Me deixe Henry - Ela gritou.

- Isso mesmo, deixe-a ir com ele, Henry - Como se fosse cronometrado a música alta fez sua pausa, e a voz fria e austera a congelou.

- Senador - O homem sorriu para Michael.

- Sugiro que saia daqui imediatamente - Michael encarou-o - Por certo não há de gostar da minha forma de fazê-lo sair.

O homem sumiu de suas vistas muito depressa.

- Você vem comigo - Michael segurou Ana pelo braço.

- Com calma, Michael, a Ana está bêbada.

- Foda-se - Ele rugiu, respondendo.

Ignorando Henry, ele arrastou-a até um corredor vazio da boate, abrindo uma porta ele empurrou-a para dentro.

- Pode me explicar o papel ridículo que fez?

- Eu só estava me divertindo. O que há de errado nisso? - Ana desabou sobre a cadeira.

- Nada - Ele riu nervosamente - Você só estava bêbada, se esfregando com um qualquer em uma pista de dança.

- E daí? - Ela ergueu o queixo em desafio.

Nem passava pela cabeça de Ana o quão irado Michael estava. Ele era extremamente possessivo e ciumento com que dizia ser seu e aquela megera era dele!

- E daí que enquanto estiver comigo, você segue minha cartilha Anastácia - Ele aproximou-se e segurou-a pelo queixo, sem brutalidade, mas com firmeza - E nela eu não permito o que é meu sendo dividido ou pelo menos cobiçado. - Ana empurrou-o.

- E o que sou sua? Namorada? amante? Puta? Por que se ao menos eu soubesse o que sou na sua vida eu não estaria tão perdida.

- Nomeie como quiser. O que sei é que deita-se comigo, por tanto não quero você nesses locais a partir de hoje. - Ana riu estrondosamente, mas era mais amargura naquele riso do que diversão.

- Você acabou de responder a minha pergunta. "Deita-se comigo"... Então eu sou sua puta, é isso? Putas não tem que dar exclusividade, querido - Ela levantou-se, firmando-se em seus pés. - Ainda está pra nascer quem vai me ditar regras, que vai me impor coisas, sem ao menos esforçar-se para fazer o mesmo por mim. É de putas que precisa? Desça lá em baixo e você encontrará muitas que estão dispostas a seguir sua cartilha. EU NÃO! - Ana gritou e deu-lhe as costas, pronta para sair.

- Se você sair por essa porta, entre nós estará tudo acabado - Disse impassível.

- Ótimo - Ana engoliu o choro - Aproveite e cumpra sua ameaça de me demitir - Ela deixou a sala fechando a porta em um baque.

(...)

Um mês havia se passado desde então. Nesse mês Ana o viu apenas uma vez no congresso, nesse dia ele não lhe dirigiu mais do que duas palavras e em menos de 1 hora estava longe dali. Ele manda seus trabalhos por e-mail ou pedia que Jules a comunicasse de seus deveres.
Bem, ele escolhera assim.

Se ele não tivesse a tratado feito uma vadia naquela noite. Se tivesse conversado com ela e dito-lhe que suas atitudes não o agradavam, ela provavelmente teria lhe gritado que toda aquela bebida, toda aquela dança e exibição naquela noite, era apenas para afirmar a si mesma que ela não estava irremediavelmente apaixonada por ele, que ela não perdera o controle do seu coração, que ela não amava sozinha... Mas ela enganou-se redondamente, dando vazão aos seus alucinados sonhos românticos.

Agora ele nem fazia questão de estar no mesmo lugar que ela, não lhe dirigia a palavra e nem ao menos parecia se importar pelo afastamento, visto que na semana anterior ele pousara ao lado de uma modelo, sorrindo abraçado a mulher.

Ela só precisava de outro emprego para tirar de vez qualquer resquício dele de sua mente. Era isso que ela faria, e mesmo lhe doendo na alma ela arrancaria Michael Jackson da sua vida, definitivamente.

- Hey, Estrela - Ela ouviu a voz legre do homem e virou-se para encará-lo.

- Bom dia, George - Ela enxugou a lágrima muito depressa, para que ele não notasse, mas George viu.

- Chorando mais uma vez? - Ele sentou-se ao lado dela, e tomou sua mão, afagando-a.

- Não, era apenas um incomodo no olho - Ela sorriu para disfarçar.

- Eu acredito - Olhou-a de soslaio.

- E então, tudo certo com o partido para sua candidatura?

- Sim, você está falando com o futuro senador George - Ele piscou divertido e Ana riu - E quando eu estiver em meu cargo você será minha assessora.

- Ohh eu conto com isso, já que brevemente ficarei desempregada.

- Não seremos apenas patrão e funcionária, ainda hei de me casar com você senhorita Dobrev. - Ana riu, derretendo-se com o jeito descontraído e simples de George.

- Eu acredito.

- Escreva o que lhe digo - Ele ergue-se da cadeira, beijando as bochechas dela efusivamente - Janta comigo hoje? - Ela hesitou, mas não queria dizer não ao seu mais novo e querido amigo.

- Até mais tarde então, senhor futuro senador e meu marido - Ela brincou.

- Vai brincando Estrela... vai brincando. - Dizendo isso George deixou a sala.

Nesse mês Ana havia se aproximado de George e eles haviam se tornado grandes amigos. Ele vinha até sua sala e eles conversavam por horas, isso ajudava-a a por Michael de lado em sua mente e a fazê-la melhor.

Não passara pela sua cabeça, que aquele bonito e charmoso homem, com o qual ela esbarrou na segunda seguinte a sua briga com Michael tornaria se tão importante para ela, a ponto dela ter lhe contato o que lhe afligia. Claro que ela não citara o nome de Michael, mas ela desconfiava que George soubesse.

Ela lhe queria mesmo muito bem. Estar com ele deixava-a leve, descontraída, alegre. Ele era seguro, altaneiro até, mas sem a arrogância que Michael tinha. Ele também era gentil, cavalheiro e verdadeiramente leal. E ela sabia que podia confiar nele, por que apesar das brincadeiras que ele sempre fazia ele nunca foi desrespeitoso com ela. Ana sentia, que ao contrário de Michael, o propósito de George não era unicamente levá-la para a cama. E isso a agradava nele.

(...)

- Você não pode ficar assim para sempre Michael - Samy disse irritada.

Michael levantou-se e passou a mão pelos cabelos.

- Como não Samy? Já faz quase um mês que eu mal a vejo, que nem sequer falo com ela... Estou louco - Ele desabou sobre o sofá - Estou começando a achar que exagerei nas palavras... Talvez Anastácia tenha razão, eu tratei-a como uma vadia.

É isso que ela é! - Samy gritou mentalmente.

- Não, maninho - Ela usara sua voz mais doce para dizer tal frase - Você agiu certo, a Ana tinha mesmo que ouvir umas verdades. Poxa, você pegou-a bêbada, esfregando-se com um cara em uma boate, e se não tivesse chegado, provavelmente ela teria dado ao tal carinha.

- Não - Michael ergueu-se - Não fale assim dela Samy - Ele encarou-a sério - A Ana não é assim.

- Se ela não é, por que tratou-a como uma puta, hum? Por que não fez uma tentativa de se aproximar dela? - Samy gritou irritada.

Michael deu-lhe as costas.

- Eu vou embora, já chega dessa porra de assunto - Ele gritou de volta, rumando para a porta.

- Responda Michael. Por que age como se não se importasse, quando na verdade se importa? Por que está agindo feito um babaca, choramingando pelos cantos?

Ele segurou a maçaneta da porta e girou-a, mas antes de sair ele olhou para Samy.

- Por que eu a amo e isso me aterroriza - Ele saiu, trancando a porta atrás de si.

Samy caiu no sofá, a força das palavras dele a atingindo como um soco.

Ele nunca dissera que amava mulher alguma que não fosse sua mãe e ela. Bem, ele amava-a de uma forma que ela não queria, mas ainda assim ela era sua única amada.

Quem no mundo era aquela assessora idiota, para chegar e tomar um lugar que só podia ser seu na vida de Michael?

Seus olhos transbordaram de lágrimas. Samy agarrou a foto dele, que estava em um porta-retratos, e com a voz carregada de uma obsessão sombria ela disse-lhe.

- Você só pode amar a mim, e eu farei qualquer coisa para que assim seja, Michael.

Obs: Pra quem viu o vídeo, se notarem que o nome do senador está diferente, foi erro da doida aqui. No vídeo coloquei "Senador Harry" e aqui está "George", mas são a mesma pessoa tah meninas.






Capítulo 18


Ao sair da casa de Samy naquele final de tarde, Michael dirigiu por alguns minutos, totalmente sem rumo. As suas palavras ecoavam em seu cérebro "Por que eu a amo, e isso me aterroriza"

Ele a amava? Sim, é verdade, mas o que ele faria agora?

Não, ele não a amava! Estava apenas encantado com aquele corpo perfeito, aquele rosto de anjo, aqueles cabelos ruivos, aquele jeito desafiador, mas isso não era amor.

Jules! Uma boa foda com sua amiga iria fazer esquecê-lo até de si mesmo, Jules sempre conseguia esse efeito nele.

Michael buscou o celular no bolso e discou para a mulher.

- Michael. O que há? - Jules perguntou.

- Desculpe te incomodar. Preciso urgentemente de uma foda bem gostosa e você pode me ajudar.

- Está direto hoje, hein?! - Jules riu.

- Sem tempo é a palavra - Ele bufou.

- Você não precisa de uma trepada, Michael. Você precisa da assessora gata. Eu sei exatamente que a única coisa que quer é tirá-la do pensamento, mas transar comigo ou com qualquer outra não irá adiantar. Vá vê-la, ela também deve estar louca de saudades de você.

- Você acha? - Um leve sorriso formou-se em seus lábios.

- Eu tenho certeza. Vá vê-la, não perca mais tempo.

- Você tem razão - Decidiu-se - Obrigado, Jules.

- Sempre que precisar, chefinho - Ele desligou o telefone e virou na próxima esquina, rumando para o congresso.

Seus passos foram apressados pelos corredores do prédio. Aquela hora não restava mais muita gente trabalhando, o que Michael achou ótimo pois não precisaria parar para cumprimentar as pessoas.

O sorriso amplo nunca deixou sua face enquanto ele caminhava decidido, uma ansiedade palpitante deixando seu coração aos pulos.

Michael parou, seus pés fincando-se ao chão e seu sorriso morrendo em sua face bonita. Ele esgueirou-se entre uma das portas e ouviu o'casal' falar alegremente.

- Como posso lidar com isso, Estrela?

ESTRELA?! ESSE IDIOTA CHAMOU-A DE ESTRELA?

Pois sim, estrelas é o que ele vai ver se chegar mais perto dela. - Michael cochichou irritado.

- Ora, relaxe George, isso não irá afetar em sua candidatura - Ela disse risonha.

Michael não pode evitar de sorrir ao vê-la fazendo isso.

- Agora vamos parar de falar disso e vamos ao nosso jantar - George aproximou-se e segurou a cintura de Ana.

- Vamos - Ela encarou-o e sorriu.

Dessa vez Michael não espelhou seu sorriso. Irritado demais por vê-la assim tão dada a esse canditadozinho de merda. Pelo jeito ele não se candidataria apenas para o cargo de senador, ele pretendia se candidatar a frequentador da cama de Ana.

Michael apertou as mãos em punho, controlando a vontade de sair de trás daquela porta e socar o homem até deixá-lo mole.

Eles seguiram pelos corredores quase vazios do congresso. George ainda segurando possessivamente a cintura dela, e Ana derretendo-se com as conversas dele.

Michael segui-os sorrateiramente.

Ahhh mas ele iria acabar com aquela festa, ele iria colocar George em seu lugar e mostrar a Ana que ela era somente sua.

Ele seguiu o carro de perto, e assim que eles desceram e entraram no restaurante Michael fez o mesmo. Sentando-se em uma mesa onde não poderia ser visto.

- Boa noite, senador, algo para beber? - O garçom perguntou-lhe.

- A bebida mais forte que tiver na casa.

- Uma dose?

- Não, uma garrafa - O garçom assentiu e retirou-se.

Ele precisava beber, precisava anestesiar um pouco toda aquela confusão de sentimentos. Raiva, ciúmes, saudades, necessidade, amor... Não! Isso não!

Bebendo de seu primeiro gole ele observou o casal a alguns metros de distância entrosados em uma conversa animada, entre risos e toques, que o enervava. Ana riu mais uma vez para George e tirou os cabelos ruivos de seus ombros, talvez um movimento comum para muitos, mais não passou desapercebido para Michael a palidez da pele de seu pescoço, a maciez de seu cabelo... Ele lembrou-se de tudo, do cheiro, do toque, da voz sussurrada... Aquele babaca não iria ter de Ana nada disso.

Ele encheu mais um copo e tomou de uma só vez, quase engasgando-se quando a bebida queimou sua garganta. Michael bateu sobre a mesa, deixando ali uma nota de cem dólares e caminhou em direção a mesa do 'casal feliz e entrosado'.

- Atrapalho? - Perguntou debochado. Ana encarou-o de olhos arregalados e George murchou o sorriso ao ver a ira no rosto dele.



Capítulo 19


- Absolutamente, senador Jackson - George respondeu, sorridente, polido - Há algo que queira tratar comigo?

Ana permaneceu calada, petrificada, enquanto Michael lançava um olhar de desprezo ao educado e sorridente George.

- Meu assunto é com Anastácia - Ele aproximou-se dela e como não obteve reação agarrou-a pelo braço, fazendo-a se levantar - Vamos. - Ana tentou livrar-se de seu aperto, sem sucesso.

- Hey, Michael, ela não vai se não quiser - George também se levantou e segurou o braço de Michael.

Os homens se encararam feito duas feras prontos para a briga. Ana finalmente acordou do choque de vê-lo depois de dias, depois de dizer a si mesma que tudo tinha acabado entre elas. Ela apressou-se em interromper a evidente briga.

- Solte-me, Michael - Ela puxou o braço - Eu vou falar com você, não precisa fazer cena - Michael assentiu rigidamente.

- Estrela?! - George chamou. Michael rugiu pela sua ousadia. Ana virou-se para ele sorridente.
- Tudo bem George, eu tenho alguns assuntos pendentes com o senador, não se preocupe. Vai me desculpar por deixá-lo em meio ao jantar?

- Claro, sem problemas. Nos vemos amanhã?

- Com certeza - Ela inclinou-se e salpicou um demorado beijo na bochecha de George - Obrigado pelo jantar.

Michael serrou as mãos em punho. Mais uma troca de afeto e ele socaria a cara daquele idiota, depois deitaria Ana em seu colo e lhe daria umas boas palmadas naquele traseiro atrevido.

Ana não lhe dirigiu a palavra, nem mesmo o olhar enquanto caminhavam para o estacionamento do restaurante. Ela entrou no carro e Michael entrou logo em seguida, tomando fôlego ele voltou-se para ela.

- Não vai dizer nada?

- Você é um cretino - Ela disse, sem olhá-lo. O rosto vermelho de raiva.

Ele deveria ter se sentido irritado pela ofensa, mas teve que reprimir sua vontade de rir. ela era adorável irritada.

- Bem, se fosse para dizer algo do tipo nem precisava ter aberto a boca. - Ela encarou-o com evidente ira.

- Espere só estarmos em um local onde eu possa dizer tudo que penso - Michael ergueu ambas as mãos, em sinal de rendição. Sem dizer mais nada ele deu partida no carro e saiu dali.

(...)

Michael mal havia estacionado e desligado o carro, mas Ana já havia se livrado do cinto e corrido pela calçada, ele teve de apressar os passos para acompanhá-la antes que ela entrasse no elevador.

Tudo foi silencioso e calmo até ela atravessar a porta de sua casa e trancá-la.

- Com que direito você atrapalha meu jantar com um amigo? - Gritou, explodindo de raiva.

- Amigo? Aquele bocó quer ser tudo seu, menos amigo.

- Pois saiba que o George não é como você! - Disse em tom alto, dedo em riste, apontando atrevidamente para ele.

- Por favor, Anastácia, não se faça de ingênua você sabe muito bem o que ele quer. - Disse, tom e voz passivo.

- E daí se ele quisesse trepar comigo?! E seu eu quisesse trepar com ele? Você não é nada meu para me impedir - Ela sorriu seu sorriso mais debochado e desafiador.

Agora ela tinha atingido o ponto certo para deixar Michael irado.

- Não fale assim, odeio esse seu palavreado. Não haja como uma vadia - Ana colocou ambas as mãos na cintura e encarou-o.

- Eu me tornei uma vadia a partir do momento que me deitei com você. Ou esqueceu-se de que me tratou assim da última vez que nos falamos.

- Eu não te tratei feito uma qualquer - Ele suspirou para conter-se - Você tirou conclusões preciptadas, estava de cabeça quente, eu estava de cabeça quente. E tenho que pedir desculpas pelas coisas que disse, a forma como agi. Eu não deveria te impor nada, mas é... é que quando não faço isso você se solta. Veja só como anda com George.

- Já te disse que ele não é como você. Ele não fode suas amigas, sua secretária.

- MAS VAI FODER VOCÊ, PORRA! - Ana ergueu a mão e lhe deu um tapa. Michael apenas a encarou.

- Talvez você tenha desaprendido a me respeitar, mas isso não vai voltar a acontecer, saiba disso - Uma lágrima escorreu por seu rosto e ela amaldiçoou-se por ser tão fraca.

- Como pode ser tão cega? - Ele perguntou, olhando-a intensamente.

- Cega diante de que? Do seu evidente egoismo? Isso eu posso ver bem.

- Cega! - Falou aproximando-se - Cega - Ele deu mais um passo - Cega - Ele agarrou a nuca de Ana e trouxe o rosto dela para centímetros do seu - Cega... Por que não pode ver que sou louco por você, que sou completamente apaixonado por você, que me senti um lixo por tê-la tratado tão mal, por ter que me afastar... Esse sentimento me aterroriza, mas não posso mais escondê-lo - Ele roçou seus lábios no dela - Eu amo você Ana.

Ana engasgou com a própria respiração. O coração tão acelerado que por um momento ela viu tudo ao seu redor rodar.

- Michael - Sussurrou, a ponto de tomar-lhe os lábios em um beijo.

- Não diga nada, só me pare se não for isso que quer.

Ele avançou, beijando-a intensamente. Numa mistura crua de posse, desejo e paixão.

Ana gemeu contra seus lábios quando ele desceu as mãos pelas suas costas parando para apertar suas nádegas. Ela pendeu a cabeça para trás e Michael aproveitou tal movimento para sugar-lhe o pescoço com avidez.

- Ohh Michael - Ana agarrou-se aos ombros dele e se contorceu contra seu corpo, desesperada por um toque mais íntimo.

Ela separou seus corpos e empurrou-o contra o sofá. Michael encarou com encantamento e ávida excitação, Ana se ajoelhar entre suas pernas abertas e desabotoar seu cinto apresadamente.

Não levou mais que alguns segundoa para sua calça e cueca estar jogada em um lugar qualquer, a saia de Ana amontoada em sua cintura e sua calcinha fazendo compania as calças dele no chão. Então ela montou-o, enchendo-se com ele, plenamente feliz.

Ele levou as mãos para sua cintura e ajudou-a a se movimentar. Enquanto Ana montava-o eles beijavam-se avidamente, como se quisessem devorar um ao outro. Só quando Michael sentiu as pernas de Ana trêmulas e sua intimidade apertar-se em torno dele, foi que ele parou de beijá-la para descer a alça do seu vestido e desnudar um de seus seios. Ele mordeu se mamilo intumescido com fraca força, arrastando seus dentes, deleitando-se com o grito que Ana soltou quando ele o fez.

- Michael... Ohh meu Deus - Ela agarrou-se com mais firmeza em seus ombros e montou-lhe com cada vez mais rapidez, fazendo seus corpos suados impactarem com mais força.

- Porra, Estrela - Ele grunhiu, muito perto de sua própria libertação.

Michael afastou os cabelos de Ana e inclinando-se mordeu a curvadura no seu pescoço. Ana gritou mais uma vez desfazendo-se em um orgasmo extraordinário. Em meio a nevoa de seu clímax ela ainda conseguiu se focar no rosto de Michael enquanto ele gozava, seus lábios abrindo-se, seus olhos se apertando, seus músculos tensionando... ele era a coisa mais sexy do mundo.

Ambos ofegantes e satisfeitos deitaram-se entrelaçados no pequeno sofá, pensando em como seria de agora em diante.

(...)

Uma semana depois...

- Qual o problema em eu não querer sair hoje? - Michael perguntou enroscando-se em Ana.

Ela suspirou de contentamento quando seu corpo quente juntou-se ao dela.

- Você sempre quer ir a algum lugar - Ela deu de ombros.

- Mais uma mudança para acrescentar a lista - Ela lhe encarou e sorriu.

- Gostei de tal mudança.

- E eu gosto de você de tudo que faz, de tudo que diz...

- Ohh é mesmo? Até quando te chamo de cretino? - Ela ergueu a sobrancelha.

- É sexy quando me xinga.

- É mesmo, cretino? - Sussurrou contra seus lábios - Meu cretino irresistível.

- É mesmo megera - Sussurrou de volta - Minha megera adorável.

Então se beijaram selando as palavras, sessando seus sentimentos. Em uma semana eles haviam descoberto como eram bons juntos, em tudo que faziam. Sem brigas, sem estresses. Michael estava acostumando-se a respeitar o jeito liberto de Ana e ela estava tentando lidar com a sua possessividade. Cada um sedendo o pouco que podia, e estavam indo muito bem, obrigado. O problema é que George não estava gostando do que via, e menos ainda Samy, que havia perdido seu posto de única mulher amada na vida do irmão.




Capítulo 20


Ana pescou uma quantidade absurda de papéis na mesa de Michael e encaminhou-se para fora de sua sala. Ela precisava analizar tudo aquilo e fazer o parecer do mês, mas tudo em que conseguia pensar era na noite anterior, em como tudo foi perfeito, romântico e quente, era assim que eles eram juntos, tudo meticulasamente sob medida. Ana amava estar perto dela, Ana O AMAVA, mas por simples covardia não teve coragem para lhe dizer.

Ela o admirava por ser tão desprendido em seus sentimentos, por se declarar pra ela sem medo. Queria mesmo conseguir externar seu amor com palavras, assim como ele fizera. Mas conhecendo-se tão bem, sabia que levaria um tempo até que ela conseguisse isso.

Só fazia algumas horas que ele estava longe, algumas míseras horas e Ana não podia se aguentar de saudades. Bem, e de ciúmes também, já que provavelmente ele estava em reunião ao lado de Jules e isso a incomodava.

Ela dissipou tais pensamentos e focou-se nos papéis. Ana leu-os um após o outro, fez e refez as contas, e nada! As contas não batiam, o valor a ser depositado era bem menor do que o certo...

Mais um desvio de dinheiro! - Constatou irritada. Sem ao menos perceber ela havia amassado os papéis enquanto seu pensamento focava no que aquilo implicava.

Michael era desonesto! Um dos defeitos que Ana mais abominava em um homem. Afinal ela entrara para a política para fazer o possível no combate contra pessoas assim, e agora ela estava irremediavelmente apaixonada por um, entre tantos outros, políticos desonestos. E ela estava compactuando com isso, coisa que disse nunca fazer. Já que essa era a segunda vez que ela notava tal coisa.

Ana sentia-se perdendo sua indentidade idealista, sentia-se como estivesse afogando sua melhor parte e tudo isso por amor... Por não imaginar, em hipótese alguma denunciar Michael.

Ele fazia tão pouco jus aos seus pequenos desvios, e deveria estar tão acostumado com todos serem assim nesse meio, que nem se dava o trabalho de pedir discrição a Ana. Ele de fato nem tocava em tal assunto.

Mas ela odiou ter que omitir isso... Ela odiou que ele fizesse isso.

- Amor?! - Ela ouviu a voz doce e instantaneamente virou-se. - Sabe que não aguentei de tanta saudade e tive de passar para te dar um beijo - Ele inclinou-se e beijou Ana nos lábios. Ela não empolgou-se para retribuí-lo, como sempre fizera.

- Não volta mais para sua empresa hoje? - Perguntou desviando os olhos.

- Volto, mas antes quero almoçar com você - Ele ergueu-a da cadeira e puxou o corpo dela para junto do seu - Quem sabe não esticamos essa hora do almoço um pouquinho, hum? - Perguntou insinuante, baixando a cabeça para salpicar beijos e mordiscadas no pescoço dela. Ana gemeu, não imune ao seu toque e seus beijos.

- Não é uma boa ideia - Disse, tentando não soar fria, coisa que não conseguiu.

Michael percebeu imediatamente e afastou-se.

- Algum problema? - Ela lançou um olhar para os papéis na mesa e voltou a olhá-lo. Uma lágrima desceu por seu rosto. - Ana - Michael disse preocupado. Ele trouxe a cabeça de Ana para descançar em seu peito e beijou seus cabelos, ofertando-lhe um carinho nas costas - Fale pra mim, foi algo que fiz? Fui rude e não percebi... Ana, eu... eu odeio vê-la assim, meu amor, por favor diga se fui eu. - Implorou.

Malditos papéis! Ela o amava e por mais que tivesse uma sede louca de honestidade ela não o deixaria culpado, ela também odiava vê-lo assim.

- Não se preocupe, é só os hormônios - Ela fungou, enxugando as lágrimas - Me beije e me faça esquecer - Ela sorriu. E mesmo ainda preocupado Michael envolveu sua cintura e beijou-a tão langorosamente que Ana esqueceu-se até mesmo de si mesma.

(...)

Depois de um almoço maravilhoso, cheio de conversas, risos e beijos Ana e Michael partiram do restaurante de mãos dadas.

- Pra onde pensa que está indo, senador? - Ana inquiriu ao perceber que Michael não seguia para o congresso.

- Para minha casa, assessora - Disse sem encará-la.

- Eu preciso trabalhar, se não sabe disso. E você também.

- Eu sou meu patrão, faço meus horários, e você é minha funcionária, eu faço seus horários - Disse altivo. Ana deu-lhe um tapa e ambos riram.

- Seu cretino.

- Não comece a tentar me excitar, megera.

- Vou te mostrar como eu excito - Ela sorriu maliciosa e soltando o cinto aproximou-se o quanto pode dele.

Seus lábios encostaram suavemente em seu pescoço, onde ela roçou-os para logo depois morder. O carro freou um tanto bruscamente.

- Anastácia... - Michael repreendeu - Continue com isso e acabarei batendo o carro.

- Mas eu ainda nem comecei - Disse com voz inocente. Ela inclinou-se até o ouvido dele e sussurrou - Já pensou no que posso fazer com minha boca enquanto dirige? - Michael grunhiu, apertando o volante do carro - Não nos mate, senador.

Dizendo isso ela trabalhou rápido no zíper da calça dele, liberando seu membro, que já estava semi-ereto. Ana umideceu os lábios e baixou-se até estar a centímetros do membro dele. Ela usou sua mão para masturbá-lo por algum tempo, mas logo estava desejosa demais para manter sua boca longe do seu eixo.
Ela passou a língua por toda extensão, deleitando-se com seu saber de homem. Ana fez isso uma e outra vez até sentir a respiração de Michael acelerar e ele soltar uma das mãos dovolante para repousá-la em sua cabeça, dizendo-lhe silenciosamente o que ele queria. E Ana o fez, colocando até onde conseguiu 'dele' em sua boca, sugando-o com tamanha avidez, que o barulho da sucção ecoou pelo carro.

- Ohhh, Ana - Os dedos dele fecharam, agarrando um montante de cabelo dela, incitanto-a a ir mais fundo.

Ana ignorou sua reflexo de vômito e colocou mais 'dele' em sua boca, até a glande do membro dele alcançar a entrada de sua garganta. Ela rodeou-o com a língua, enquanto suas bochechas se punham côncavas devido a força de sua sucção. O membro dele pulsou em sua boca e ela sabia que ele estava prestes a gozar. Um movimento bruco no carro a fez parar, Michael ergueu sua cabeça e trouxe-a para um beijo. Enquanto o fazia ele afastou o banco do carro para ter na acomodada em seu colo.

- Michael não será perigoso? - Ela conseguiu perguntar quando ele soltou-lhe os lábios para beijar seu pescoço.

- Estamos em um estacionamento seguro - Disse rouco - A culpa disso é inteiramente sua. - Ana riu, seu sorriso se transformando em uma careta de excitação quando ele mordeu seu mamilo, ainda coberto pela blusa.

Sua intinidade pulsava ao ponto de doer, seus sulcos molhavam suas coxas e ela estava ofegante e gemendo - Sem falar nos vidros do carro estarem totalmente embaçados, explicitando o que eles estavam fazendo ali - Só então Michael decidiu parar de torturá-la e empurrou sua calcinha para o lado, enterrando-se nela com uma única estocada.

- Ohhh Michael - Ela agarrou seus ombros com firmeza.

Estava amolecida depois de Michael tê-la parado a beira de dois orgasmos, sentia-se imcapaz de mover-se. Totalmente ciente disso, Michael inclinou ainda mais a cadeira do carro, quase deitando-a, e arremeteu contra Ana.

Foi impossível não gritar... Ele estava estocando-a selvagemente, sem pausa, arrastando seu pênis duro pelas paredes inchadas e sensíveis da intimidade de Ana.

Michael agarrou suas costas e a fez baixar, ele prendeu-a nessa posição e bateu seus quadris de encontro aos dela mais e mais e mais rápido. Ana tentava se contorcer, agarrar-se em algo, o poderoso orgasmo que estava se construindo em sue núcleo era tão poderoso que ela só teve vontade de fechar as pernas e levantar-se dali, ela queria isso tanto quanto queria que ele a fodesse mais e mais forte até ela gozar uma e outra vez.

- Goze, Ana, goze - Ele sussurrou em seu ouvido e essa era a fagulha que faltava para ela quebrar-se em seu orgasmo.

Ana gritou, sua mão livre voando para o vidro, arranhando-o desesperadamente. Michael continuava a penetrá-la, sem pausa alguma, e Ana podia sentir outro orgasmo formando-se, sem ela ter ao menos se recuperado do primeiro.

Michael grunhiu e o som reverberou nela.

- Ohh Ana - Ele cravou os dentes em seu ombro, mordendo-a deliciosamente duro. Ele estremeceu enquanto seu orgasmo preenchia Ana e ela gozou mais uma vez.

Levou algum tempo para que se recompusessem e voltassem para casa, onde dormiram uma boa parte da tarde, completamente agarrados.



Capítulo 21


- Ana, vamos nos atrasar - Michael disse impaciente.

Ele olhou pela enésima vez no relógio, constatando que Ana estava quase 20 minutos atrasada. Nem era tanto assim, mas ele gostava de apresá-la só para vê-la irritada.

- Já disse que estou indo, seu grandíssimo pé-no-saco - Michael arregalou os olhos.

- Megera - Gritou e ouviu sua risada vinda do quarto.

- Pronto, satisfeito, apressado? - Ela perguntou. Michael virou-se e, literalmente, seu queixo caiu. Ana não percebeu a expressão com a qual ele olhava, por que ainda estava tentando abotoar a sandália.



- Estrela - Ele sussurrou e Ana finalmente encarou-o, sentindo seu coração acelerar quando notou o olhar apaixonado que ele lhe lançava.

- Oi amor - Ela sorriu e aproximou-se dele, inclinando-se para beijar seus lábios - Desculpe pela demora.

- Valeu a espera - Ele sorriu e levantou-se, trazendo o corpo de Ana contra si, ele sussurrou em seu ouvido - Você está belíssima. - Ana corou.

- Obrigado - Ela deu-lhe um beijinho no canto dos lábios - E você é sempre lindo, sabe disso!

- Elogios a parte, precisamos ir - Ana assentiu e segurou sua mão.

Ela não estava segura de si, sabia que hoje o namoro deles tornaria-se publico, já que boa parte da imprensa estaria cobrindo esse almoço beneficente.

Uma parte dela sentia-se orgulhosa e feliz por o amor deles sair das sombras, por finalmente todas saberem que Michael era dela, mas outra parte sentia-se insegura e temerosa sobre o que isso iria acarretar. Eles teriam paz depois disso?

Bem, isso ela achava um pouco improvável. E nem era da imprensa que ela tinha medo, foda-se se falassem dela, mas algo sobre ter Samy e uma gama considerável de mulheres rogando praga para esse relacionamento a deixava com os dois pés atrás.

(...)

Ana sorriu desconfortavelmente quando possou para algumas dúzias de fotos ao lado de Michael. As perguntas estridentes sobre o relacionamento estavam começando a enervá-la e eles nem haviam entrado no evento ainda.

- Relaxe, amor, já vamos entrar - Michael sussurrou em seu ouvida e Ana apenas assentiu.

Ela precisou de esforço hercúleo para ser simpática nos próximos minutos.

Só então eles conseguiram entrar no evento e Ana soube assim que colocou os pés no salão e viu as duas mulheres se aproximando, que aquele seria um dia fodidamente terrível.

Jules foi a primeira a aproximar-se e parar a metros do casal, sempre sorrindo casualmente, sempre maquiada com esmero e vestida pra matar. Ana gostava dela, achava-a divertida, mas odiava que ela já dormiu com Michael... Isso é, se ainda não dormissem juntos. Tal pensamento a enojou.

Segundos depois foi a vez de Samy parar a poucos do casal, sorrindo docemente e falsamente, assim como seus seios ridiculamente cheios de silicone. Ela encarou Ana com desprezo e recebeu de Ana um olhar tão desprezível quanto o dela.

- Veja só, meu maninho trouxe a assessora - Samy disse, excessivamente sorridente. Dando um imperceptível empurrão em Ana quando se aproximou para abraçar Michael. Abraço esse que durou mais do que deveria.

- Fico feliz em vê-la aqui meu anjo - Michael disse sorridente, segurando firme as mãos de Samy - Veio com quem?

- Com Marcos - Ela apontou para bonito homem, que sorriu para ela.

- Humm, namorado novo, baby? - Michael brincou, balançando as sobrancelhas em divertimento. Samy riu, abobalhada.

- Apenas um amigo. - Ela deu de ombros.

- Pois eu tenho novidades - Michael soltou-se dela e pegou Ana pela mão - Samy, eu e Ana resolvemos todos nossos problemas e agora estamos definitivamente juntos e posso dizer que sou o homem mais sortudo do mundo.

- Vocês... juntos?

- Namorando, deixe que eu me corrija - Ana observou Samy engolir em seco e um lampejo de raiva tomou suas feições, mas ela tratou de se recompor muito rápido.

- Bem, desejo felicidades pra vocês. Principalmente para você amor - Ela acariciou o rosto de Michael - Cuide bem dele, Ana - _"Enquanto pode" _ Samy completou mentalmente. - Agora preciso fazer compania a Marcos. Te vejo essa semana, Michael?

- Claro, irei te visitar - Ela se esticou para dar um demorado beijo na bochecha de Michael e se afastou acenando.

Assim que ela saiu Michael aproximou-se de Ana e abraçou-a por trás.

- Vocês podem interagir sem se ofender, viu? - Ana riu, deleitando-se com a sensação dos lábios dele em seu pescoço.

- Parece que sim. E você Jules, o que faz aqui? - Ana perguntou encarando a mulher.

- Não precisa me fuzilar, Ana, estou apenas á trabalho, a mando de Michael. - Ela deu de ombros.

- Trabalho? - Ana afastou-se de Michael - Estou esperando - Ela encarou-o, com a mão na cintura.

- Hey, amor, é só para buscar contatos que possam ajudar na empresa. - Ana assentiu duramente.

- Senador, venha aqui - Um homem calvo chamou e depois de sibilar uma desculpa Michael se afastou.

- Olha Ana, até entendo que tenha ciúmes de mim, por eu ter transado uma e outra vez com o Michael, mas acredite em mim, somos apenas amigos agora.

- Ahhh por favor, Jules, sem essa - Ana disse irritada.

- Bem, você deveria saber mais de mim antes de se morder de ciúmes. Vou te falar a real, eu não curto homens, querida! Até transei com o Michael algumas vezes, mas por diversão, por ele me excitar de certa forma, mas se eu quisesse alguém para namorar ele não faz meu tipo, você faz! - Disse de uma vez, observando Ana ficar de olhos arregalados diante de sua declaração.

- Co... Como assim?

- Bem, eu sou lésbica! Mas não se preocupe, não estou apaixonada por você - Jules riu, vendo Ana tão pálida - Admiro muito você, sua força e sua personalidade, mas sei que você não gosta da fruta e afinal é loucamente apaixonada por Michael, dá pra notar isso na forma que o olha. Não quero bancar a chata nem nada disso, mas apesar de alguns deslizes o Michael é um cara muito do bem, muito solitário e carente... Se ele me houve falar isso, ele me mata - Jules riu e Ana acompanhou-a na risada - Cuide dele, faça-o feliz, por que ele realmente nunca foi. E pare de ser tão megera - Ana gargalhou.

- Obrigado, eu precisava ouvir essas coisas.

- Olhe só como ele te olha - Jules apontou para Michael, que estava do outro lado do salão mais não parava de olhá-la, um sorriso estampado nos lábios - Ele ama você, e eu posso afirmar isso, por que já o vi com uma dezena de mulheres e ele nunca olhou pra nenhuma delas assim - Ana assentiu.

- Eu também o amo - Ela sorriu e olhou - Espero mesmo que dê certo ou irei quebrar meu coração.

- Vai dar. Agora deixe-me fazer o meu trabalho. Quero que saiba do fundo do coração que só vejo o Michael como amigo que jamais teria mais nada com ele sabendo da história de vocês.

- Eu acredito em você.

- E só mais uma coisa, tome cuidado com Samy... Já vi ela se desfazer de muitas mulheres que entraram na vida de Michael e perto de você elas não significavam nada pra ele, então fique de olho aberto. - Dizendo isso Jules afastou-se.

Ana petrificou com a última frase de Jules. Então Samy já havia se livrado de outras mulheres que conviveram com Michael? Mas por que ela fez isso, com que propósito?

Ela olhou ao redor e viu Michael rodeado por mulheres e dois ou três homens. Ana revirou os olhos para tal cena e para não se estressar ainda mais decidiu caminhar pelo salão. Seu telefone tocou e ela procurou um lugar calmo para atendê-lo, entrando em uma porta, que deu em um belíssimo jardim.

- O que há Henry? - Perguntou.

- Nossa, mal-humor Estrela? - Henry quase gritou do outro lado da linha.

- Ahh Henry, não acredito que você encheu a cara e está me ligando pra importunar, esqueceu que estou em um almoço com o Michael?

- Ihh é verdade - Henry riu estridentemente - Só liguei por que queria que viesse pra cá, esqueci completamente do senador lindão.

- Tchau, seu pinguço - Ana desligou e riu sozinha. Seu amigo era hilário.

- Mas o que uma jovem tão bela faz sozinha aqui?

Ana virou-se e encarou o dono da voz sorrindo.

- Ohh, belo e sumido senhor, estava apenas atendendo o telefonema do meu amigo pinguço - George gargalhou e aproximou-se.

- Sempre com senso de humor intacto - Ele abraçou-a e Ana retribuiu o abraço hesitante - Estava com saudades. - Ana empurrou-o levemente.

- Ora, o único que sumiu foi você.

- Tive viagens, mas estou de volta. Você está bem. Divertindo-se?

- Estou ótima, enquanto a diversão, mais ou menos.

- Algo que possa fazer para alegrá-la? - George perguntou sedutor.

- Talvez sair de perto dela vá ajudá-la a manter-se divertida - A voz de Michael ressoou pelo lugar.
 


Capítulo 22


- Boa tarde senador Jackson - George disse, sempre sorrindo simpaticamente.

- Não seja cínico George, você ouviu o que eu disse e posso lhe garantir que não vou me repetir. Da próxima vez que vê-lo rondando minha namorada nós vamos nos entender de uma forma nada cordial.

- Não seja tão ciumento senador, Ana e eu somos apenas amigos e estávamos nos falando como tal.

- Não quero você perto dela, estou avisando - Michael estava ameaçadoramente perto agora. Ana podia sentir o cheiro de confusão se ela não intervisse.

- Michael, não! - Ana enfiou-se no meio dos dois homens - Vamos embora, por favor.

- Vamos para casa - Michael disse e virou-se para sair dali, Ana acenou um 'tchau' para George e acompanhou Michael.

Ele foi silêncioso por todo caminho até chegarem em casa. Ana até tentou puxar assunto mais ele respondeu monossilabicamente, então ela desistiu.

Michael entrou em casa e ainda sem nada dizer seguiu para o quarto. Ana respirou fundo para controlar seu gênio e seguiu-o. Encontrou-o despindo-se na entrada do banheiro.

- Vai falar comigo agora?

- Sabe o quanto eu odeio vendo-a falar com aquele cara? - Michael explodiu - Com certeza você não tem a mínima noção, por que se soubesse como me sinta não voltaria a falar com ele.

- Por favor Michael, eu não entendo por que tanto drama, eu também odeio vê-lo com a Jules, mas nem por isso imponho que pare de falar com ela.

- É diferente - Disse, mandíbula cerrada.

- Diferente por que é com você?

- Não, diferente por que eu sempre disse que a amo, você não tem medo de me perder pra Jules, mas eu tenho medo que o George a roube de mim, eu sinto que ele fará isso quando eu menos esperar - A voz dele falhou e Ana sentiu-se a pior das mulheres por fazê-lo senti-se assim.

"O Michael é carente e solitário... Faça-o feliz, por que ele nunca foi realmente" - As palavras de Jules ecoaram na mente de Ana.

- Mas você não deve temer me perder por George nem pra ninguém, por que eu nunca serei de outro que não seja você, eu te amo e por mais que eu tenha dificuldades em expressar isso, essa é a maior verdade em mim, eu te amo e nunca mais vou amar assim, disso eu tenho certeza - Uma lágrima rolou pelo rosto de Ana, enquanto um amplo sorriso estampou o rosto de Michael.

- Ana - Ele sussurrou incrédulo. Desde que começaram a se relacionar Michael achou que fosse quase impossível ouvir aquelas três palavras sair da boca dela.

Ana aproximou-se e roçou seus lábios no dele.

- Eu amo você, deixe-me prová-lo. - Ela empurrou-o até a cama.

Foram precisos apenas poucos segundos para que Ana estivesse completamente nua, montada em Michael, friccionando seu sexo faminto na ereção cada vez mais pulsante dele.

Ela inclinou-se e beijou-lhe langorosamente, sua boa fez seu caminho até o pescoço dele, onde ela beijou e mordiscou, depois para o peitoral, onde ela passou um tempo provocando os mamilos dele, Ana prentendia continuar o 'passeio bucal', mas foi impedida por Michael, que agarrou-a pelos braços e girando-a, se pôs em cima dela. Ana deu um pequeno grito pelo movimento brusco e riu. Michael acompanhou seu riso, encostando as testas.

- Eu amo tanto você - Ele sussurrou contra os lábios dela.

- Eu também o amo, tanto que nem posso explicar - Ambos ficaram sérios e mais um beijo foi dado.

Michael enterrou-se nela, deleitando-se com a sensação de tê-la apertando-se em volta 'dele', tornando a penetração mais difícil, mais prazerosa.

- Ohh baby, tão apertada... você... me deixa louco, Ana.

- Mova-se Michael, não me torture mais - Ana implorou sofrega.

Michael enterrou-se de uma vez nela e Ana gritou arqueando-se completamente. Ele saiu completamente de dentro dela e voltou mais uma vez, com força.

- Ohh Deus.

Michael repetiu o ato uma e outra vez, tendo uma Ana cada vez mais ofegante e trêmula abaixo de si.

Ana sentia-se a beira do orgasmo, seu sexo sensível estava dolorido pelas investidas, mas a única coisa que sua mente insana conseguia pensar no momento era em MAIS.

- Mais rápido, amor, mais forte... - Foda-me Michael - Pediu, remexendo os quadris, louca por mais. Ela tentou segurar nos ombros dele para assim apoiar-se e poder se mover mais rápido, acabando assim com aquela doce tortura imposta por ele, mas Michael segurou suas mãos acima da cabeça dela, entrelaçando os dedos e ajoelhando-se na cama para estocá-la com mais força, assim como ela pedia.

Ele aumentou os movimentos tanto que a cama embaixo deles ragia a cada estocada, tanto que a cabeça de Ana chocava contra o espaldar da cama, tanto que ambos agora gritavam, incapazes de se conter.

Ana pegou apenas um vislumbre de Michael quando ele começou a gozar, pois o orgasmo que contruiu-se nela foi tão forte que ela foi incapaz de manter os olhos abertos. Seus dedos dos pés enrolaram-se e ela elevou os quadris, até suas costas erguerem-se completamente da cama.

Quando o mar de sensações cessou, Ana percebeu que Michael estava caído contra ela, ofegando contra seu ouvido, trêmulo e completamente imóvel.

- Está bem, amor? - Perguntou preocupada, suas mãos acariciando os cachos molhados de suor dele.

- Sim - Ele sussurrou contra seu pescoço e ela pôde sentir o sorriso no seu tom de voz - Só me dê um momento, por que isso foi... incrível.

- Por mim você nunca sairia dos meus braços.

Michael conseguiu forças para erguer a cabeça e olhá-la, um sorriso bobo nos lábios.

(...)

3 Meses depois...

Talvez nem Ana nem Michael acreditassem que algum dia pudessem ser assim tão felizes.

Claro e obvio que todo mundo, mesmo que não diga, almeja a felicidade, mas quantos de nós acredita realmente, de todo coração, com profunda certeza, que algum dia alcançaremos a tal felicidade? Desejar, é certo que todos desejam.

Eles não podiam denominar de outra forma, era felicidade, pura e simples.

Ao longo desses três messes eles tiveram muitos jantares, muitas conversas, vários filmes e noites de amor tórridas e apaixonadas. Agora se conheciam bem o suficiente para saberem como lidar um com o outro e Michael foi quem mais tirou proveito disso, pois agora sabia que uma briga desafiadora com a ' megera' sempre acabava na cama... ou na mesa da cozinha... ou no sofá... ou no elevador... Bem, o lugar era o de menos.

No trabalho tudo estava indo maravilhosamente bem, Ana não encontrou mais nenhum desvio de dinheiro nas contas e isso aliviou-a sobremaneira, ela pensou que Michael com certeza notara que isso lhe desagradava e parou.

Ela não teve o desprazer de encontrar Samy em todos esses messes. Michael lhe dissera que ela estava viajando e que voltava ainda essa semana.

Não tiveram mais brigas por causa de George, já que Ana mal o via, pois ele estava muito ocupado com sua candidatura.

Bem, e Jules?! Ela não era mesmo mais um problema, Ana e ela agora eram mais próximas.
Tudo perfeito não é?! Perfeito até demais...

(...)

- Amor terei de ir até a empresa agora, infelizmente não tenho hora pra voltar.

- Não jantaremos juntos? - Ana perguntou cabisbaixa.

- Eu não janto sem sua compania - Disse brincalhão - Então se não for até a empresa me ver e jantar comigo provavelmente eu morrerei de fome e a culpa será sua.

- Isso é uma chantagem senador?

- Com certeza é - Michael riu.

Ana contornou sua mesa e parou na frente dele, enlaçando seu pescoço.

- Apesar de eu ter um namorado extremamente chantagista eu amo ele e faço suas vontades, então eu vou.

Michael puxou-a contra si e tascou-lhe um beijo.

- Olhe só para vocês, um casal típico de filmes românticos - Jules interrompeu, fazendo-os se soltar.

Todos riram da sua piada.

- Hora de trabalhar chefinho. A reunião deveria ter começado há 15 minutos atrás e ainda estamos aqui.

- Então vamos. - Ele beijou Ana mais uma vez - Até mais tarde amor.

- Até - Michael pegou sua maleta rumou para a porta.

Inexplicavelmente Ana sentiu um aperto no peito ao vê-lo ir. Como se algo fosse mudar em breve e esse simples gesto de vê-lo fosse se tornar escasso.

Ela balançou a cabeça para dissipar tais pensamentos e voltou para o trabalho.

(...)

Ana não podia acreditar no que os seus olhos viam.

Ela fez como sempre fazia antes. Leu e releu aqueles papéis, fez e refez aquelas malditas contas e constatou com raiva e decepção que mais uma vez Michael havia desviado dinheiro.

- Mas que porra! - Rugiu jogando os papéis em sua bolsa.

Ana parou um táxi e entrou nele feito um furacão, quando acabou de passar o endereço da empresa de Michael para o taxista e o silencio tomou conta do veículo sua mente começou a formular mil e uma formas de dizer a ele que isso deveria parar, IMEDIATAMENTE, ou eles teriam um sério problema.

Ingenua! E ela achando que ele havia notado o quanto esses desvios de dinheiro a incomodavam e havia parado com isso. Provavelmente deu uma pausa para não levantar suspeitas.

Desonesto! Era isso que ele era, e Ana não ia mais guardar para si as frustrações que essas falcatruas lhe infligiam.

Ela ia dar-lhe um ultimato: Ou ele mudava ou eles não tinha futuro juntos.

Radical?! Talvez, mas ela já havia se omitido demais.

Ela está trêmula e chorosa quando entra no prédio quanse vazio da empresa dele, nem Jules está mais em sua mesa. Ana nem sequer bate na porta e já entra completamente irada.

- Amor - Michael balbucia sorridente.

- Já chega Michael, eu não trabalho mais com você - Ela puxou os papéis de sua bolsa e jogou na mesa dele - Eu pensei que tivesse mudado, que essa sua horripilante veia para a desonestidade houvesse desparecido, mas me enganei.

Michael franziu o cenho, já irritado pela abordagem descontrolada dela.

- Controle seu gênio, Anastácia. Não estamos em um cortiço para entrar aqui gritando, essa é minha empresa e as pessoas que trabalham aqui não precisam saber dos nossos problemas.

- Nossos? - Ana riu - O problema é seu, Michael. Eu não roubo ninguém! - Ela gritou.

- Cala a boca, Ana! - Ele gritou de volta.

Enquanto o casal se degladiava dentro da sala, alguém que vinha do corredor, louca para dar um abraço e um beijo em seu amado ouviu a gritaria e apressou os passos colando-se a porta para ouvir tudo.

- Não vou me calar, eu já me omiti demais. Chega! Estou me demitindo oficialmente do cargo de assistente parlamentar e se você não mudar me demitirei do argo de sua namorada. Não vou compactuar com roubalheira, no fundo é dinheiro meu que também está roubando e ladrão para mim só tem lugar na cadeia.

Michael sentiu as palavras como uma bofetada.

A mulher que escutava atrás da porta quicava de alegria, uma ideia fantástica lhe vinda a mente. Ela usaria essa briga e seus motivos para afastar esses dois definitivamente. Depois que ela fizesse tudo que havia acabado de arquitetar em mente Ana e Michael nunca mais iriam aguentar se olharem.




Capítulo 23


- Eu sinceramente não posso estar ouvindo isso - Ele negou com a cabeça.

- Pois você ouviu muito bem - Ana repetiu retumbante - Ladrão para mim só tem lugar na cadeia - Ela suspirou para conter a raiva - Olha, Michael, basta você querer e pode mudar isso, por favor, pare com esses malditos desvios. Eu o amo, muito, mas se não optar por parar eu vou ser levada a denunciá-lo, e pode apostar que se precisar, eu farei.

Michael arregalou os olhos diante da afirmação.

Então a mulher que ele ama desesperadamente seria capaz de pô-lo na cadeia?

- Então faça isso, Anastácia - Disse frio - Faça o que você acha que deve. Me denuncie, me deixe, trepe com o George... Faça o que porra você quiser! - Michael gritou. Ana encolheu-se diante de sua fúria.

- Mas... Nãoprecisa ser assim - Ela tentou se aproximar, mas ele impediu-a levantando as mãos, em sinal de negação - Eu estou falando pro seu bem, se você quiser pode ser um político brinlhante, mas precisa querer melhorar... Por favor.

Michael riu sem humor algum.

- Agora você encontrou os "por favores"? - Disse irônico - Você vem aqui com esse gênio de cão, me chama de ladrão, diz que meu lugar é na cadeia, que vai me denunciar e depois vem com essa vozinha afável? Foda-se, Ana! Estou cansado desse seu gênio de merda, já aguentei mais do que o suficiente. Aprenda a sentar e conversar feito um ser-humano civilizado. Quero que suma da minha frente agora!

- Não... Não era pra ser assim... Eu me exaltei, mas... mas só queria fazê-lo abrir os olhos.

- Você conseguiu abrir meus olhos - Disse venenoso - Você me mostrou exatamente quem é, que não posso contar com você, nem com sua lealdade. Vá embora, já disse.

Os olhos de Ana escureceram de raiva.

- Michael, se eu for, não volto, estará tudo acabado - Ela engoliu o nó que formou-se na sua garganta.

- Ótimo, vá então. Aproveite e faça o que ameaçou - Ele atirou os papéis de volta para Ana - Me denuncie e se sinta mais tranquila.

Ana balançou a cabeça e enxugou as lágrimas que encharcavam seu rosto.

- Você é um idiota, está acabando com tudo.

- Não, você é a idiota, você que entrou por aquela porta e disse tudo para acabar com o "nós".

- Vai ser mesmo assim?

- Apenas vá, Ana.

Ela agarrou a bolsa e rumou para a porta.

Samy correu para esconder-se, e observou com um sorriso satisfeito nos lábios, Ana deixar a sala em prantos.

(...)

- Foi... Foi horrível, Henry - Ana soluçou em meio a crise de choro.

- Eu sei, Estrela, eu imagino o quanto dói, mas já faz dois dias, precisa reagir, Você não tem se alimentado - Henry alisou-lhe os cabelos.

- Eu só não tenho vontade de nada - Fungou.

- Mas deveria - Ele sorriu amistoso e encarou a amiga - Veja, Estrela, você parece sem vida longe de Michael, por que não liga pra ele, hum?

- Não - Ela enxugou o rosto - Foi ele quem acabou.

- Meu anjo, não há espaço para orgulho quando há amor. E tenho certeza que esse seu gênio difícil contribuiu muito para essa separação. Dê o primeiro passo, quem sabe se você chegar lá disposta a conversar amigavelmente com ele, vocês não se entendam.

- Não sei - Ela assoou o nariz e atirou o lenço em uma pilha de lenços usados do lado da cama.

- Vá por mim. Tome um banho, coma esse lanche que eu trouxe e vá até lá tentar, se ele não quiser lhe ouvir ele será o idiota e você se sentirá menos ruim por ter pelo menos tentado.

Quando Henry saiu Ana hesitou em fazer o que ele lhe disse, ela guerreou consigo durante minutos até decidir entrar no banheiro.

Ela saiu de lá 20 minutos mais tarde, banho tomado, uma roupa apresentável e bem mais forte.
Henry beijou sua testa e lhe desejou sorte antes dela sair.

(...)

Seu coração estava acelerado e sua respiração estava aos arquejos quando ela parou do outro lado da rua, em frente ao prédio do congresso. Ela estava prestes a atravessar a rua, quando uma cena fez ela parar subtamente. Ana sentiu o chão aos seus pés se abrir e seu mundo girar. Michael estava deixando o prédio acompanhado a uma mulher belíssima, segurando a cintura dela e sorrindo para a estranha. A mulher inclinou-se e sussurrou algo no ouvido dele, que o fez gargalhar.

Ana não podia acreditar, ela passou 2 dias chorando, sofrendo e se culpando, enquanto ele estava com uma vadia, aos risos.

Ahh, mas ele havia conseguido o que queria. Ana o despresava agora e quando desse as costas, ela nunca mais voltaria. Ela teria feito isso, mas uma voz parou-a.

- Estrela - O homem disse sorridente.

- George - Ana cumprimentou-o, mas seus olhos não desviaram do 'casal sorridente' a alguns metros de distância.

Michael estava tão absorto na mulher que nem sequer notou a presença de Ana.

Ela engoliu o choro e coçou os os olhos para impedir as lágrimas de saírem.

- Estive viajando esses dias, mas senti saudades, onde...

George continuou falando, mas Ana não ouviu uma só palavra. A dor queimando seu peito, uma ideia louca de vingar-se lhe tomando.

- ... E voltei á dois dias.

- George eu quero trabalhar com você - Ana disse interrompendo-o.

- Mas... - George olhou-a com perplexidade - E o Michael, vocês não estavam...?

- Não há mais Michael e eu - Ela desviou os olhos quando a mulher, que acompanhava Michael, inclinou-se e beijou-o na bochecha - Quando começo?

- Bem, se é assim, pode começar amanhã mesmo - George disse todo sorrisos.

- Então até amanhã... E me desculpe por agora, por parecer louca. É que minha cabeça está girando em torno de mil problemas, mas amanhã serei a Ana de sempre. Agora preciso ir - Ela abraçou George rapidamente - Obrigado pelo emprego.

Ana saiu o mais depressa possível dali, deixando George confuso, mas satisfeito.


Capítulo 24


Ana entrou feito um furacão. Henry, que estava sentado no sofá, sobressaltou ao ouvir a porta bater.

- Ana, mas já? - Ele observou-a e o que viu em seu semblante não agradou-o nem um pouco.

Ele conhecia a amiga muito bem e sabia o que aquela expressão significava.

- Pelo jeito a conversa não foi boa - Insistiu, diante do silêncio dela.

Ana livrou-se dos sapatos e sentou-se no sofá.

- Não houve conversa, nem haverá, jamais.

- Mas o que aconteceu, ele não quis te ouvir, foi isso? - Ana desviou os olhos e uma lágrima lhe escapou - Fale comigo, Estrela - Henry pedi, enlaçando a mão dela.

- Ele... Aquele desgraçado estava com outra. Eu passei 2 dias chorando feito uma condenada, enquanto ele se divertia com uma vadia qualquer. - Ana gritou. Ela precisava daqueles gritos ou iria explodir.

- Mas... Você tem certeza, Ana?

- Eu vi, Henry - Ana coçou os olhos, desesperada - Ele estava rindo e se divertindo com outra. Eu fui lá disposta a pôr meu orgulho de lado e me deparo com aquela cena... Eu não signifiquei nada pra ele, Henry, nada. E ele pra mim foi o mundo.

- Oh amor - Ela puxou-a contra seus braços e apertou-a em um abraço - Me sinto até culpado por tê-la convencido de ir até lá.

- Você não teve culpa de nada. Foi bom eu ter visto, mas uma coisa eu te garanto, Henry, ele vai me pagar.

- Ana, o que vai fazer?

- Já fiz. A partir de amanhã serei a nova assessora parlamentar de George, vou apoiá-lo em sua candidatura e pretendo lhe dar todas as chances do mundo.

- Não acho isso certo, Estrela, você estaria fazendo isso apenas para atingir o M...

- Não quero ouvir sermões, Henry - Ana afastou-se - Eu sei o que estou fazendo e não há ninguém que me faça mudar de ideia - Ela apanhou a bolsa e fugiu para seu quarto.

(...)

No dia seguinte Ana acordou cedo, tomou um bom banho, um reforçado café e se preparou para ir á guerra. Vestida na sua melhor roupa, em seus saltos mais provocativos, maquiada e penteada com esmero.

Ela agradeceu aos céus por não ter visto Henry, pois sabia que ele lhe daria mais um sermão e isso era o que ela menos queria.

Quando seus saltos agulha fizeram 'clics' no chão de linóleo do prédio do congresso, Ana tratou de por seu melhor sorriso no rosto e mexer os quadris com altivez.

Não houve um homem que não olhasse enquanto ela passava, e Ana gostou disso, sentiu-se segura diante dos olhares.

Como a fofoca de que Anastácia Dobrev estava entrando no congresso vestida para matar, correu rapidamente, ela logo foi barrada por Jules.

- Ana! - Jules quase gritou - Oh Deus, o que aconteceu com você mulher? Se já era gostosa antes, o que posso dizer agora? - Jules estava boquiaberta, analisando Ana da cabeça aos pés.



- Não diga nada - Ela deu de ombros.

- Você e o chefinho voltaram? Veio trabalhar?

- Não e sim. Eu não voltei com seu chefe e vim trabalhar sim, mas a partir de hoje eu sou assessora parlamentar de George Fisher.

- Como é? - Ana sorriu ao notar o tom chocado na voz. Ela virou-se sorridente para encarar o homem, mas seu sorriso se desvaneceu quando ela viu ao seu lado Samy e a loura com a qual ele flertava no dia anterior.

- Você ouviu muito bem, senador Jackson. Agora sou da oposição e posso lhe garantir que sou uma ótima concorrente. George lucrará muito com o meu assessorado.

- Que ele vai lucrar muitas coisas, eu não tenho dúvida - Michael disse venenoso. Ana ferveu de raiva.

- Com certeza, tanto ou mais do que o senhor lucrou - Michael deu um passo para frente, mas Samy segurou-o - Boa sorte, senador, o senhor vai precisar. - Dizendo isso Ana voltou a fazer seu trajeto rumo a sala de George.

Michael rugiu de oura ira e seguiu para sua sala, quase atropelando Jules. Samy o seguiu.

- E ai, benzinho - Jules aproximou-se da loura estonteante, que lhe olhava emburrada - O que há, Nency?

- Pensa que não vi o jeito que olhou para a tal de Anastácia, Jules? Quando chegarmos em casa, conversaremos. - Nency deu as costas e rumou para a recepção.

Dentro de sua sala, Michael estava sentado em uma cadeira, Samy ao seu lado, no seu papel de irmã solicita.

- Não fique assim, baby, essa mulher não merece. Não ouviu as coisas que ela disse? Terríveis. - Samy sentou-se em frente a ele na mesa e trouxe a cabeça dele para recostar-se em seu colo, passando a acariciar seus cabelos.

Ela revirou os olhos quando observou a cena com malicia. Seu sonho era ver aquela cabeça entre suas pernas, chupando-a até ela gozar.

- Eu não entendo por que ela fez isso, Samy.

- Simplesmente por que é uma vadia, que só quis brincar com você - Michael ergueu a cabeça e encarou Samy.

- Não fale assim dela - Disse bravo.

- E você ainda a defende. Aquela mulher acabou de dizer na sua cara que vai dar para o tal de George e mesmo que não tenha notado, ela ameaçou-o. Provavelmente para ver o tal George ganhar ela pode denunciá-lo e você vai para a cadeia. Mas ainda insiste em defendê-la? Não seja débil, Michael.

- Eu ouvi tudo que ela disse, você não precisa repetir. E quanto a denunciar-me... A Ana não faria isso.

- Pois fique com suas certezas, por que eu cansei! - Samy rumou até a porta, mas antes de sair voltou a dizer - Cuidado para não quebrar a cara, Michael.

Irada, Samy dirigiu feito louca para casa. Ao chegar em sua casa, pegou telefone e discou para a polícia.

- Tenho uma denuncia a fazer - Ela ouviu o policial balbuciar algo - há provas de desvio de verbas feitas pelo senador Jackson...

Ela passou os próximos 10 minutos relatando quais documentos tinha e onde estavam. Ela os havia plantado no apartamento de Michael no dia anterior.

Ela havia conseguido vários documentos que incriminavam Michael. Claro que não era algo assim tão grave, eu o manteria preso por mais de alguns meses, mas isso serviria perfeitamente.

Os policiais revistariam a casa, encontrariam as provas, prenderiam o Michael e ele acharia que foi Ana quem denunciou-o. Plano perfeito.


Capítulo 25


Michael e Ana não voltaram a se cruzar pelos corredores do congresso aquele dia. Também, pudera, um fez questão de ignorar o outro e para isso nem deixaram suas mesas de trabalho.

Já era noite, quase sete horas, quando Michael dispensou Jules e preparou-se para ir para casa. Não havia mais quase ninguém no congresso, mas as luzes que davam para o corredor da sal de George estavam ligadas. Michael não pensou duas vezes, apressou o passo até lá.

Ele iria pegar Ana pelos ombros e sacudí-la até ela entender de uma vez por todas que ele a amava e que os dois não podiam ficar separados. E que seu orgulho e dignidade fossem a merda, por que se fosse preciso ele imploraria.

Todos os seus planos sumiram de sua cabeça dando lugar a uma ira que fez seus dentes rangerem.

Ana estava sentada em frente a George no sofá, ele lhe acariciava o rosto, enquanto ela sorria. Michael ia interromper aquela pouca vergonha, ele ia quebrar a cara de George e arrastar Ana dali... Mas seu celular tocou e ele teve de sair correndo dali para não ser pego bisbilhotando. Michael alcançou o aparelho, quase o amassando entre os dedos.

- O que é? - Disse bravo, sem nem conferir quem estava ligando.

- Sen... senhor Jackson, acho melhor o senhor vir para casa agora. Há policiais aqui, com um mandado de busca e apreensão. O que eu faço? - A governanta perguntou aflita.

Michael franziu o cenho. Não havia por que essa busca agora, afinal não havia nada em sua casa que pudesse incriminá-lo.

- Deixem que façam o trabalho deles. Chego aí em 20 minutos.

Michael saiu depressa para a garagem. Precisava estar em casa, o mais rápido possível.

(...)

- Acho melhor eu ir, George - Ana afastou-se, desconcertada.

- Sim, claro - Ele sorriu e levanou-se - Desculpe se as vezes sou impulsivo, Estrela... É que eu gosto de você, muito, e não meço as consequência dos meus atos.

- Eu entendo George e do fundo do meu coração eu... quero te dar uma chance, só preciso que seja mais devagar.

- Tudo bem - Ele aproximou-se de Ana e salpicou-lhe um beijo na bochecha - Eu te levo em casa - Ana assentiu e seguiu George.

(...)

Michael entrou em casa ofegante e assustou-se com a quantidade de policiais que remexiam em suas coisas, sem falar no bando de repórteres que estavam em frente a porta de seu prédio.

- O que está acontecendo, senhor Jackson? - A empregada veio aflita de encontro a ele.

- Isso é o que eu quero saber, Dora, mas fique tranquila - Ele apertou o ombro da mulher, que olhou-o preocupada.

- Senador Michael Jackson - Michael assentiu firme - Recebemos uma denúncia anônima mais cedo, na qual a pessoa disse ter provas, aqui na sua casa, de desvio de verbas feitos pelo senhor.

- Bom, provavelmente o senhor já deve ter procurado e não encontrou nada.

- Está enganado, senador, há papéis comprovando esses desvios - O policial sacou a algema - O senhor está preso por desvio de verba pública - Michael encarou-o completamente chocado.

Enquanto o policial lhe algemava sua mente trabalhou a mil por hora e o nome da pessoa, da única pessoa, que poderia tê-lo denunciado, lhe veio mente. Anastácia.

Antes que o policial guiasse-o até o carro, Michael virou-se para Dora e, temendo sua resposta, perguntou.

- Dora, a Ana esteve aqui esses dias? - A mulher assentiu.

- Há 3 dias atrás - Michael fechou os olhos com força e uma lágrima lhe escapou.

- Ligue para meu advogado - Foi a última coisa que ele disse, antes de ser levado para fora do prédio. O mundo de repórteres lhe encheram de perguntas e os flashes o cegavam, enquanto ele era guiado para dentro da viatura.

(...)

Ana esparramou-se no sofá ao lado de Henry, enquanto o amigo, parecendo entediado, mudava de canal.

- Como foi o dia, Estrela?

- Fui assediada todo o sia por George e ainda tive que presenciar Michael ao lado daquela loira dos infernos. Urgh! Você tinha que ver o tom com o qual ele falou comigo, dizendo que sabia que o George ganharia muito com o meu assessorado.

- Imagino bem a resposta que lhe deu - Henry riu.

- Uma bem a altura, pode ter certeza - Ana riu, mas de fato sem humor algum.

Os dois calaram-se e olharam para a TV quando o baruho do icício do jornal lhes chamou atenção.
"Notícia de última hora: O senador Michael Jackson foi preso em uma de suas residênicas, há algumas horas atrás. Ele não falou sobre o caso e nem sua acessoria, mas segundo fontes, o denunciaram anonimamente e foram encontrados alguns papéis suspeitos em sua casa. Ele foi levado apenas para averiguações."

Ana encarou Henry, completamente em choque.

- Meu Deus, Henry - Ela levantou-se - Eu avisei a ele que isso ia acabar acontecendo... Meu Deus - Ela desesperou-se.

- Calma, Estrela, homens como o Michael não ficam muito tempo presos, e...

- Eu preciso ir lá, agora - Ela pegou a bolsa e as chaves do carro - Ele precisa saber que estou do lado dele.

Ana saiu porta a fora, sendo seguida por Henry.

(...)

Samy abraçou Michae com demasiada demora. Analisou os pulos vermelhos dele e beijou-os, enquanto lágrimas molhavam seu rosto.

- Oh meu amor, sinto muito por essa humilhação que passou - Ela beijou sua bochecha - Tudo culpa daquela mulherzinha nojenta...

- Você não sabe se foi Ana - Jules vociferou.

- Agora não, meninas, por favor - Ele cortou-as.

Michael estava distante, mergulhado em um poço profundo de tristeza e decepção.

- Michael, você sabe que pode contar comigo, não é? - Jules segurou sua mão com firmeza.

- Eu sei, Jules, obrigado.

- Você não vai ficar aqui, não é? - Samy perguntou, voltando a pendurar-se em Michael.

- Não, Samy, já está tudo resolvido com um juiz amigo meu, sairei daqui a algumas horas. - Samy sorriu.

- Prometa que agora vai parar com isso, Michael - Jules pediu aflita - Da próxima vez não terá tanta sorte.

- Ei irei parar, Jules. - Ela assentiu. Samy revirou os olhos. A próxima de quem ela se livraria seria dessa secretária intrometida.

- Michael! - A voz aflita e chorosa da mulher fez todos olharem em sua direção.

Michael encarou-a sem acreditar em sua pretensão.

- O que faz aqui, mulher? - O tom glacial fez Ana encolher-se e aquele olhar de ódio dele, fez o coração dela se apertar no peito.


Capítulo 26


Ana respirou fundo para disfarçar o choque que aquelas palavras causaram.

- Como assim, querido? - Ela aproximou-se dele e Michael levantou- se para se afastar - Eu... eu precisava ver se estava bem... se...

- Se sua denúncia tinha surtido efeito não é mesmo? - Perguntou debochado.

- Michael... eu não... eu não.

- Cale a boca, Ana! - Ele gritou - Nada do que disser vai me convencer do contrário. Eu te vi se esfregando com aquele idiota do George. Achei que suas ameaças eram da boca pra fora, mas aprendi... aprendi o quão podre você pode ser quando quer, o quão baixo você pode ir para ferir os outros - Michael aproximou-se o máximo de Ana e encarou seu rosto pálido e banhado de lágrimas, sem um pingo de pena - Você não passa de mais uma entre tantas, uma mulherzinha que usa o corpo para conquistar e quando não tem o que quer atinge os outros.

A calma que Ana teve até aquele momento agora havia sumido de si. Ela ergueu a mão e desferiu um tapa tão forte no rosto dele, que seu pulso doeu.

- Você é um babaca, o maior de todos eles - Ela gritou - Eu não vou me defender, não vou te dizer uma palavra, mas um dia a verdade vai aparecer e talvez vá ser tarde demais.

- Eu quero que suma da minha vida - Michael disse entre dentes.

A plateia - Henry, Jules e Samy - Que assistiram a tudo calados e estáticos, moveram-se quando Ana avançou em Michael, feito uma fera. Ela lhe deu tapas no peito e empurrou-o até que ele caísse sobre uma das cadeiras.

Michael não fez menção alguma de para-la e Jules, Henry e Samy, não estavam dando conta de segurá-la.

- Não deu certo... Seu plano não deu em nada - Ele segurou os pulsos dela e a fez olhá-lo.

- Segure essa louca, Michael, vou chamar um policial - Samy saiu da sala apressada, sendo seguida por Jules, que tentava fazer com que ela mudasse de ideia.

- Estrela, vamos embora - Henry interveio.

- Deixe que ele termine, Henry - Ana disse, sem desviar os olhos do homem a sua frente.

- Eu te disse que era uma iludida. Eu não ficarei preso e provavelmente, muito provavelmente, eu irei me reeleger. Essa história vai ser desmentida e tudo vai voltar a ser como era antes. Seus esforços para eleger o George não adiantaram muito, você vai ter de consolar ele de outra forma, de uma forma que ele já deve conhecer bem.

Ana soltou-se e tentou lhe dar mais um tapa, mas Michael segurou-a e desceu seus lábios sobre os dela, com toda mistura de raiva e amor que sentia naquele momento. Ana tentou lutar, mas Michael tornou o aperto mais firme.

- Aiii megera maldita - Ele gritou e soltou imediatamente ao sentir a mordida em seus lábios.

- Seu cretino, você nunca mais me tocará.

- Ana, pelo amor de Deus, vamos, antes que voltem com policiais - Henry segurou-a pelo braço.

Ana enxugou as lágrimas e encarou Michael entes de sair.

- Michael?! - Chamou, antes de atravessar o umbral da porta.

Era sua última esperança. Ele só precisava dizer que estava de cabeça quente e pedir desculpas e ela jogaria sua dignidade na merda, mas se jogaria nos braços dele.

- Apenas suma daqui - Ana saiu da sala quase correndo e Henry foi atrás dela.

(...)

2 Meses depois.

Ana recusou-se a ficar chorosa e deprimida. As palavras ácidas de Michael naquele dia queimaram seu coração e ela já não lembrava mais que tinha um.

Ela soube que Michael estava em 'turnê' pelos estados vizinhos, buscando sua reeleição. Enquanto ela estava buscando a eleição de George com afinco. Nesses dois meses ela permitiu que a relação deles evoluísse, agora todos sabiam que o deputado George Fisher e sua assessora parlamentar eram namorados.

Bem, Ana estava tentando, mas estaria mentindo se dissesse que estava feliz ou que estava conseguindo esquecer Michael.

George era um bom homem, amigo, atencioso, gentil, carinhoso, mas seus beijos não lembravam os dele, quando transava com George nunca estava satisfeita, por que não era ELE.

(...)

- George, acha mesmo que é necessário que eu suba no palanque? - Ana perguntou nervosa.

Ambos estavam nos bastidores de um grande comício feito pelo partido de George. Ana costumava acompanhá-lo nesses eventos, mas estava nervosa com essa ideia de George de tê-la ao seu lado no palanque.

- Por favor, Estrela, por mim, hum? - Ele beijou os lábios de Ana e ela assentiu.

O costumeiro discurso de George em cima do palanque transcorreu como sempre, Ana ficou ao seu lado como ele pedira. Ao fim de seu monólogo, George estendeu a mão chamando Ana, ela aproximou-se mais.

- Meus queridos eleitores, para aqueles que ainda não sabem, essa é Anastácia Dobrev, minha assessora, amiga, amante, mulher... tudo que eu preciso. Sem dúvida sou completamente apaixonado por ela e quero mais que tudo, que quando eu me torne um senador, ela esteja ao meu lado, não apenas como minha namorada, mas como minha esposa - Ele encarou-a - Ana, casa comigo? - Ele tirou uma caixinha do bolso e dessa caixinha uma aliança.

Ana arregalou os olhos e encarou a extensa plateia a frente deles, sem falar nos canais de TV que os filmavam agora.

Oh merda! Ela iria matar George, ele sabia bem que fazendo aquele pedido naquela situação ela não teria coragem de dizer não. Ana tinha muito carinho por ele para humilhá-lo a tal ponto.

Ela encarou-o seriamente e estendeu a mão para ele colocar o anel, mas não respondeu nada.
George colocou o anel e beijou-a langorosamente, enquanto a plateia gritava e aplaudia.

(...)

- Hey maninho, ainda aí? - Samy perguntou, adentrando o quarto.

Michael estava olhando pela janela a quase uma hora, mergulhado em um silêncio e tristeza que não o deixava por nada.

- Já está quase na hora de irmos para o comício, não é?

- Está sim - Samy disse sorridente. Aamava tê-lo assim só pra ela. E depois do que leu na revista, a história entre ele e a assessora era definitivamente finita - Mas antes quero que veja isso - Ela entregou-lhe a revista.

Michael olhou-a por alguns minutos, sem esboçar reação.

- Bem, parabéns aos pombinhos - Ele jogou a revista no chão - Vou me arrumar - Ele rumou para o banheiro, enquanto Samy sorria vitoriosa.

Michael não quis demonstrar nem para si mesmo, mas ver aquilo lhe despedaçou por dentro e trouxe de volta a raiva que ele tinha afogado naqueles dias.


Capítulo 27


Mais dois meses haviam se passado. O episódio no palanque entre Ana e George foi motivo de fofoca para a mídia e motivo de briga entre o casal. Ana, com seu jeito sempre direto, disse-lhe que só havia aceito por que não queria humilhá-lo na frente de ninguém, mas não que não pretendia casar-se com ele. Ela até tentou lhe devolver a aliança, mas George pediu que ficasse, que o anel não significava um casamento iminente. Por fim eles se resolveram e sua relação estava indo muito bem, pelo menos do ponto de vista de George, já Ana maquinava o jeito certo de acabar com o 'noivado' depois da eleição.

Hoje as eleições estavam acontecendo e Ana tentava acalmar um George nervoso.

Foi impossível não passar pela sua cabeça como estaria Michael? Quem estaria cuidando e apoiando ele?

- Estrela - George chamou pela quarta vez.

- Oh sim?

- Estava longe - Ele riu - Os resultados vão começar a sair, acabaram de me ligar.

- Boa sorte, querido - George sentou-se ao seu lado e beijou-a longamente.

- Eu tenho você, não preciso de sorte. - Ana sorriu desconfortavelmente.

30 minutos depois George estava comemorando agarrado a Ana. Ela ficou realmente feliz por ele, mas foi quando o nome de Michael foi anunciado como senador mais votado, que ela saltitou.

Ela esperava que Michael parasse com os desvios, por que era a única coisa que ele precisava mudar para se tornar um ótimo político... Ah e também parar de assinar papeis sem ler, analisar propostas antes de jogá-las no lixo e o essencial, parar de comer as secretárias... Ele precisava mudar um tanto de coisas.

Ana riu com seus pensamentos.

- Vamos, baby, todos os vencedores estão indo para o congresso - George tentou puxá-la, mas Ana parou-o.

- Eu não vou, George. Você sabe que não seria bom me ter lá.

- Eu entendo, amor... Mas amanhã será oferecido um jantar e não posso ir desacompanhado.

- Eu lhe acompanharei no jantar, mas hoje não. Pode me dar uma carona até em casa?

- Claro, amor, vamos - Ana seguiu com George.

Ele falou todo o caminho sobre seus planos como senador, sobre como iria exibi-la no jantar no dia seguinte, sobre como estaria realizando um sonho... Ana fingiu ouvir tudo, mas sua mente não estava ali, de jeito nenhum.

Depois de beijá-la e prometer lhe ligar no dia seguinte, George partiu. Ana subiu para seu apartamento louca para se enfiar entre as cobertas e esquecer-se até de quem era. Seus planos ruíram quando ela escancarou a porta e viu Henry e Jules sentados no sofá.

- Jules, o que faz aqui? - Perguntou de cenho franzido.

- Boa noite pra você também, assessora gata. - Ana riu.

- Não respondeu minha pergunta. Henry?

- Estrela, eu encontrei a Jules em um restaurante hoje mais cedo. Ela me reconheceu e jogamos conversa fora por horas e você não sabe o que descobri.

- O que? Que a galinha veio antes do ovo? - Brincou. Todos riram.

- Não, palhaça.

- Ana, por um acaso você foi até o congresso disposta a falar com o Michael e o viu agarrado a uma loura lindíssima? - O sorriso de Ana morreu.

- Não quero falar disso.

- Ana, aquela loura é minha mulher - Jules disse orgulhosa. Ana arregalou os olhos.

- Mas... mas, eles pareciam íntimos, estavam flertando.

- Você ouviu o que eu te disse? Ela é minha mulher. Nency é tão lésbica quanto eu. - Jules riu - Ela e Michael se conhecem desde o colegial, inclusive foi ele que me apresentou a ela. Desde então estamos juntas.

- Vai saber se ela não tem suas transas com ele, assim como você tinha ou tem, sei lá - Disse irritada.

- Porra garota, pare de ser megera. Acredite em mim, você enganou-se... Ana, o Michael a ama, ele sofre por você, isso é nítido. Por mais que aquela cobra siliconada da irmã dele esteja 24 horas por dia tentando animá-lo, é nítido o quanto ele está triste. Eu sei que não foi você quem o denunciou, você tem que falar com ele, olho no olho e tenho certeza que ele vai ver também.

- Foda-se! Eu não vou me humilhar pra ele, fui boba demais, sedi demais, chega! Se foi pra servir de cupido que veio, pode ir, eu tenho um noivo e estou feliz com ele, ponto final.

- Você são dois idiotas, vão perder de viverem um grande amor, por que alguém tramou contra vocês.

- Chega desse assunto, Jules.

A loura pegou a bolsa e rumou para a porta, mas antes de sair virou-se para Ana.

- Vocês estão acabando com suas felicidades - Dizendo isso, ela saiu.

- Estrela - Henry tentou falar, mas Ana cortou, indo para o quarto.

- Você também não Henry - Ela bateu a porta e caiu na cama.

Ela havia se balançado com as palavras de Jules, mas não iria ceder, não mais.

Saber que aquela mulher não era mais um consolo para Michael e que, provavelmente, ele também estava sofrendo por ela, os deixava mais próximos. Mas Ana, do alto do seu orgulho, não cederia... Para ela aquela história tinha chegado ao fim. Afinal ele não pensou duas vezes em acusá-la de tê-lo denunciá-lo... Ele havia duvidado do seu amor e comparado-a as outras com quem ele estava acostumado e isso Ana não engolia de forma alguma.



Capítulo 28


Ao contrário dos demais políticos ao seu redor, Michael não estava feliz. Ele havia conseguido se reeleger, foi o senador mais bem votado do ano e ainda foi eleito o presidente do congresso, mas nada disso deixava plenamente feliz. Ele estava sorrindo e conversando animadamente, mas por dentro estava um caco.

Michael observou George ao longe, rindo feito um idiota, que ele era. Sua vontade era de ir até lá e quebrar a cara dele, talvez assim essa sua ira contida diminuísse. Por sorte, por muita sorte, a maldita traidora não veio com George, ele não sabia do que seria capaz. Ele tinha que se preparar, ele sabia, pois esse reencontro seria inevitável.

(...)

Ana passou o dia roendo as unhas, tamanho nervosismo. Ela não queria ir naquele jantar, não estava preparada para reencontrar Michael... Mas por outro lado ela achava que era melhor acabar com aquilo, eles iam se esbarrar mais cedo ou mais tarde.
Ela colocou-se em seu melhor vestido, fez a mais caprichada das maquiagens e passou 2 horas no salão para ficar com os cabelos bonitos... Ana não queria fazer feio ao lado de George, e se fosse para ficar cara a cara com o cretino outra vez, ela tinha que aparecer bonita e auto-suficiente. 



As 8 horas, George apareceu em seu apartamento, muito bem vestido em seu fraque e sapatos lustrado.



- Está belíssima, Estrela - Ana sorriu e recebeu um leve beijo nos lábios.

- Eu disse a mesma coisa a ela, George - Henry disse aproximando-se - Nossa Estrela mais parece uma obra-prima.

- Pura verdade - George concordou.

- Parem com isso - Ana disse vermelha - Vamos logo, George, antes que eu desista.

O casal saiu de mãos dadas e 30 minutos depois George estava estacionando em frente ao prédio, onde estava acontecendo o jantar.

Ana respirou fundo e contou até 10. Era agora!

George voltou a segurar a sua mão e eles entraram no prédio. Eles circularam pelo salão por alguns minutos, conversaram com alguns amigos do congresso e Ana até conseguiu se esquecer da tensão que sentira durante todo o dia. Estava em uma mimada conversa com uma das secretárias que conhecia quando uma voz a fez se arrepiar.

- Boa noite, garotas - Ana virou-se e encarou-o, enquanto se olhavam parecia que não havia nada nem ninguém ao redor deles. Eram só eles dois, as respirações descompassadas, os corações acelerados, a necessidade quase palpável que tinham em se tocar.




- Boa noite, senador - A moça que falava com Ana, cumprimentou-o efusivamente - Parabéns pela reeleição e pela presidência do congresso.

- Obrigado, senhorita - Ele assentiu sorrindo - E a senhorita não vai me felicitar, senhorita Dobrev?

- Cla... Claro, senador, meus parabéns - Ana sentiu a boca secar.

- Parabenize seu noivo por mim - Ele sorriu cínico - Tanto pela eleição quanto pela conquista de um coração como o seu - Foi irônico - Confesso que me impressiona que mesmo que ele não tenha a maior conta bancária, ele conseguirá levá-la para o altar.

Ana sentiu seus sangue ferver, seus olhos encheram-se de lágrimas.

A mulher que estava com eles sentiu o clima pesar e se afastou, murmurando uma 'desculpa' que eles nem ouviram.

- George me levará para o altar não por sua conta bancária, mas por que é um bom homem, com um bom coração e que confia em mim. Ele é gentil, carinhoso, honesto... Tudo que você não é.

Michael sentiu as palavras.

(1x1 no placar geral)

- E é um completo idiota. Não vê quem realmente você é.

- Como você mesmo disse, uma vadia interesseira, não é? - Ana riu sem humor - Você nem imagina o quão errado está, mas não sou eu quem vai te dizer... Eu quero mais é que você se foda! - Sem esperar represaria Ana afastou-se dele.

- Você que pediu, Ana... Eu vou foder, pode ter certeza. - Michael murmurou para si mesmo, seus olhos mais negros ainda diante da mistura de raiva e desejo.

Michael não tirou os olhos de Ana nos minutos seguintes, enquanto virava um copo de bebida atrás do outro.

Doía vê-la assim tão linda e sorridente ao lado de George, doía saber que ela havia o traído, doía ainda amá-la.

Michael viu sua oportunidade de ouro quando Ana afastou-se de George e rumou para a área dos banheiros.

Ele iria mostrar-lhe que ela estava marcada para ele, que George nunca seria suficiente para ela. Ana sempre pensaria nele, sempre desejaria ele, era nele que ela pensaria quando estivesse na cama com George... Ele ia lhe mostrar que ela era dele, só dele, e apesar de odiá-la pela traição ele nunca deixaria de rondar seus pensamentos.

Ana entrou no banheiro e correu para a cabine, estava apertada e agradeceu por ter não ninguém no banheiro e ela ter de esperar. Quando acabou de usar o banheiro ela arrumou o vestido para sair, mas ao abrir a porta da cabine, quase caiu para trás.

- Mas... o... o que faz aqui? - Perguntou de olhos arregalados.

- Vim por que preciso de algo - Ele sorriu cínico.

Ana ignorou-o, respirando fundo e dando-lhe as costas ela preparou-se para sair.

- Pois eu não tenho nada a lhe oferecer, senador - Ela quase alcançou a maçaneta da porta, quase, por que antes disso Michael puxou-a pelo braço e encostou-a contra a pia, de frente para o espelho. Ele encarou o reflexo deles com os olhos injetados de desejo.

- Me largue, Michael - Ana disse ofegante.

- Eu sei que não quer que eu te largue - Ele inclinou-se e beijou o pescoço dela. Uma, duas, três vezes - Vamos, Ana, você quer tanto quanto eu.

- Não é verdade - Ana disse de olhos cerrados.

Michael riu, pois enquanto ela dizia tais palavras estava esfregando o traseiro nele.

- Chega de conversa, eu vim aqui para agir e não para falar.

Sem pudor e nem restrição alguma, Michael ergueu o vestido de Ana e prendeu-o em volta da cintura dela. Ele fez seu tempo mordiscando o pescoço dela e apertando o traseiro que ele tanto gostava. Enquanto Ana gemia, de mãos apoiadas no espelho. Em um ato brusco e repentino Michael rasgou a calcinha de Ana e guardou-a no bolso do paletó. Ana deu um pequeno grito pelo susto.

Michael virou-a para si e ambos se encaravam mais uma vez. O ímpeto de tomá-la abrandou por alguns segundos e Michael teve vontade de desistir do que pensava em fazer, mas Ana estava impaciente demais para deixá-lo parar agora. Ela ergue-se e tomou os lábios dele em um beijo explosivo. Se devoraram, se mordiscaram, se provaram por um bom tempo. Enquanto as bocas estavam unidas, as mãos de Michael apressaram-se em livrar os seios de Ana do vestido, e as mãos dela apressaram-se em baixar as calças dele. Ambos gemeram de pura excitação. Michael por ter as mãos dela masturbando-o outra vez, Ana por ter a boca dele em seu seio.

Sem mais poder esperar Michael voltou a virar Ana de costas, dessa vez ele levou-a até a pequena janela que, de onde estavam dava pra ver o pátio onde os políticos jantavam.

Ele penetrou-a, em uma única e firme estocada e Ana gemeu, arqueou-se, arranhou a parede onde se apoiava.

Era muita plenitude para por em palavras, para ambos, a sensação de terem os corpos juntos mais uma vez, era indescritível. Mas aquele sexo, para Michael, teria que ter gosto de vingança e apesar de estar perdido em sensações, sua mente não havia desviado do plano.

Ele começou a se movimentar, forte, ríspido, selvagem. Ana adorou e provou isso gemendo e empinando-se para ele. Michael agarrou-lhe um montante de cabelos e a fez erguer o rosto. Enquanto metia nela descontroladamente ele inclinou-se em seu ouvido e sussurrou.

- Olhe Anastácia... Seu noivo - A excitação impediu-o de falar por alguns segundos, mas logo ele prosseguiu - Veja-o sorrir feito um idiota enquanto eu como a noiva dele no banheiro.

Ana grunhiu. Aquilo estava a enraivecendo e excitando na mesma proporção.

- Eu sei que adora isso, adora o jeito que meto em você, tenho certeza que aquele banana não te pega assim - Michael puxou seus cabelos mais forte e deu-lhe um tapa na bunda.

- Vá a merda - Disse entre dentes, incapaz de parar de gemer e mexer os quadris.

- Vou fazê-la gozar, como tenho certeza que não goza desde que nos afastamos... Você vai olhar para o seu novinho e vai lembrar de mim enquanto estiver em meio á uma transa morna com aquele otário.

- Cala a boca - Ana gritou.

- Adoro foder você, baby - Michael levou seus dedos até o clitóris hipersensível dela e pressionou-o de um lado a outro. Ana deixou-se levar pelo mar de sensações. Ela abafou o grito, mas não os gemidos. Ela contorceu-se, mordeu os lábios, contraiu-se inteira quando o orgasmo a atingiu e ela gozou, como não acontecia desde que tinha acabado com Michael.

Ana ainda estava os espasmos em seu corpo quando Michael saiu de dentro dela e ela sentiu os jatos de sêmen molharem suas nádegas, enquanto ele gemia e manuseava seu membro até a ultima gota sair dele.

Sem dizer uma palavra ele vestiu-se imediatamente. Ana escutou o barulho da torneira e finalmente saiu de sua letargia, virou-se para olhá-lo.

- Por que não gozou dentro de mim? - Ela perguntou de cenho franzido. Sabia que isso não era normal dele, já que uma vez ele lhe confidenciara que com mulheres mais passageiras ele não gostava de deixar-se vir dentro delas, mesmo que tivesse com preservativo.

- Por que é assim que faço com mulheres como você - Ana arregalou os olhos e aproximou-se.

- O que quer dizer, Michael? - Sua voz embargou.

- O que você já sabe. Que tratei-a exatamente como merece, por que uma mulher que tem um noivo e transa com outro no banheiro não merece respeito - Ele gritou no rosto dela.

O som do tapa ecoou pelo lugar por um bom tempo. As lágrimas molharam o rosto de Ana e apesar do ardor no rosto Michael não descongelou a expressão.

- Você é um babaca. Mas um dia vai se arrepender disso tudo que tem me dito e feito e quando esse dia chegar pode ser tarde demais, eu posso já ter cansado de ser sua puta. - Ela gritou chorando - Saia daqui.

Michael arrependeu-se, mortalmente. Ana estava chorando e tremendo, e apesar de ser seu intuito atingi-la, ele não queria vê-la assim tão mal.

- Ana - Ele tentou falar mais ela lhe deu outro tapa.

- Saia! - Gritou.

Michael foi empurrado até a porta e ela trancou-a depois disso. Ele pretendia falar com ela quando voltassem a festa novamente. Talvez a sede de vingança o tenha cegado e ele fora longe demais.

Ana não voltou para a festa. Depois que limpou-se ela saiu pelos fundos e tomou um táxi. No caminho ligou para George e disse-lhe que estava voltando para casa e amanhã eles conversariam. George estranhou, mas não questionou Ana.

Ela acabou a noite deitada em sua cama, chorando feito um bebê.


Michael sentia-se o pior dos homens, pensou em ir até a casa dela, mas acabou desistindo, achou melhor esperar a poeira baixar para pedir-lhe desculpas pelas coisas que lhe disse no banheiro.




Capítulo 29


Os saltos altos de Jules fizeram ‘click’ no chão de linóleo, enquanto ela caminhava decidida pelo corredor do prédio onde Michael morava.

Hoje ele iria escutá-la!

Mas cedo Jules ligou para a casa de Ana e Henry contou, resumidamente, o que havia acontecido, e agora Jules estava pronta para jogar umas verdades na cara de Michael e se isso custasse seu trabalho ou a amizade deles, foda-se, Michael precisava ouvir a verdade.

Quem atendeu a porta foi Dora.

- Jules! – Ela sorriu – Entre, querida.

- Como está, Dora?

- Bem, na medida do possível. Veio falar com o Senhor Jackson, certo?

- Vim, onde está o idiota? – Dora arregalou os olhos.

- Coitado. – Riu

- Coitado nada, ele vai ouvir poucas e boas hoje.

- Bem, então terá de esperar, o senhor Jackson só volta umas 6 horas – Jules bufou – Vou buscar um cafezinho para a senhora.

A mulher saiu e voltou alguns minutos depois, carregando uma bandeja. Depois de servir um café para Jules, Dora sentou-se com ela.

- Menina, que confusão danada foi aquela com o senhor Jackson?

- Pois é, Dora, mas foi bom, assim ele aprendeu que algumas coisas não se faz.

- Tive tanta dó do senhor, mas graças aos céus ele não ficou preso.

- E ainda saiu por cima, aquele idiota é esperto – Ambas riram.

De repente algo na mente de Jules desperto... Será que sua desconfiança sem fundamento, poderia no fim ter alguma lógica? Bem, ela precisava perguntar.

- Dora, me diga uma coisa, você se lembra se a ex-namorada de Michael, a Anastácia, esteve aqui dias antes dele ser preso?

- Sim, esteve. Até o senhor Jackson me perguntou isso, mas a garota passou pouco tempo aqui, ela nem chegou a entrar, me pediu uma bolsa e foi embora.

- Jules sorriu. Ela sabia que Ana nunca faria aquilo.

- E a irmã do Michael, esteve aqui no mesmo período?

- Aquela metida??! – Dora revirou os olhos – Esteve, e passou uma boa parte da tarde aqui, um dia antes do senhor ser preso.

Jules saltou da cadeira e seus olhos se arregalaram.

- Meus Deus... Eu... Foi ela! –Concluiu.

- Ela o que, menina? – Dora perguntou confusa.

- Nada... nada, esqueça, Dora – Jules apanhou a bolsa – Nesse corredor há câmeras, não é?

- Sim, mas...

- As gravações devem ficar na sala de segurança. Onde fica essa sala, Dora?

- No segundo corredor do térreo, mas o que fará com isso Jules?

- Eu vou salvar uma história de amor, Dora. – Disse já saindo.

- Menina doida – Dora riu.

(...)

Foi preciso menos de 30 minutos para Jules sair do prédio com a ‘prova do crime’. Bem, ela precisou persuadir o gerente de segurança com uns bons amassos, mas valeu a pena. Os DVD’s mostravam que Ana não havia entrado na casa e Samy, sim. Jules conhecia Michael e sabia que ele ainda iria argumentar dizendo que isso não provava nada, mas pelo menos isso deixaria um mínimo de desconfiança e ela o convenceria a fazer o que ele já deveria ter feito á muito tempo, mandar rastrear a ligação da denúncia. Jules não tinha dúvida, havia sido Samy quem fez isso, para jogar a culpa em Ana.

Vaca! Era isso que ela era!

(...)

No caminho Jules ligou para Michael e praticamente obrigou-o a ir até a empresa, foi para lá que ela correu em seguida.

- Babaca! – Jules vociferou assim que estava em frente a Michael. Ele, sem entender nada, arregalou os olhos.

- Por que o elogio? – Perguntou risonho.

- Tire esse sorrisinho idiota do rosto, o que eu descobri é sério, Michael.

- O que há Jules? – Ele franziu o cenho.

- Bem, preciso que assista esses vídeos, enquanto isso te conto o que descobri – Michael assentiu.

Jules entregou a ele o DVD com as gravações e Michael apressou-se em colocá-lo no computador. Logo as imagens de Ana em frente a porta do seu prédio apareceram.

- Michael, eu estava jogando conversa fora com Dora e ela me contou que Ana esteve em seu apartamento 3 dias antes de você ser preso – Jules iniciou sua explicação.

- Nossa, que novidade – Disse sarcástico.

- Ouça, estúpido – Jules bufou – Ela esteve lá, mas não entrou no apartamento, pediu uma bolsa a Dora e ficou todo tempo do lado de fora.

- E?

As imagens do vídeo mudaram para outra cena. Dessa vez via-se Samy entrando no apartamento ás 02 da tarde e depois ela saindo ás 04:30. O vídeo mostrava a data, que era de um dia antes da prisão de Michael.

- A Dora me disse que a Samy esteve em seu apartamento um dia antes de sua prisão e que passou um bom tempo lá.

- Ainda não entendi onde quer chegar... Por que esses vídeos não me dizem nada.

- Você é cego ou o que? – Jules gritou – Está explícito que não foi a Ana, ela nem entrou em seu apartamento. Foi a Samy, Michael, a Samy! Ela fez isso para incriminar a Ana e ass...

- Você enlouqueceu? – Michael gritou, levantando-se – Como ousa dizer que a Samy, minha irmã, seria capaz de me denunciar para a polícia.

- Você não vê o óbvio? A Samy não te vê como o irmãozinho dela, ela te vê como homem – Michael riu, incrédulo.

- Você só pode ter enlouquecido, fala uma merda atrás da outra.

- Bem, tire essa loucura da minha cabeça agora – Jules pegou o telefone e empurrou no peito de Michael – Ligue para um de seus contatos e descubra o número do telefone da pessoa que fez a denúncia. Sabem que podem descobrir isso, Michael, por favor.

- Nem pensar. Pare de torrar a minha paciência e pare de defender a Ana, ela não merece. E se me der licença, eu tenho mais o que fazer – Michael apontou a porta.

- Não seja covarde. Sei que tem medo de descobrir que foi sua santa irmãzinha que lhe ferrou e que você agiu feito um otário com a Ana, injustamente – Jules fez sua melhor cara de ‘cachorrinho pidão’ – Pense bem, patrão, você pode descobrir a verdade e talvez ainda dê tempo de salvar seu relacionamento com Ana – Michael negou com a cabeça – E ademais se descobrir que realmente foi ela, nada vai mudar... Por favor, por nossa amizade.

- Você é uma criatura muito, muito irritante – Ele pegou o telefone – Farei isso só para te provar que seu esforço foi em vão. Afinal aqueles DVD’s não dizem nada, a Ana pode muito bem ter implantado aquelas coisas em minha casa antes, ela vivia lá.

- Tá, tá, pare de falar e liga de uma vez.

Michael digitou os números de um amigo seu, chefe de intercepções da polícia. Ele explicou a situação rapidamente para o homem, disse para qual delegacia ligaram quando o denunciaram e o dia da denúncia. Claro que prometeu ao homem um belo ‘presente’ caso ele lhe conseguisse essa informação.

O homem lhe disse que aquilo tudo era muito sigiloso e que ele jamais poderia relacionar seu nome aquela informação. Michael concordou com tudo, então foi pedido que ele aguardasse alguns minutos.

Exatos 10 minutos depois o homem voltou a falar com ele, dizendo-lhe que conseguiu rastrear a ligação.

A expressão de Michael foi se tornando pálida e o celular quase escapou de suas mãos quando o homem terminou de lhe dizer o número do denunciante.

- Você... você... você tem certeza, Raymond?

- Claro, senador, não erro algo como isso nunca. Também depois de 20 anos de prática – O homem riu, mas Michael manteve-se inexpressivo.

- Obrigada, Ray, e ainda hoje um dos meus seguranças passará aí para lhe entregar seu ‘presente’.

- Tudo certo, senador. Espero mesmo ter ajudado.

- Ajudou sim, até mais Ray. – Michael desligou o telefone e baixou a cabeça.

- Sinto muito – Jules disse compadecida. Aquilo foi um golpe pra ele.

- Não sinta. O culpado sou eu por ser tão babaca, idiota, otário, cego – Ele levantou-se e pegou as chaves do carro.

- Aonde vai nervoso assim, Michael? – Jules correu ao seu encontro – Não saia assim, é perigoso.

- Eu estou bem, vou acertar minhas contas com aquela traíra desgraçada e depois vou atrás de Ana – Jules sorriu.

- Não faça bobagem garotão. E boa sorte com a Ana – Michael pegou suas mãos e beijou-as.

- Obrigado, Jules, se não fosse por você eu nunca teria descoberto,

- Torço para sua felicidade e seu que ela está com a assessora. Agora vá – Michael assentiu e saiu quase correndo.

(...)

Enquanto dirigia até a casa de Samy ele repensou nas palavras de Jules “Você não vê o óbvio? A Samy não te vê como o irmãozinho dela, ela te deseja, como homem”

Ela tinha razão, toda razão. A gora lembrando-se dos momentos deles a sós ele poderia mesmo desconfiar. Bem, ele pensara antes que era carência, que Samy era tão grudada ele por isso, mas estava redondamente enganado.

Quando estacionou em frente a casa dela, ele não estava se sentindo irritado, nem triste. Michael sentia pena de Samy, por ela ser tão doente e sórdida, e por isso ela iria perder a única pessoa que cuida e ama ela nessa vida.

Samy atendeu a porta sorridente e ao ver Michael jogou-se em seus braços. Michael afastou-a bruscamente.

- O que há amor? – Ela perguntou encarando-o de cenho franzido.

- Não volte a me chamar assim – Disse ameaçador – Eu sei de tudo, Samy, sua máscara caiu.

- Sabe? De que, amor?

- Não se faça de desentendida – Disse ameaçadoramente calmo – Sei que você me denunciou para a polícia – Samy arregalou os olhos, mas logo se recompôs.

- Claro que não, está louco?

- Não adianta negar, mandei que rastreassem as ligações feitas para aquela delegacia no dia da minha prisão e foi seu número que descobriram, o seu – Michael gritou, toda a sua calma evaporando.

- Não... – Ela tentou dizer, mas Michael interrompeu-a.

- Você tem noção do que fez? – Ele segurou-a pelos ombros e sacudiu-a – Tem noção que poderia ter me ferrado?

- Pelo menos você não ficaria com aquela vadia – Samy gritou, em um acesso de raiva. Michael largou-a – Preferia vê-lo preso do que com aquela mulher... Você não pode amá-la, não mais do ama a mim. Eu sempre estive do seu lado, sempre fiz tudo por você e mesmo me insinuando você nunca notou que eu não te queria como meu irmão – Ela fungou, enxugando as lágrimas – Eu te quero em minha cama, como meu homem!

- Pare com isso! Eu tenho nojo de você... Ou melhor, tenho pena de você, pena da mulher que se tornou. Eu era o único que dedicava algum tipo de amor por você, mas agora nem isso você tem mais.

- Não – Samy jogou-se no chão e segurou as pernas dele – Por favor, fique comigo, uma vez que seja Michael – Ele afastou-a rudemente.

- Procure um psicólogo, se trate, você é doente. E reze, Samy, reze para que Ana me perdoe ou esquecerei de uma vez por todas quem você foi pra mim e transformo sua vida em um inferno, escreva o que estou te dizendo.

- Não me deixe sozinha – Ela implorou.

- Você causou isso. Esqueça que Ana e eu existimos ou, juro por Deus, que como único responsável por você, eu a interno em um sanatório – Michael olhou-a com desprezo e preparou-se para sair.

- Ele ainda ouvi-a gritar por ele uma dezena de vezes antes de entrar em seu carro e sair dali.
Agora viria a parte mais difícil, pedir perdão ao furacão chamado Anastácia.


Capítulo 30


George suspirou e encarou Ana.

Ele havia chegado em seu apartamento há 20 minutos atrás, procurando saber por que Ana saiu daquele jeito no jantar da noite anterior.

Ana não mentiu, contou sobre Michael e disse-lhe que ainda amava-o, apesar de tudo.

- Escute, George, eu também amo você, muito, mas não é o tipo de amor que você busca. Você merece uma mulher que o ame como homem, não como amigo. Merece alguém que o faça feliz e, infelizmente, esse alguém não sou eu. Eu nunca poderia fazer alguém feliz, não com outro na minha cabeça e no coração – Ana fungou.

George sorriu e agarrou as mãos de Ana.

- Eu sinto muito, muito mesmo por não ter conseguido fazê-la esquecer o senador, mas Ana, não se feche para o amor. Você é uma mulher linda, forte, destemida, você é incrível e qualquer homem seria sortudo em tê-la consigo. Eu entendo tudo que acabou de me dizer e até agradeço por ter acabado com isso, antes que eu me iludisse ainda mais... Quero que saiba que amo você, de todo meu coração, quero que saiba que vou sofrer muito com nosso rompimento, mas não vou insistir, por que você precisa pensar e por sua vida em ordem. Eu quero que lembre-se que sempre que precisar de qualquer coisa que for ou se decidir dar mais uma chance a esse seu fã, pode me chamar e eu virei correndo – Ana sorriu e jogou-se nos braços dele.

Se abraçaram por vários minutos. George acariciou seus cabelos até ela parar de chorar.

- Obrigado, George, muito obrigado – Ele beijou sua testa e levantou-se.

- Me leva até a porta? – Ana assentiu.

Assim que ela abriu a porta seu sorriso morreu, dando lugar a uma expressão de raiva. Michael estava parado ali, parecia estar guerreando entre o desespero e a hesitação.

- Até breve, Estrela – George beijou a testa dela mais uma vez.

- Até, George – Ela disse, sem desviar os olhos de Michael.

- É sua chance, seu idiota, vê se não faz merda – George disse antes de passar por Michael e deixar o casal para trás.

- Ana, preciso falar com você – Disse firme.

- Pois eu não acho que quero lhe escutar. Vai me ofender de que forma hoje? Não foi suficiente o que fez ontem? Provavelmente vai me dizer que sou uma vadia interesseira, uma puta que transa com qualquer um em um banheiro ou quem sabe me relembrar o quão desleal eu fui fodendo com a sua vida, quando lhe denunciei? Pronto, não precisa falar mais nada, já disse tudo por você.

- Eu preciso que me perdoe pelo que fiz ontem, foi horrível... Eu nunca deveria tê-la tratado daquela forma... vulgar, por favor me deixe entrar e conversaremos com calma.

- Calma?! – Ana riu – Ahh vá a merda – Ana virou-se e quase conseguiu fechar a porta na cara dele, mas Michael foi mais rápido impedindo-a de fechá-la, com seu pé. Ana ignorou e continuou empurrando a porta.

- Estrela, você está quebrando o meu pé – Reclamou.

- Foda-se, você, suas desculpas e seu pé. – Rugiu.

- Não me mande foder, você sabe que faço – Respondeu divertido, ganhou como resposta uma portada tão forte que até Ana ficou preocupada em ter quebrado seu pé.

- Suma daqui – Ela imprensou-o uma e outra vez.

- Aiiii, aiii, Estrela... Eu sei de tudo, amor, eu descobri a verdade, eu preciso do seu perdão.

Imediatamente Ana perdeu as forças e soltou a porta. Michael aproveitou a inércia dela para entrar no apartamento, pulando em um pé só, já que Ana havia quebrado o outro.

- O que disse? – Perguntou de cenho franzido.

- Eu descobri a verdade sobre a denúncia. Jules investigou e me fez rastrear a ligação, assim descobri que foi Samy quem me denunciou. Ela fez isso para que eu pensasse que foi você... Para nos separarmos.

- Mas que vaca! – Ana sibilou.

- Eu fui um idiota, o piro de todos eles Ana, mas estou aqui para me redimir, para implorar o resto da minha vida se for preciso... Eu vou te enviar flores, te perseguir, fazer serenata, falar em um megafone, qualquer coisa brega e romântica o suficiente pra provar que te amo e que eu quase morri nesses meses que ficamos longe um do outro.

- Cala a boca, babaca – Ana gritou. Ela catou um porta-retratos e arremessou nele. Michael foi mais rápido e desviou.

- Estrela, você quer me matar?

- Você é um filho da puta – Mais um porta-retratos foi arremessado, Michael se esquivou. - Um idiota – Agora ela jogou um vaso, que espatifou-se na parede atrás dele. - Um imbecil – O cinzeiro de Henry voou na direção de Michael.

- Mantenha a calma, amor – Michael tentou apaziguar.

- Calma, seu cretino?! Você me acusa de ter te denunciado para polícia, me dá um pé na bunda, me trata feito uma qualquer em um banheiro de uma festa ontem e me pede calma? Eu vou ter calma quando tiver te matado – Ana agarrou um bibelô de porcelana da mesinha e arremessou em Michael. Dessa vez ele não conseguiu desviar e o objeto o atingiu no supercílio, fazendo o lugar sangrar instantaneamente. Michael cambaleou contra a porta e caiu sentado. Ana paralisou em choque.

- Acho que se acertar outro desses vai atingir seu propósito, Estrela. – Michael fez uma careta de dor.

- Ohhh meu Deus – Ana correu até ele, inspecionando o corte que ela havia causado. Ohh meu Deus, não era pra machucá-lo assim. – Ela beijou a testa dele ternamente – Você está bem?

- Estou ótimo, apenas o seu apartamento está dando voltas e também não sinto meu pé – Disse divertido.

- Vamos a um hospital – Ana disse desesperada – Eu quase matei você – Ela abraçou-o inesperadamente. Michael sorriu, apertando-a mais em seus braços.

Tê-la perto novamente era tão reconfortante que ele não conseguia pôr em palavras a plenitude de tal momento.

- Eu mereci isso, amor... Eu mereci. – Ele afagou suas costa e cheirou-a profundamente – Eu não preciso de hospital, eu só preciso de você, do seu perdão... Prometo que se voltar para mim te deixo quebrar um bibelô por dia na minha cabeça... Qualquer coisa para tê-la ao meu lado. – Ana riu, uma sonora gargalhada.

Ela cheirou-o e beijou seu pescoço um par de vezes. Tê-lo outra vez assim tão perto era inacreditavelmente bom.

Bem, ainda demoraria um bom tempo para as mágoas que ele lhe causou sumirem, mas ela simplesmente não conseguia ser orgulhosa o suficiente para mandá-lo embora.
Ela sabia que seria, no momento em que ele viesse até ela, jamais teria forças para negá-lo qualquer coisa.

- Sou louco por você – Ele sussurrou, varrendo seus lábios pelo pescoço dela. – Vai me perdoar algum dia? – Ele segurou seu rosto entre as mãos e fez a pergunta olhando-a nos olhos.

- Eu amo você, seu cretino. – Michael sorriu amplamente.

- E eu amo você, sua megera. -Michael segurou Ana pelos ombros e deitou-a no chão, pairando em cima dela. – Amo tanto você que chega a doer... Vou dedicar todos os dias da minha vida pra te fazer feliz, mesmo que as vezes eu falhe, saiba que vai ser sempre tentando acertar.

Segundos depois o casal estava unido em um beijo, um saudoso e caloroso beijo. Ali, no chão da casa, eles fizeram amor da forma mais doce que se possa pensar e depois repetiram a dose na cama de Ana, dessa vez como eles gostavam, selvagem.

Quando dormiram abraçador naquela noite, deixaram para trás as mágoas e prometeram silenciosamente que o futuro deles seria juntos, se amando.

(...)

Epílogo


O jantar na casa dos Jacksons fora elaborado com esmero. Tudo estava perfeito e um luxo só. Quase uma centena de pessoas caminhavam pelo vasto salão, dentre celebridades, políticos e amigos do casal, que estava comemorando seus 10 anos de casamento.

Ana separou-se da mulher que a bajulava fazia quase 10 minutos.

Santa paciência!

- Estrela – Ela virou-se e seu sorriso voltou ao rosto instantaneamente.

- Henry –Ela jogou-se nos braços do amigo, abraçando-o por longos minutos – Estava cheia de saudades de você, meu ano.

- E eu de você – Ele sorriu e beijou-lhe a testa – Tudo bem por aqui?

- Tudo ótimo – Ela piscou.

- Primeira-dama – Henrique gritou, aproximando-se dela. Ana deu-lhe um longo abraço.

- Como vai Henrique?

- Muito bem, Estrela.

- Hey, e onde está o Luca?

- Tia Estrela – O pequeno chamou, agarrando as pernas de Ana. Ela agarrou-o nos braços, beijando-o.

- Mas como cresceu esse pequeno – Ela apertou a bochecha do menino e ele fez uma careta.

- Papai Henry, papai Henrique, posso ir procurar as gêmeas?

- Claro filho, vá – Henrique respondeu e o menino saiu em disparada.

- Ele está tão lindo – Ana disse abobalhada.

- É nosso tesouro. Adotar Luca foi a melhor coisa que eu e Henry fizemos – Henrique disse sorrindo.

- Isso me faz lembrar que as gêmeas estão daqui a pouco estarão por aqui, feito dois pequenos furacões e o Michael ainda nem desceu. É incrível como ele é o único que contém aquelas duas.

- Anos de prática, assessora – Ana sorriu ao ouvir aquela voz. Ela virou-se e viu Jules sorrindo para ela, ao seu lado estava Nancy. Ambas vestidas lindamente.

- Jules – Elas se abraçaram.

- Está cada dia mais linda e gostosa – Ana riu.

- Contenha-se, Jules –Nancy sibilou irritada

- Calma baby – Ela puxou a mulher pela cintura. – Só tenho olhos para você – Todos ao redor riram.

- Como estão as duas.

- Ótimas, Ana. E a família Jackson? – Disse Nancy

- Um caos, uma correria, mas tudo bem.

- Será que ainda ganharei um abraço dessa linda mulher? – Ana virou-se e viu George parado a sua frente.

- George – Ela aproximou-se e abraçou-o.

- Vejo que está ótima e linda como sempre – Ana sorriu.

- E você é o cavalheiro de sempre. Sua esposa?

- Ex, acabamos. – Ele deu de ombros.

- Você é um grande galinha, esse já é o quarto casamento – Eles riram.

- O problema é que procuro você em todas elas – Disse divertido.

- Atrapalho? – Michael sussurrou quase ao pé do ouvido de Ana, fazendo-a sobressaltar.

Ana virou-se sorrindo. Apesar do susto que tivera, apenas ouvir aquela voz a fazia feliz e instantaneamente risonha.

- Claro que não amor – Ela beijou-o rapidamente e só então notou que estavam penduradas em suas mãos Anita e Anabelly.

- Mamãe, mamãe a Anabelly puxou me cabelo e disse que ia arrancar a cabeça da minha boneca – Anabelly soltou-se do pai e correu para protestar o discurso da irmã.

- Mentira, ela que bateu em mm com o taco de golfe do papai –Ana olhou-as em desespero. Michael riu e correu para acudir.




- Princesas do papai – As meninas pararam de se encarar como duas lobinhas e olharam para o pai – Preciso repetir que é feio brigar? – Elas negaram com a cabeça – O que devem fazer agora?

- As pazes, pai – Responderam em uníssono.

- Muito bem.

- Desculpe, Anabelly – Anita disse e estendeu a mão para a irmã.

- Desculpe, Anita – As meninas apertaram as mãos e depois receberam uma chuva de beijos de todos por ali.

- Agora vão, Luca está procurando por vocês – As meninas assentiram e saíram correndo.

- Nem tive tempo de cumprimentar vocês devidamente – Michael fez questão de abraçar todos os amigos, menos George, com quem só trocou um aperto de mão murcho.

Todos entraram em uma conversa animada.

Michael estava sorridente, agarrado a cintura da esposa, mas ele calou-se de repente e seu sorriso morreu quando viu quem se aproximava.

- O que ela faz aqui? – Ana rugiu.

- Calma, amor – Michael apertou-a em seus braços.

- Boa noite a todos – Samy cumprimentou-os hesitante.

- Se nos derem licença, vamos até o bar, o ar aqui pesou – Jules disse, afastando-se com Nancy.

- Vamos com vocês – Henry e Henrique seguiram-nas.

- O que quer aqui, Samy? – Michael perguntou com frieza.

- Sabe que não é bem-vinda – Ana encarou-a mortiferamente.

Ela não pode deixar que Samy estava bem mais velha, mas também mais discreta e bela.

- Eu vim em missão de paz. Eu precisava pedir desculpa a vocês dois... Principalmente a você, Michael. Eu te fiz muito mal e na época não percebia que eu estava doente, mas depois de muita terapia, de pensar muito... Eu vi que não era normal. Então quero que saibam que, se decidirem assim, nunca mais vão me ver. Desejo de todo coração que sejam felizes, vocês merecem. Mais uma vez, perdão Ana, perdão Michael. E se algum dia eu ainda puder me aproximar, você sabe onde me encontrar, Michael. Eu gostaria que as filhas de vocês conhecessem a minha filha.

- Você casou? – Michael perguntou de cenho franzido.

- Sim e tive uma garotinha – Samy sorriu – Bem, era só isso mesmo – Ela virou-se para ir embora.

- Samy – Ana chamou – Qualquer dia traga sua filha, ela merece conhecer o tio e as primas – Samy assentiu.

- Obrigado Ana – Ana sorriu.

O casal observou Samy afastar-se e sair da casa.

- Bem, impressionante, não? – Ana perguntou de sobrancelha arqueada.

- Você é impressionante, amor... Cada dia mais impressionante – Michael puxou-a para seus braços e beijou-a por longos minutos.

- Presidente, está tudo pronto no palco – Michael soltou Ana.

- Já irei, Paulo – O jovem saiu.

- Vai discursar, presidente? – Perguntou divertida – Sabe que fico molhada vendo-o todo centrado em cima de um palco – Michael riu e deu-lhe um leve beijo no queixo, na testa, nas pálpebras e enfim na boca.

- Primeira-dama, a senhora continua uma safada. Quero vê-la perto do palco – Ana assentiu e observou Michael afastar-se.

Seu marido era muito, muito, gostoso. Vestido naquele smoking, mocassins e cabelos bem penteados, ele era comível.

Ela jantaria ele! – Ana riu dos seus pensamentos.

Pensar que já havia passado 10 anos. Que nesse tempo eles casaram, que há 5 anos atrás suas princesinhas nasceram, que a 1 ano Michael havia se elegido presidente dos Estados Unidos... Foram 10 anos de loucuras, correrias, brigas, mas acima de tudo amor, 10 anos de puro e completo amor. E Ana não tinha dúvidas que seria assim pelo resto de suas vidas imperfeitas. Sim, por que eles não viviam em um conto de fadas, as vezes as coisas ficavam uma merda, mas eles sempre davam um jeito de, juntos, resolverem os problemas.

- Peço a atenção de todos, por favor – Michael falou, já em cima do pequeno palco. Todos os convidados o encararam – Primeiro quero agradecer por terem vindo até aqui comemorar comigo e com minha linda esposa nossos 10 anos de casamento, isso nos faz verdadeiramente felizes. Amor suba aqui, sim? – Ana segurou as mãozinha das duas filhas e subiu até o palco. Ele agarrou sua cintura e trouxe as filhas para perto de si.

- Bem, aqui estamos nós, 10 anos depois, com nossas filhas e um casamento que descreveria como uma confusão – Todos riram – Mas não pensem que não somo felizes, por que essa megera me faz muito feliz. Meus caros amigos se há neste mundo uma frase certa é: “Por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher”. Quem escreveu-a não tem noção do grau de verdade que pôs nela. E aqui está minha grande mulher – Ele beijou a cabeça de Ana e ela sorriu emocionada – Essa mulher aguentou meus desmandos, minhas iras, minhas babaquices e erros por muito tempo. Ela esperou até que eu percebesse as idiotices que estava cometendo, ela me perdoou, me apoiou, me amou, me deu filhos... Essa linda mulher, de gênio forte e sorriso fácil, fez de mim o que sou hoje, um homem imensamente melhor do que era antes dela entrar em minha vida... Minha grande mulher, minha linda, minha rara, minha megera – Ana encarou-o divertida e balbuciou um “cretino” – Minha vida, eu te amo cada dia mais e quero que saiba que da mesma forma que sei que me pertence, eu pertenço a você, corpo, alma e coração... Entrego tudo em suas mãos, por que sei que vai cuidar deles como ninguém. Que o nosso amor perdure o resto de nossas vidas, mesmo cheio de adversidades, de problemas, mas que passemos por isso juntos... Muito obrigado por tudo que me deu, por tudo que fez por mim, por nossas filhas lindas... E que mais 10 anos venham e mais 10, mais 10... Amo você – Sussurrou contra os lábios dela.

- Eu te amo – E não faltava mais nada para selar aquele momento único... Quer dizer, faltava um beijo. Um intenso beijo e foi o que fizeram, beijaram-se e só se separaram quando as gêmeas cutucaram os dois, com caretas de nojo em seus rostinhos.

Michael pegou Anita no colo e Ana segurou Anabelly, enquanto todos os demais os aplaudiam.

E assim chega ao final a história de amor desses dois... Lembram que eu disse no começo que os fatores agente dessa história seriam “as verdades e os desafios”?!

Pois sim, os desafios não faltaram para esses dois e a maior verdade aqui foi a força desse amor.


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